quarta-feira, maio 23, 2012

Imprensa

Tem vindo a ser extremamente curioso acompanhar a evolução de alguma imprensa francesa, no período posterior às eleições presidenciais. Com algumas exceções, essa imprensa - não falo dos órgãos regionais, que não acompanho - assumiu, ao longo do último ano, uma clara atitude política, de apoio ou de oposição, em face daqueles que eram os dois principais candidatos. Alguns desses orgãos de comunicação social foram de um seguidismo quase militante, tornando-se verdadeiros instrumentos de campanha, quer na defesa do seu político preferido, quer na diabolização daquele de quem não gostavam.

O resultado das eleições, revertendo a realidade face ao statu quo ante, obrigou a uma reconversão de atitude, a qual, nota-se, não está a ser fácil. Passar da oposição à "situação" (como se dizia no Estado Novo) pressupõe o abandono de um estilo exaltado e a criação de outro mais sereno. Sair de esteio mediático do poder para se transformar numa tribuna acerba de combate requer a adoção de uma nova tipologia jornalística, que se vê até na construção dos títulos. São culturas diferentes, que apenas o tempo ajudará a sedimentar. Para um observador exterior, é, sem dúvida, um fenómeno muito interessante para se observar.

Noto que esta realidade se prolonga aqui também pelos "sites" noticiosos, que, em alguns casos, têm considerável importância e influência. Já a blogosfera não é, em França, tão proeminente como entre nós, aparecendo quase sempre como mero prolongamento escrito de outra ação pública mais visível dos seus titulares.

terça-feira, maio 22, 2012

Defesa e Segurança

A ideia é rever o Conceito Estratégico de Defesa e Segurança no qual se apoia a definição, por Portugal, das opções a seguir em matéria de defesa dos seus interesses enquanto Estado. O método utilizado foi a criação de uma comissão, determinada pelo ministro da Defesa nacional e coordenada pelo professor Luis Fontoura, que inclui personalidades como Gomes Canitilho, Adriano Moreira, António Vitorino, Pinto Balsemão, Severiano Teixeira, Loureiro dos Santos, Fátima Bonifácio, entre outras. O trabalho terá de estar concluído em setembro, a fim de ser apreciado pelo Governo e, posteriormente, ser submetido à Assembleia da República

Ao lado do meu colega embaixador Leonardo Mathias, terei o gosto de representar a diplomacia portuguesa no seio desse grupo de reflexão.

segunda-feira, maio 21, 2012

Ainda e sempre os livros

Há uns dias, revelei aqui o ambiente que a minha casa em Lisboa iria ter quando todos os meus livros chegassem. Este fim de semana, descobri esta forma um pouco mais prática de os arrumar, embora talvez com alguma dificuldade de acesso àqueles que fiquem no meio. Mas não se pode ter tudo, não é?

Se

Durante dois dias, por razões que não vêm para o caso, estive ligeiramente "alheio" à informação sobre o que se passa em Portugal.

Hoje, ao retomar o contacto, leio esta frase do Dr. Jardim Gonçalves, antigo presidente do BCP, a propósito da entrada do Estado nos capitais dos bancos:


Devo dizer que, antes de terminar o dia, vou tentar encontrar uma gramática de língua portuguesa, porque me dou conta de que, afinal, estou um pouco desatualizado quanto à utilização dos pronomes reflexos.

sábado, maio 19, 2012

Amizades & conhecimentos

Custa-me ter de voltar a reiterar esta questão, mas devo esclarecer, uma vez mais, que, por uma questão de meridiana lógica, só posso considerar integrar na minha lista de "amigos" no Facebook, ou de "contactos profissionais" na rede LinkedIn, pessoas que, efetivamente, eu conheça e com as quais tenha relações. 

Fico muito grato a todos os outros, que tiveram ou têm a amabilidade de formular uma solicitação de adesão, mas cada um tem os seus critérios. E este, bom ou mau, é o meu.

sexta-feira, maio 18, 2012

Cargos

aqui havia falado neste assunto, suscitando então reações curiosas. Volto à carga, porque a questão se repete agora.

