sexta-feira, abril 05, 2024

Assim não dá!


Sou, desde há alguns anos, presidente do Clube de Lisboa / Global Challenges, uma organização sem fins lucrativos, criada em 2016, dedicada à discussão dos grandes temas globais, que organiza as bienais "Conferências de Lisboa", outros encontros temáticos internacionais e cursos universitários anuais, bem como diversos debates presenciais chamados "Lisbon Talks" e, por via digital, as "Lisbon Speed Talks', estas com dezenas de edições. 

Somos uma centena de associados, que pagamos as nossas quotas e, claro, trabalhamos "de borla", sem sede nem mordomias, apenas pelo "amor à camisola". Somos oriundos de diversas áreas e sensibilidades, não discutimos política portuguesa, nem sequer a política externa, operamos na preocupação de ajudar a transformar Lisboa num espaço de reflexão sobre temáticas de interesse comum, da energia à segurança, dos mares à sustentabilidade, entre muitas outras. Nas nossas conferências, enchendo a Gulbenkian e outros espaços, tivemos gente de dezenas de países, especialistas em imensas áreas e - não nos perguntem o segredo! - nunca pagámos um centavo de "fee" a ninguém. É verdade!

De que me queixo, então? Essa agora! De nos "roubarem" e usarem a nossa gente, os nossos associados!

Da anterior direção a que presidi, perdi, para o governo que agora sai, a minha vice-presidente, Helena Carreiras, que foi para ministra da Defesa, e o vogal da direção, Bernardo Ivo Cruz, que foi secretário de Estado da Internacionalização. Agora, o novo governo "saca-nos" Ana Isabel Xavier, nova secretária de Estado da Defesa. Acresce que o "uso" dos nossos associados é "escandaloso": foram os antigos ministros da Economia e dos Negócios Estrangeiros, António Costa Silva e João Gomes Cravinho, o consultor do presidente da República, Bernardo Pires de Lima, a consultora da ONU, Mónica Ferro, entre outros! É um fartar! 

Assim, não dá! 

7 comentários:

Flor disse...

O Sr.Presidente Seixas da Costa lá terá que convidar mais Associados.

Luís Lavoura disse...

Este país é muito pequeno para ter um governo e instituições da sociedade civil independentes.
Por exemplo, as televisões agora têm dois comentadores (Marques Mendes e José Miguel Júdice) com filhas no governo. Irão continuar a comentar, pois claro. Irão comentar o trabalho das filhas.

Anónimo disse...

"Este país é muito pequeno" discordo.
Um grande número de países europeus são do tamanho de Portugal ou menores em área ou em população.
Exemplos: Dinamarca, Holanda, Bélgica, Hungria etc.
Outros são maiores em área mas têm população em menor número ou aproximadamente igual. Exemplos: Noruega, Finlândia etc.
Mas estabeleceu-se a ideia de que Portugal é um país pequeno e não sai das cabeça das pessoas apesar e ser óbvio que não é verdade.
Zeca

Tony disse...

S. Embaixador. Certamente, um "alfobre" de categoria, mas com uma "reles" centena de associados, assim, não dá, para manifestações de rua. Só lhes resta a resignação. Mas como, desta vez, só roubaram uma pessoa, pode acontecer o regresso de algumas ou todas as 7 que refere. Se, o Sr. Embaixador, fosse homem de fé, estava garantido.

João Cabral disse...

Conclusão, falta o senhor embaixador.

Luís Lavoura disse...

Zeca

Eu escrevi "Este país é muito pequeno para ter um governo e instituições da sociedade civil independentes." Você só citou metade da minha frase, deturpando-lhe dessa forma o sentido.

É claro que Portugal é um país suficientemente grande para eu poder construir uma casa para nele viver, e é um país grande de mais para eu o percorrer todo a pé.

Mas, para ter uma sociedade civil independente do governo, Portugal não é suficientemente grande. É demasiadamente pequeno.

J. Carvalho disse...

“Sociedade civil independente”? Existe? Onde? Todos os partidos têm os seus “independentes”, que gostam de exibir. O problema é que esses “independentes” estão mais ligados a uns partidos do que a outros, donde a sua “independência” estar só no facto de não terem cartão, não pagarem quotas, e poderem apregoar “eu sou independente”, como disse há tempos o José Rodrigues dos Santos.

Depois, há os líderes partidários que acusam os seus adversários de já não conseguirem recrutar na “sociedade civil”, por onde andam, subentende-se, os tais “independentes”. Mas os líderes partidários não brotam da sociedade civil? Deixam de ser da sociedade civil só porque passaram a líderes? Ou será que toda a gente que está inscrita num partido deixa de pertencer à sociedade civil?

Quanto a Portugal ser um país pequeno. Creio que no final dos anos 60, do Século passado, um Senhor procurou mostrar, por comparação, que Portugal não é um país pequeno e que essa ideia do país “pequeno e pobre” era a ideia que o regime de então fazia passar, para conformismo e resignação da população. Ultimamente, tenho lido e ouvido vezes de mais essa mesma ideia, a do país pequeno. Será que o espírito salazarento está de volta (e em força)?

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