sábado, abril 27, 2024

O outro 25

Se a manifestação dos 50 anos do 25 de Abril foi o que foi, nem quero pensar o que vai ser a enchente na Avenida da Liberdade no 25 de novembro, data que nos livrou do comunismo e de outras coisas más assim.

15 comentários:

Unknown disse...

O 25 de Abril conduziu-nos à tragédia da descolonização, à perfídia do comunismo e à destruição da economia, Liberdade duradoura, nicles. Tirou-nos de uma ditatura e meteu-nos noutra ao longo do PREC.
Coube ao 25 de Novembro livrar-nos do comunismo (Eanes dixit) e devolver-nos a liberdade. Não conseguu foi livrar-nos da tragédia da descolonização e da destruição da economia que já estavam consumadas.
É verdade que, mesmmo assim, o 25 de Novembro vai ter uma festa menor do que a do 25 de Abril. Primeiro, porque não vai ter um tempo maravilhoso como o do 25 de Abril para o povo vir fazer a festa na rua e só Deus sabe como o povo adora vir para a rua; depois, porque não tem flores para dar simbolismo à data; terceiro, porque não tem tido até agora a imprensa e a TV promovê-lo.

Carlos disse...

Os 48 anos de regime ditatorial aqui e ali com contornos fascizantes em especial desde a promulgação da constituição de 1933 fizeram de Portugal o país mais atrasado da Europa Ocidental, com índices de desenvolvimento humano (analfabetismo, mortalidade infantil, etc.) típicos de terceiro mundo, uma economia alicerçada na exploração,das colónias e em baixos salários, com um nível tecnológico indigente, uma guerra colonial que matou milhares de jovens (só do lado português contam-se pelo,menos 10 mil) e deixou mais de 40 mil marcados na carne e no espírito. Um regime alicerçado na perseguição das vozes discordantes, com alguns episódios de repressão feroz. Foi um regime ilegítimo a que felizmente o 25 de abril pôs fim!

balio disse...

Carlos,
Portugal já era o país mais atrasado da Europa Ocidental há muitos decénios antes do golpe de 1926. O regime ditatorial nada tem a ver com a génese desse atraso.

Anónimo disse...

A propósito do comentário sobre a descolonização português do comentador das 00.43.
Quando vejo este tipo de conversa, apetece-me rever um pouco da história da África (não vale a pena escrever aqui sobre o processo "global" da descolonização que começou em 1776 com a independência dos Estados Unidos da América do Norte e depois das independências de países de todo o resto da América, ainda no séc. XIX, e depois das independências do oriente, com a Índia - a jóia da coroa britânica- em 1947...).
Em 1955, na África, eram independentes apenas 5 países; depois das conferências de Bandung (1955) e de Accra (1958), até os mais poderosos países europeus que tinham colónias perceberam e conformaram-se com "os ventos da história": descolonizaram, garantindo, em muitos casos continuar os recursos das ex-colónias, por via dos mecanismos económicos que haviam sido capazes de solidificar (o café e o cacau continuam a ver os preços fixados em Londres; os diamantes são avalizados na Bélgica; o petróleo em Londres e em Nova Iorque, o ouro na City...).
Em 1960, o "ano de África" tornaram-se independentes 17 colónias !!!
E Salazar e depois Caetano, isolados internacionalmente, achavam que Portugal, país "poderosíssimo e riquíssimo" podia fazer o contrário de todos os outros: manter um "Império tampão", pífio, com as sua "províncias" que iam do Minho a Timor.
No final de 1974 (ano em que rebentou a guerra em Moçambique) só não eram independentes, em toda a África , as colónias portuguesas e o sudoeste africano (o deserto da Namíbia, administrado de longe pelos alemães...)
E, com tudo isso, a culpa da descolonização portuguesa foi do 25 de Abril...
MB

J Carvalho disse...

Espero que a esquerda, toda a esquerda, não vá no engodo de celebrar um episódio no caminho de Abril. Deve deixá-los a palrar uns com os outros. Só isso.