No novo governo francês, Laurent Fabius acaba de assumir a pasta de ministro dos Negócios Estrangeiros. Trata-se de uma grande figura da vida política francesa, que já foi primeiro-ministro e presidente do parlamento. A indigitação de um antigo chefe do governo para um cargo de ministro não suscitou aqui o menor comentário ou estranheza.

Alguém está a ver, em Portugal, um antigo primeiro-ministro a voltar a integrar um governo, como ministro? Por que será?

Portugal e a guerra

Meaux é uma pequena cidade na periferia de Paris. Há meses, foi lá inaugurado um museu sobre a primeira Guerra Mundial.

Ontem, aproveitando o feriado, visitei esse museu e recolhi esta imagem num documento comemorativo da nossa participação naquela guerra. Verdade seja que foi a única referência a Portugal que por lá encontrei...

Para além dos estudiosos e de algumas pessoas ligadas à zona onde teve lugar a batalha de La Lys, em 9 de abril de 1918, raro é o francês que não se surpreende quando lhe falo na nossa participação na primeira Guerra Mundial.

Em tempo: para alguns comentadores, críticos do nosso comportamento em La Lys, deixo aqui e aqui o que sobre isso penso.

quinta-feira, maio 17, 2012

Novo governo

Jantar, na noite de ontem, numa embaixada europeia.

O novo governo, acabado de ser anunciado minutos antes, fazia parte do "menu". A anfitriã distribuiu mesmo a lista completa - 34 nomes - pelo convivas, para avaliar as reações.

Do lado dos franceses presentes, que não eram necessariamente da cor do novo governo, foi interessante notar os comentários à forte presença de mulheres e de figuras com nomes que indiciavam uma origem estrangeira. O mais evidente era, contudo, a revelação do seu total desconhecimento face a muitos dos nomeados, em grande parte membros de uma nova geração e, apenas em alguns casos, com alguma expressão mediática no período eleitoral. Há uma nova França que chega ao governo.

Da nossa parte, dos diplomatas, uma atitude mais contida impôs-se. Sublinhávamos as nomeações óbvias, notávamos duas ou três novidades, mais ou menos inesperadas. Mas éramos reservados, nas apreciações pessoais. O país não é o nosso, o governo é o da França e, seja quem for que o integre, passa a ser o nosso interlocutor. 

A certo passo, alguém referiu um certo nome, agora ministro num determinado cargo. Praticamente ninguém o conhecia. Eu e um outro colega estrangeiro fizemos então "um figurão": havíamos almoçado com ele, há cerca de duas semanas. A nossa "glória" durou precisamente o tempo que nos demorou a dizer todas as escassas coisas que nos era permitido reportar daquela conversa. Amanhã, depois dos jornais e dos debates televisivos, todos ficarão a saber tanto como nós. Ou mesmo mais.

Não há nada de mais parecido com um "dinêr en ville", aqui em Paris, do que uma conversa num "Café du commerce" da província francesa ou no "Café central" de qualquer vilória nossa. Podem crer.  

quarta-feira, maio 16, 2012

Igreja

Foram cerca de duas dezenas os sacerdotes católicos que hoje reuni num almoço na embaixada. Trata-se de religiosos - portugueses mas também franceses, espanhóis, brasileiros e até angolanos - que prestam serviço junto das comunidades portuguesas e lusófonas, em Paris e arredores. 

Este encontro, que promovo anualmente desde a minha chegada, e onde algumas dessas pessoas acabam por se encontrar pela primeira vez, destina-se a agradecer o trabalho de acompanhamento dos cidadãos portugueses que esses sacerdotes desenvolvem, nomeadamente no domínio social.

A conversa, à mesa, não tinha agenda. Mas o tema dos novos imigrantes portugueses chegados a França esteve no centro das preocupações de quase todos, por se tratar de uma realidade a que é necessário estarmos bem atentos. Curiosas foram as notas deixadas sobre a relação entre a comunidade tradicional e os recém-chegados, com atos de generosa solidariedade dos primeiros, em relação aos segundos, a serem registados por alguns dos presentes.

