Estes dias complexos, com acontecimentos mediáticos acumulados, não podem fazer-nos esquecer aqueles que, de uma forma discreta, durante eles se vão afastando da vida.
Manuel Ferreira de Oliveira, que agora desaparece, foi um grande gestor português, uma figura de destaque do nosso mundo empresarial. Professor catedrático de Engenharia, tinha um impressionante currículo profissional, em especial na área dos petróleos.
Conheci-o no Brasil, há bem mais de uma década, num tempo em que ele presidia à GALP. Graças à sua prestimosa ajuda, e também a sua sensibilidade para as questões culturais, foi-me possível garantir uma interessante participação portuguesa nas comemorações dos 200 anos da ida da corte portuguesa para o Brasil, a qual, de outra maneira, não teria sido viável levar a cabo. Não esqueço isso, como não esqueço a sua permanente cordialidade e simpatia.
Há uns anos, nas Pedras Salgadas, falando com pessoas ligadas ao desenvolvimento que a companhia “Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas” havia prometido para a vila e que viria a frustrar, ouvi da boca de um responsável local: “Nem imagina as saudades que nós temos de Ferreira de Oliveira!” Eram as saudades do modo humano e compreensivo como Ferreira de Oliveira tinha, no passado, gerido a Unicer, proprietária daquela companhia.
Deixo aqui uma muito sincera nota de pesar aos familares do engº Ferreira de Oliveira.
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