João Cabral disse...

"Portugal é uma terra de liberdade, não é Moscovo!" - Mário Soares

João Cabral disse...

Sabemos que o senhor embaixador gosta de provocar, mas tratar assim levianamente o assunto, quando até visitou países comunistas e viu a realidade desses sistemas, é difícil de compreender.

afcm disse...

Andam espirituosos, os nossos governantes - tão espirituosos que passam a maior parte do tempo a inventar tonterias para abrirem telejornais...
Enfim, se fizessem um inquérito ao "país profundo",creio que a percentagem dos portugueses que sabem o significado do 25 de Novembro faria corar de vergonha os que com esta data pretendem agora ganhar nem sei o quê.

Este país não está para velhos - só para relhos.

Unknown disse...

Ao MB das 13 e 49

Eu não disse que a descolonização não devia ser feita. O que eu disse é que ela foi mal feita, que foi uma tragédia (com os responsáveis pelo 25 de Abril ao leme). A não ser que entenda que todas as descolonizações devem implicar morticínios e a entrega do poder a movimentos totalitários, ou seja, numa palavra, tragédia (para os que vieram e para os que lá ficaram). Mas não tendo sido afectado, percebo a indiferença e a insensibilidade.

marsupilami disse...

balio, a génese teria de ser forçosamente anterior, caso contrário nem teriam chegado ao poder. O antigo regime "apenas" perdeu , e perdeu deliberadamente , quase todas as oportunidades criadas pela grande aceleração do pós-guerra. É quanto baste para o condenar, e não faltam outras razões.

manuel campos disse...


Pois continuamos a não "ouvir" o que os outros dizem, as conversas tornam-se de surdos, o diálogo difícil.

Portanto conto uma história rápida, que tenho uma chanfana à minha espera.

Curei-me da última constipação que tive num 29 de Abril, data fácil de fixar porque foi o penúltimo dia que trabalhei em determinada empresa.
29 de Abril de 1984.
Faz hoje 40 anos que não me constipo.

Para comemorar este dia o carro de andar pelo país fez hoje 77777 kms, sendo 7 o meu número favorito e o de muita gente, dado que representa “a totalidade, a perfeição, a consciência, o sagrado e a espiritualidade”, tudo coisas que todos achamos que temos, ainda que o que uns têm não têm os outros, ninguém as tem todas ao mesmo tempo.
Nestes quase oito anos só avariou um sensor (barato) de 120€, 15 dias depois de acabar a garantia.
Como sempre acontece com as máquinas, dirão V. Exas.
O problema é que eu quis “enganar o destino” e fiz uma extensão da garantia de 2 para 4 anos: pois nem assim, esperou mais 2 anos para avariar.

J. Carvalho disse...

O número 7 contém, ainda, a magnificência dos 7 pecados capitais.

manuel campos disse...


J. Carvalho

Tem toda a razão e gostei particularmente da "magnificência", isto porque - e nunca é demais lembrá-lo - os 7 pecados capitais andam mal vistos e não se percebe porquê, aqui ou ali lá os vamos praticando, talvez com muito mais frequência que as 7 virtudes.
Que ninguém o admita de boa vontade é outro assunto.

Vem a propósito lembrar Woody Allen que (com Groucho Marx) é um dos meus filósofos favoritos:

"Parecia que o mundo estava dividido em boas pessoas e más pessoas. Os bons dormiam melhor, enquanto os maus pareciam aproveitar muito melhor as horas acordados".

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

O 25 de novembro é uma data muito útil para uma certa mole de simpatizantes do 24 de abril se disfarçarem de grandes amantes da Liberdade.






7ze disse...

Contudo, teremos de esperar 18 meses para o advento do respectivo cinquentenário, ou seja, não será este ano, mas para o próximo.

Uma nota para os tristes

Há vários anos que, quando penso (e penso muitas vezes) ir comer ao restaurante "Salsa & Coentros", não longe da Avenida do Br...