Ferry

Jules Ferry é a grande referência histórica da educação francesa. Como político, é reconhecido como o introdutor daquilo que hoje é um orgulho de toda a França: a escola gratuita, laica e obrigatória. Morreu em 1893.

O novo presidente francês, François Hollande, quis homenageá-lo no dia da sua tomada de posse, como uma das grandes figuras do pensamento da República.

Aqui del-rei! Uns cocabichinhos da História foram logo desencantar algumas frases de Jules Ferry onde este defendia a superioridade de umas raças sobre as outras, na sua apologia do colonialismo. Nada que, à época, muita gente não pensasse.

Mas como agora está na moda, pelo "politicamente correto", obrigar à releitura crítica das ideias antigas, o presidente François Hollande acabou por ser obrigado, no seu discurso junto ao monumento a Jules Ferry, a fazer notar que parte das suas ideias era inaceitável e não deve servir de exemplo, à luz dos princípios do humanismo contemporâneo.

Pena é que, já agora!, o "politicamente correto" não se alargue à estética. Isso permitiria dizer que também já não são aceitáveis barbas como as que Jules Ferry exibia...

terça-feira, maio 15, 2012

Presidência (2)

Foi uma bela cerimónia aquela a que ontem assisti, como convidado, na "Mairie" de Paris, onde o presidente François Hollande foi recebido "pela cidade", com um discurso emocionado do "maire" Bertrand Delanoe. Com rigor e sentido histórico, ambos lembraram, nas suas intervenções, que Paris está para sempre ligada à data inesquecível na qual Charles de Gaulle inaugurou a nova liberdade francesa, no imediato pós-guerra. Uma recordação justa àquele que foi o fundador da V República que agora, uma vez mais, se renova.

Todos os que estavam no "Hôtel de Ville" desejavam sucesso ao novo presidente, na certeza de que um futuro de progresso da França não é indiferente ao futuro de todos nós, nesta Europa turbulenta e interdependente em que vivemos. Mas todos tinham, da mesma forma, plena consciência de que o presidente francês tem, diante de si, um período muito complexo e, essencialmente, não tem muito tempo para reagir à imensidão de problemas prementes. Nestes dias em que emergem os mais diversos comentários, Michel Rocard, o antigo primeiro-ministro, cometeu mesmo o mais notório lapsus linguæ da temporada, ao dizer: "François Hollande n'aura pas un état de grèce", quando pretendia dizer "de grace"...

Na cerimónia de ontem, naquela grande sala de gala da "Mairie" parisiense, praticamente não cabia mais ninguém. Uma larga área era ocupada por cadeiras onde estavam sentadas muitas figuras que a imprensa dá como potenciais integrantes de um governo que só será anunciado hoje à noite. Um amigo, velho "routier" da política francesa, comentava comigo, olhando os assentos desse núcleo de potenciais governantes: "C'est un paradoxe. Aujourd'hui ils sont tous assis, mais demain pour quelques uns il n'aura pas de places..." 

segunda-feira, maio 14, 2012

Presidência

Hoje, François Hollande, toma posse como novo presidente francês. Apesar da sua eleição se ter processado no termo de uma campanha muito tensa, com grande mobilização popular e forte participação nas urnas, sob uma notória bipolarização, o ambiente que rodeia a chegada do segundo presidente socialista ao Eliseu está já muito longe daquele que, em 1981, marcou a eleição de François Mitterrand. A ascensão democrática de François Hollande é aqui sentida com total naturalidade, como normal teria sido a reeleição do anterior presidente.

As coisas não foram assim em 1981. Vivia-se ainda então um tempo de "guerra fria", com a "détente" a fazer o seu paciente caminho. A entrada dos comunistas no governo francês era vista, por alguns, com um temor histórico quase existencial, sem que houvesse a perceção de que esse passo foi, precisamente, o princípio do fim da grande influência que o PCF detinha na política francesa, desde a Resistência. Recordo-me bem que, ao tempo, algumas "cassandras" falavam mesmo da possibilidade de, dentro em pouco, haver "carros de combate soviéticos na praça da Concórdia".

