sexta-feira, setembro 24, 2010

Diplomata

Teve vários e prestigiantes postos na sua vida, que cumpriu com inteligência e estudado enfado. Mas só tinha um único lema, seguindo o "motto" de Clemenceau: "o meu antecessor é sempre um imbecil e o meu sucessor é sempre um incompetente".

12 comentários:

Jose Martins disse...

"o meu antecessor é sempre um imbecil e o meu sucessor é sempre um incompetente".

E... ele o melhor.

patricio branco disse...

tal qual como com os governos eleitos. A culpa e responsabilidade do que está mal é sempre do que saiu e eu faço falta pois sou eu que resolvo bem os problemas, negócios do estado ou da embaixada, não o próximo.
na verdade, ainda há partido, do governo e oposição, que centram os debates no que se passou há 15 anos e não no presente ou futuro.
ps. os diplomatas ainda se vestem assim ou é uma caricatura desse tal diplomata (do trajo) muito convencido?

Unknown disse...

Noutra versão: "... o meu sucessor é sempre um intriguista".

José Martins disse...

Senhor Embaixador,
Volto. A intriga é uma "moléstia", infelizmente, muito comum nas missões diplomáticas.
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Se for um chefe de missão que emprenhe pelos ouvidos, alguém que faz alguma coisa será o atingido.
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Servi um embaixador que quando assumiu a gerência do posto, chegou com os ouvidos cheios, além da carta deixada, na missão, pelo colega.
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Mas desde logo informou o número dois: "eu vou analisar o pessoal e depois pronuncio-me. Não vou pelas informações, na carta, que me deixou o meu predecessor".
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Grande homem! E o melhor que servi.
Saudações de Banguecoque
José Martins

João Antelmo disse...

Outra do velho Tigre também aplicável ao MNE:
"A escadaria do Ministério é um sítio onde as pessoas que chegam atrasadas se crzam com as pessoas que saem antes do tempo".

Francisco Seixas da Costa disse...

Caros comentadores: as graças que aqui se dizem sobre algumas figuras mais castiças da fauna diplomática não podem iludir a realidade - desculpem lá! - de que o corpo diplomático português é, na sua grande maioria, constituído por gente de grande sentido de Estado e de elevado sentido de responsabilidade profissional. Que isto fique bem claro!

Alcipe disse...

E sabemos rir-nos de nós próprios, grande qualidade pouco partilhada em geral...

patricio branco disse...

o primeiro comentário jocoso que deu origem aos outros foi o do autor do blogue, palavras sublinhadas pela ilustração.
Mas se uma situação tipo é glosada e comentada em brincadeira, isso nada tem a ver com o profissionalismo do corpo diplomático, que é real, não tenho duvidas

margarida disse...

Oops...

Anónimo disse...

Subscrevo a Margarida...

Até porque já foi devidamente decapitado...Na foto

E é a inspiração de maiorias das chefias de topo e mesmo intermédias, aliás sem esse argumento como se contextualiza a impotência personalizada? É duro...
Isabel seixas

Manuel MC Paleólogo disse...

Quando o convenceu de que é a medida de todas as coisas, o diabo inventou nele o metro.

Anónimo disse...

"Talvez, por efeito desta conversa, voltou-me, agora mesmo,(...), a ideia apaixonante de uma espécie de paralelismo entre a experiência de um político na prisão e a experiência de um diplomata no estrangeiro.(...)É uma idéia que tem me ocorrido diversas vezes sob ângulos vários, quando preparava a biografia de Rio Branco, portanto, ante ao espetáculo de um homem vivendo por mais de trinta anos no estrangeiro e deparando-se um dia com a destinação de ter que retornar ao seu País para desempenhar um papel histórico em plenitude de personalidade, sabedoria e grandeza. Mas com outros diplomatas, ao contrário, quantos deles que só fazem murchar em estolidez ou se debilitarem em viciações-e isto por efeito da incapacidade de ânimo para a existência! Com efeito, em grande parte, e quanto às consequências, a vida no estrangeiro constitui para os homens uma prova psicológica semelhante àquela que se tem com a experiência das prisões ou com o ostracismo político. Aos fortes, enrija e eleva; aos fracos, rebaixa e degrada. A vida no estrangeiro, aos fortes enrijece em ânimo, enriquece em perspectiva, engrandece em personalidade, tornando-os mais interessados e compreensivos no ver de perto ou por dentro os problemas de seu País, mais conscientes e lúcidos em integrar-se na sua comunidade nacional. E, assim, nem porque-ufanistas, nem pessinistas de espírito descarnado na impotência do esnobismo e do bovarismo. Aos fracos, a vida no estrangeiro corrompe a natureza humana, degrada a sensibilidade nativa, amesquinha a visão pessoal como num círculo de peru, transformando-os em melancólicos 'déracinés', forrados em estufas de egoísmo pessoal e frívolidade social. E, deste modo, destroçados em sua vida interior por efeito daquele desespero dos frustrados que se disfarça em ceticismo e diletantismo".
*Álvaro Lins(In:"MISSÃO EM PORTUGAL";p.190-191; EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA; RIO DE JANEIRO; 1960).

Vale!

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...