sábado, abril 06, 2024

Mortos e mortos

Em Gaza, as ações israelitas mataram dezenas de funcionários de agências humanitárias. Essas mortes não parece terem escandalizado muita gente. Agora, levantou-se um escarcéu pela morte de sete desses agentes. Porquê? Porque são estrangeiros. Os outros eram "apenas" palestinos... 

7 comentários:

Anónimo disse...

O dramático teatro de guerra, na Faixa de Gaza, não é local seguro para "do-gooders", bem intencionados/ingénuos, voluntários ou não. Sem linhas da frente defenidas nem combatentes uniformizados ninguém espere uma guerra entre cavalheiros e as, de permeio, Florence Nightingales.

Anónimo disse...

Exactamente. Oportuno Post!
a) P.Rufino

manuel campos disse...


Por aqui podemos ter "un petit aperçu" do que aconteceria quando começassem a morrer os "boots on the ground" que os que querem manter o próprio "ass on the couch" gostariam de espalhar pelo mundo.

J. Carvalho disse...

Pensei exatamente o mesmo quando vi a reação dos governantes desses países aos assassinatos, por oposição à complacência com que assistem ao genocídio (pela guerra e pela fome) dos palestinos. Até pode ter acontecido que os alvos tenham sido identificados pela IA, seguindo o princípio, se aquela ONG ajuda os palestinos, então, é um alvo a abater.

A hipocrisia e o cinismo tornaram-se as grandes virtudes dos dirigentes que governam a Europa, os EUA, o Canadá. Todos os dias Biden “avisa” Israel. Todos os dias a comunicação social difunde que Biden e Blinken “avisam” Israel. Mas todos os dias Biden abastece Israel de armamento.

O resultado, apesar de todos os “avisos” de Biden e das “lamentações” dos europeus, o genocídio prossegue, tem a mão de Biden, que é tão ou mais responsável pela carnificina quanto o é o governo de Israel e todos aqueles que, no terreno, obstaculizam o abastecimento de alimentos e medicamentos.
Mas se pensarmos no papel dos governantes europeus, só podemos concluir que seguem a vontade dos governantes americanos, logo a Senhora Ursula von der leyen, Borrell e outros também são coniventes no massacre, com o Senhor Scholz a ter um papel que nada o distingue dos americanos, quer no ao apoio político a Israel, quer no fornecimento de material bélico. O genocídio é coisa com que Schultz e o seu governo lida bem. A hipocrisia e o cinismo são os valores que dominam nesta matéria

Se compararmos com o que se passa com a Rússia, basta atentarmos na política de sansões. Os russos foram excluídos de tudo: futebol, judo, natação, atletismo, festival das cançonetas, etc. Bastava que se soubesse que um russo iria atuar num dado país, que um músico daria um concerto, que um escritor… enfim, ostracizados por todo o Ocidente, com a Europa na vanguarda.
Ora, Israel, que nem pertence à Europa, continua a ser recebido como um país de bem, que cumpre todas as regras e leis internacionais, sem que algum governante ou líder europeu ouse avançar com uma ideia, uma que fosse, de sancionar Israel, excluir, por exemplo, a participação das suas equipas nas provas europeias, nos jogos olímpicos, no festival da canção, que sancionassem os países europeus que vendessem armas a Israel.

Porque não o fazem, porque deixam Israel agir sem quaisquer limites, os dirigentes europeus são coniventes com a política de extinção das Palestina e do seu povo. Para terem as respetivas populações com eles, repetem até à exaustão as conferências de imprensa de Netanyhau , dos seus ministros e os “avisos “ de Biden. A verdade é que Israel com o apoio, mais ou menos declarado, dos governantes europeu e americanos está e, com grande probabilidade vai concluir a colonização que há muito programou.

É que nem o Papa ajuda nem Guterres consegue impor a sua razão.

João Cabral disse...

Acabamos a desvalorizar ambas as mortes.

Carlos disse...

A presidente da comissão europeia que aquando do ataque terrorista de 7 de outubro fez afirmações deploráveis incentivando a vindicta de Israel e correu esbaforida para apoiar Netanyahu, caucionando a suspensão do apoio humanitário aos palestinianos , bem que tinha agora uma oportunidade de se redimir e dar alguma credibilidade as declarações da União Europeia. Mas a realidade é que para ela bem como para uma boa parte do mundo ocidental, com algumas excepções, predomina a ideia de que o Ocidente é dono uma insuperável superioridade moral sobre os terroristas, os e duma forma geral sobre todas as nações que não subscrevem a visão dos EUA sobre o conflito do Médio Oriente.

A este propósito seria interessante o sr embaixador comentar uma percepção que eu tenho dos meus contactos com pessoas de vários países fora da UE: a UE deixou de ser vista como um ator autónomo no contexto das grandes discussões … na realidade o debate é entre os EUA, China, Rússia e o Sul Global … a UE não tem vi-os autónoma e alinha com os EUA. Nas discussões sobre acordos comerciais e outras questões de natureza mais bilateral a UE é vista como um actor que coloca na agenda as questões do desenvolvimento sustentável e das alterações climáticas como ecran de fumo para esconder uma postura eminentemente proteccionista não só sobre as questões agrícolas mas sobre todas as áreas onde se sente ameaçada.

Anónimo disse...

Desde 2006 o Hamas exerce, é o poder total na Faixa de Gaza. Venceu eleições e posteriormente derrotou militarmente a Fatah.
Pergunta: Agora, 2024, o Hamas seria de novo o vencedor em eleições (justas) na Faixa de Gaza?.

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