Ao jantar, comentava com um jovem francês esse ambiente de então, que ele não tinha vivido. E concluímos que o mundo já não é o que era: nos dias de hoje, já nem sequer há soviéticos...

São Moreirense

Acabo de saber e rejubilo: o Moreirense subiu à Primeira Liga!

Há tempos, um cronista de restaurantes que, na revista "Sábado", dava pelo nome de Augusto Maria de Saa, deu a um seu artigo o título de "Já viu jogar o Moreirense?". Que raio de pergunta! Nunca vi jogar o Moreirense, nem faço tenções de o fazer. Mas então, qual a razão do júbilo? 

Porque o texto chamava a atenção para o facto de, precisamente ao lado do estádio do Moreirense, se situar aquele que, para muitos, é o melhor restaurante de Portugal - o "São Gião". (Por mim, já o tinha dito aqui)

Agora, com a equipa vizinha ascendida à divisão principal do nosso futebol, o "São Gião" vai passar a ter nova e farta freguesia. Nestes tempos de troika & tralhas correlativas, é muito bom que o negócio do "São Gião" progrida. Só peço ao Fernando Pedro Nunes que os preços não "sofram" com a avalanche e que continue a garantir-me uma mesa nessa incomparável "catedral" de restauração de Moreira de Cónegos.

domingo, maio 13, 2012

Viagens

Leio hoje anunciado, pelo que deve ser verdade...

No dia 15 de julho, com os meus colegas diplomatas Marcello Mathias e António Monteiro, vou falar em Coimbra, na Quinta das Lágrimas, no Festival das Artes, sobre "As viagens dos portugueses, cinco séculos depois - Ásia, Brasil, África".

O convite partiu do nosso comum amigo José Miguel Júdice e da Fundação Inês de Castro. Esperamos que esta "troika" viajante possa trazer um saldo positivo para a conversa.

sábado, maio 12, 2012

"Paris vs New York"

É um livro divertido, por onde perpassa um humor culto, que traça um olhar sereno, mas muito atento e informado, sobre as dissemelhanças entre Paris e Nova Iorque.

A ideia nasceu num blogue e, já há vários meses, saiu em França um volume de desenhos sobre os contrastes nos hábitos e a vida de duas belas cidades. 

Tendo vivido em ambos os locais, recomendo.

sexta-feira, maio 11, 2012

Cesária lusófona

Ontem, comemorando o dia da Língua portuguesa, os países lusófonos encheram o grande auditório da UNESCO, numa homenagem musical a Cesária Évora, que, no ano passado, morreu aqui em Paris.

Se bem pensarmos, Cesária é uma das poucas intérpretes que hoje é comum a todo o mundo da lusofonia, que com a sua música se identifica com naturalidade. Talvez isso se deva ao facto do seu país de origem, Cabo Verde, ser, enquanto espaço de expressão cultural e humana, um espaço de cruzamento com uma riqueza bastante atípica.

quinta-feira, maio 10, 2012

Chandeigne

Desde há algumas semanas, a Librairie Portugaise et Brésilienne, de Michel Chandeigne, tem novas instalações, no 19/21 rue des Fossés Saint Jacques, Place de Estrapade, 75005 Paris, numa zona próxima do seu antigo endereço, também na zona do Panthéon. Aí pode ser encontrada uma muito boa oferta de títulos em língua portuguesa, originários de vários países, bem como de traduções francesas de muitas obras das culturas que se expressam na nossa língua.

Michel Chandeigne é uma personalidade a quem a cultura portuguesa em França muito deve, quer através das edições que promove, quer pelo trabalho desenvolvido na livraria, quer, igualmente, por toda a difusão da História e da cultura portuguesa que tem feito, em múltiplas conferências e palestras.

quarta-feira, maio 09, 2012

Os "Gês"

Há dias, numa conferência em Paris, Alfredo Valladão, um amigo brasileiro que, há muitos anos, é aqui professor universitário, falou sobre a relação entre o G8 (grupo que reúne os oito países mais industrializados do mundo) e o muito mais recente G20, onde esses Estados estão agora lado-a-lado com os "países emergentes" (como o Brasil ou a Índia) e um conjunto de outros de menor dimensão económica (aliás, já bem mais de 20...).

