Os EUA estão exultantes, sempre sob a batuta do lóbi israelita. Em Israel, a hora é de júbilo, claro: agora, resta a solução final para o problema de Gaza. Na Arábia Saudita, por entre os panos, abrem-se garrafas de sabe-se lá de quê e dizem: ufa! A China, a precisar dos fósseis iranianos, deve estar a mandar recados para manter Ormuz aberto. A Rússia vê os réditos do crude a subir e até se sente mais livre na Ucrânia. A Europa de Bruxelas exulta: o "dirty work" finalmente foi feito, sem mexerem uma palha; a hipocrisia pode continuar. A Índia nunca gostou da ideia de ter mais um no clube nuclear. O resto? O resto é, como sempre, o resto. Aqui, do sofá, é um jogo curioso.
4 comentários:
Curioso, tenho a impressão de que Trump enganou bem enganados os israelitas e que tudo foi fogo de vista.
A Europa de Bruxelas não tem voz, ponto final. Nem sequer na Ucrânia, quanto mais no Médio Oriente. Faz o que Washington lhe manda ou deixa fazer.
o meu sofá ,não dá para tanto!
Infelizmente não se processou nenhuma alteração moral em Bruxelas. A mesma hipocrisia e o mesmo suicídio económico dos últimos anos. Que os europeus continuarão a pagar e só prova que a UE hoje não defende os interesses da Europa nem dos europeus e é tão desonesta como os US e Israel, totalmente à margem do Direito Internacional e da Carta da ONU.
Diz a von der Leyen: “ Iran must never acquire the bomb” e acrescenta “ respect for international law is critical”, “ Now is the moment for Iran to engage in a credible diplomatic solution”.
Frases proferidas pela Presidente da Comissão Europeia após os bombardeamentos sucessivos do Irão por parte de Israel e dos EUA.
Eu também não estou confortável com a perspectiva do Irão poder vir a deter armas nucleares como me inspira a mesma preocupação em relação as armas nucleares do Paquistão ou de Israel. Mas o Irão é um subscritor do tratado de não proliferação de armas nucleares, não se podendo dizer o mesmo de Israel que é um estado que não reconhece o Direito internacional. Por esta razão a referência ao respeito pela ordem internacional e o apelo à via diplomática são duma duplicidade particularmente chocante.
Na véspera do bombardeamento uma delegação do E3 (UE, FR, DE e UK) chefiada pela Kallas tinha se encontrado com o ministro dos negócios estrangeiros do Irão em Genebra. Do comunicado ressalta a vontade mútua em prosseguir os contactos diplomáticos e a UE “apoia os esforços dos EUA para uma solução negociada”. Pelos vistos apoiam a diplomacia da bomba!
De qualquer forma ninguém quer saber do que pensa a União Europeia! Uma vez mais de torna patente o descalabro total da “diplomacia europeia” cuja arrogância que só tem comparação na total irrelevancia das suas afirmações.
Podiam ao menos fazer o esforço de preservar um módico de decência e dignidade. Como será que se sentem quando se olham no espelho?
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