Como aqui tem a ver com deslocações, vai aqui um desabafo. Por uma razão qualquer que felizmente me escapa nunca percebi porque é que todas as semanas os jornais nos informam que os combustíveis vão subir ou descer na semana seguinte uns pozinhos, frequentemente acompanhados com títulos que nos aconselham a adiar uns dias o abastecimento da viatura ou ir a correr tratar disso se formos poupados. Como se isso não bastasse (porque a isso ainda temos fuga, é não ler), quem vê televisão ainda tem direito a uns bons minutos semanais de espantosas entrevistas dadas à janela da viatura, nas quais cidadãos sentados ao volante dizem exactamente o mesmo que outros cidadãos disseram todas as semanas de todos os anos passados, isto é, nada. Dou-me conta disso quando almoço em restaurantes que têm uma televisão acesa, ainda que o barulho ambiente ou o bom senso dos donos que tiram o som, me livrem de todo aquele espectáculo das banalidades com ar pomposo.
Peguemos no preço do gasóleo simples que está pelos 1,60 €/lt. Ora o gasóleo desceu agora 1 cent/lt. O carro com que ando na estrada tem quase 8 anos, gasta 5 lt/100 kms de gasóleo nunca passando dos 130 Kms/hora, é um ponto de honra para quem em 58 anos de carta tem apenas duas contravenções leves por excesso de velocidade (e duas contravenções leves por estacionamento indevido, o que não é mau para quem vive em Lisboa). O depósito do carro leva 66 litros e a reserva é de 8 litros.
Como é um bom princípio não deixar a reserva abaixo dos 25% do depósito (o que cumpro), atestar eram 50 litros. Em 50 litros gastava 80€ e poupava a portentosa quantia de 50 centimos, o que me permitiria uma ou duas aceleradelas suplementares mas sem abusar muito do pé. Mas continuo a ler todas as semanas que espere uns dias ou me precipite já para a bomba antes das próximas mexidas.
Se Descartes nos disse que o bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo pois toda a gente considera que tem muito mais do que precisaria, Umberto Eco lembrou-nos que a parvoíce também está muito bem distribuída pois toda a gente acha que tem o mínimo que se pode ter. E continuaremos com os anúncios semanais do sobe e desce de centimos, uma forma subtil de nunca ninguém saber às quantas anda e achar tudo normal.
PS- Há 2 semanas tinha que estar ao fim da tarde em Cascais. Pouco habituado a ir para aqueles lados àquela hora, resolvi saír da zona do Campo Pequeno, onde estava naquele dia, com uma hora e um quarto de antecedência para fazer aqueles miseráveis 30 kms de A5, já a contar com atrasos de eventuais eventualidades. Consegui sair de Lisboa e entrar na A5 exactamente uma hora e quarenta e cinco minutos depois, tendo que fugir da Praça de Espanha entupida por um desastre na ponte e andar numa Lisboa caótica até chegar às Amoreiras e conseguir entrar por ali. Lá se foram as economias dos cêntimos de gasóleo dos próximos 10 anos.
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Como aqui tem a ver com deslocações, vai aqui um desabafo.
Por uma razão qualquer que felizmente me escapa nunca percebi porque é que todas as semanas os jornais nos informam que os combustíveis vão subir ou descer na semana seguinte uns pozinhos, frequentemente acompanhados com títulos que nos aconselham a adiar uns dias o abastecimento da viatura ou ir a correr tratar disso se formos poupados.
Como se isso não bastasse (porque a isso ainda temos fuga, é não ler), quem vê televisão ainda tem direito a uns bons minutos semanais de espantosas entrevistas dadas à janela da viatura, nas quais cidadãos sentados ao volante dizem exactamente o mesmo que outros cidadãos disseram todas as semanas de todos os anos passados, isto é, nada.
Dou-me conta disso quando almoço em restaurantes que têm uma televisão acesa, ainda que o barulho ambiente ou o bom senso dos donos que tiram o som, me livrem de todo aquele espectáculo das banalidades com ar pomposo.
Peguemos no preço do gasóleo simples que está pelos 1,60 €/lt.
Ora o gasóleo desceu agora 1 cent/lt.
O carro com que ando na estrada tem quase 8 anos, gasta 5 lt/100 kms de gasóleo nunca passando dos 130 Kms/hora, é um ponto de honra para quem em 58 anos de carta tem apenas duas contravenções leves por excesso de velocidade (e duas contravenções leves por estacionamento indevido, o que não é mau para quem vive em Lisboa).
O depósito do carro leva 66 litros e a reserva é de 8 litros.
Como é um bom princípio não deixar a reserva abaixo dos 25% do depósito (o que cumpro), atestar eram 50 litros.
Em 50 litros gastava 80€ e poupava a portentosa quantia de 50 centimos, o que me permitiria uma ou duas aceleradelas suplementares mas sem abusar muito do pé.
Mas continuo a ler todas as semanas que espere uns dias ou me precipite já para a bomba antes das próximas mexidas.
Se Descartes nos disse que o bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo pois toda a gente considera que tem muito mais do que precisaria, Umberto Eco lembrou-nos que a parvoíce também está muito bem distribuída pois toda a gente acha que tem o mínimo que se pode ter.
E continuaremos com os anúncios semanais do sobe e desce de centimos, uma forma subtil de nunca ninguém saber às quantas anda e achar tudo normal.
PS- Há 2 semanas tinha que estar ao fim da tarde em Cascais.
Pouco habituado a ir para aqueles lados àquela hora, resolvi saír da zona do Campo Pequeno, onde estava naquele dia, com uma hora e um quarto de antecedência para fazer aqueles miseráveis 30 kms de A5, já a contar com atrasos de eventuais eventualidades.
Consegui sair de Lisboa e entrar na A5 exactamente uma hora e quarenta e cinco minutos depois, tendo que fugir da Praça de Espanha entupida por um desastre na ponte e andar numa Lisboa caótica até chegar às Amoreiras e conseguir entrar por ali.
Lá se foram as economias dos cêntimos de gasóleo dos próximos 10 anos.
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