Numa graça, durante a sua intervenção, Valladão comentou: "No passado, os "emergentes" estavam no menu do G8. Agora estão a comer à mesa com eles". É pura realidade: com a sua crescente relevância à escala mundial, os "emergentes" como que forçaram os G8 a abrirem-se. 

Formalmente, o G8 continua a existir, embora a sua agenda, a regular sempre por consenso, seja cada vez menos substantiva, o que se ficará a dever, em grande parte, às reticências crescentes que chegam das bandas de Moscovo. Já o G20, que teve horas de glória mediática no auge da crise financeira, sendo um palco para afirmação de esperanças salvíficas de um novo entendimento universal, parece estar hoje em alguma "panne" decisória significativa, passado que foi, para alguns, o momento maior do susto.

Portugal, que não tem dimensão económica para poder ter ambição sequer de entrar no G20, olha para estes fóruns de designação cooptativa a uma certa distância, cabendo-lhe apenas tentar neles projetar os seus interesses, nomeadamente através da União europeia e de outros países com os quais tenha especiais relações ou identidade de posições. Mas, a prazo, o nosso país tem uma obrigação estratégica de lutar para que as decisões que possam afetar os seus interesses como país sejam reconduzidas para as estruturas multilaterais competentes, nomeadamente as Nações Unidas e as suas agências, bem como as instituições de Bretton Woods (FMI e Banco mundial). Os países mais fracos não têm nenhuma vantagem de verem decidido pelo outros o seu destino e, muito em especial, têm sempre a ganhar em que o processo decisório que os afete assente em modelos de representação democrática, controlada por regras transparentes e equitativas. E é uma evidência que o G8 e o G20, sendo uma realidade incontornável que há que ter em conta, estão muito longe de poderem, com total legitimidade, representar a comunidade internacional.

Emmanuel

Emmanuel Demarcy-Mota recebeu na passada semana, as insígnias da "Légion d'honneur", a mais prestigiada das condecorações francesas. Tive o gosto de estar presente, como seu convidado, nesta cerimónia, representando um país que o Emmanuel sempre identifica e reivindica publicamente como seu, a par da sua orgulhosa cidadania francesa.

aqui se falou, por mais de uma vez, de Emmanuel. Mas creio que muitos portugueses desconhecem ainda que o teatro, em França, tem hoje um cidadão luso-francês como um dos seus maiores expoentes. Com apenas 41 anos, o atual diretor do "Théâtre de la Ville" tem já uma impressionante carreira, feita de grandes sucessos. Mas gostava de sublinhar, porque sou disso uma testemunha privilegiada, que Emmanuel Démarcy-Mota tem sido igualmente o empenhado promotor de uma dedicada cooperação com várias instituições artísticas portuguesas. Também, nós, por isso, lhe devemos uma palavra de gratidão, que aqui quero deixar registada, a par de um abraço amigo de felicitações.

No agradecimento ao ministro Frédéric Mitterrand, Emmanuel Demarcy-Mota prometeu "travailler plus pour partager plus", uma expressão que é uma subtil e não inocente evolução do "travailler plus pour gagner plus", que o agora cessante presidente da República lançou, em 2007, como lema programático para a sociedade francesa durante o seu mandato.  

terça-feira, maio 08, 2012

Obra-prima

Aquele membro de um gabinete político estava contentíssimo. E com razão. Naquela viagem de Estado, num mercado de arte, fizera uma compra de um belo quadro, uma cópia perfeita de uma conhecida obra-prima. E o preço fora bem razoável.

Simpático, não se cansava de avisar os outros membros da delegação das oportunidades do mercado de arte local: "Vocês não percam esta oportunidade! Aproveitem! São cópias autênticas..."

O outro 25

Se a manifestação dos 50 anos do 25 de Abril foi o que foi, nem quero pensar o que vai ser a enchente na Avenida da Liberdade no 25 de novem...