domingo, outubro 13, 2019

As saudades de um poeta


O antigo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, também diplomata e poeta, escreveu este soneto delicioso à Geringonça que agora nos deixa:

Geringonça infiel que te partiste
tão cedo desta vida, de repente,
faz reviver em nós o amor ardente
do fulgor que nos deste e a que fugiste.

Se dos paços perdidos que correste
os passos refizeres, novos, frementes,
não esqueças que a nós já não consentes
o calor da esp’rança que acendeste.

E se achas que pode merecer-te
alguma coisa o eco que ficou
desta voz que pudemos of’recer-te,

vê que tudo o que o teu brilho nos deixou
durará mais que o tempo de perder-te,
pois no nosso futuro já pousou”

7 comentários:

Portugalredecouvertes disse...


muito bem, parabéns !

Anónimo disse...

Pois! Mas, Costa tinha outros planos. Como Ana Gomes hoje comentava, a ver vamos no que será o futuro daqui a 2 anos, com Centeno em fim de mandato do Eurogrupo, com a Presidência da UE mais que terminada, com um novo PR, que bem pode até ser o mesmo, mas de roupagens diferentes. Quero querer que daqui a 2 anos, quem ficou excluído da Geringonça possa ter uma postura diferente e o governo de Costa, "caso a caso", poder ver dias melhores e cair. Não estou aver Costa a continuar mais do que 2 anos...a não ser que faça concessões ao PCP, BE e outros (PAN, Livre). Porque razão o BE e o PCP e até os outros, PAN e Livre, haverão de fazer fretes ao PS se este não lhes dar alguma coisa em troca importante politicamente?

Anónimo disse...

Por falar em poesia:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1384362061577281&set=pb.100000105028533.-2207520000.1571003023.&type=3&theater

AV disse...

Excelente.

Paulo Guerra disse...

E quando parecia que todos tinham compreendido a vontade expressa nas urnas... E se até compreendo perfeitamente a posição do PCP - que acaba por não inviabilizar qualquer acordo - já achei deplorável o comportamento do BE. Antes e depois das eleições. O PS não podia ter tido outra postura. Resta governar com acordos à esquerda e à direita - se Rio, mesmo na versão mais populista para consumo interno, continuar - e sempre com o olho nas sondagens. E não votei PS. Mas dada a dinâmica dos partidos não vejo como poderá ser muito diferente. O que convenhamos nem será assim tão diferente da geringonça. A história do papel assinado só saiu da cabeça do Cavaco. Talvez pensando que nunca aconteceria. Neste momento a minha maior preocupação é a Saúde. Inclusive depois da grande conquista que foi a aprovação da nova lei de bases. Na Justiça infelizmente não prevejo muita coragem. Bom soneto, já agora.

Take Direto disse...

Que pena que o PS deixou cair a geringonca.

Anónimo disse...

Por mim ainda prefiro o “ Alma minha gentil que ... “
Mas para semelhança até tem graça .

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...