sexta-feira, outubro 25, 2024

Guterres e os BRICS

Guterres não poderia nunca eximir-se a estar presente na cimeira dos BRICS, apenas pelo facto de ela ter lugar na Rússia - que, aliás, é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Quando os EUA invadiram ilegalmente o Iraque, o SG da ONU cortou relações com Washington?

Devendo estar consciente de que a forma é relevante para o conteúdo das coisas, a máquina da ONU deveria ter cuidado ao pormenor - e visivelmente não o soube fazer - da coreografia dos momentos do seu SG com Putin, evitando o aproveitamento por este das "photo opportunities".

11 comentários:

Nuno Figueiredo disse...

pois é. o diabo está nos pormenores...

Anónimo disse...

Desculpe, mas não há desculpas. Como é possível o secretário geral da ONU ir "jantar" a um país que violou e continua a violar as regras do direito internacional e teve a " amabilidade" de o tratar mal quando por lá apareceu a tentar mediar o conflito?! Acho que Guterres deu um tiro mortal ou quase na sua credibilidade. Para mim, foi chocante e deve tê-lo sido para muita gente.

Lúcio Ferro disse...

É o que já por aqui tenho lido: coreografias diplomáticas ridículas. Ou serão hábeis?

Anónimo disse...

É óbvio que Guterres, secretário geral da ONU, não podia recusar o convite. Afinal ainda são membros da organização que representa.

Da mesma forma que não devia, nem podia, ter recusado estar presente na cimeira de paz promovida pela Ucrânia na Suíça. Mas o certo é que recusou.

Do resto, para quem defende o direito internacional e a carta das Nações Unidas, uma postura carrancuda e expressamente desconfortável era o mínimo exigível.

Carneiro

Anónimo disse...

António Guterres fez bem em deslocar-se a Kazan e ali manter os encontros agendados.
Já teria feito mal se se tivesse deslocado à comédia da “Conferência de Paz” naquela estância turística de luxo na Suíça, o que teria sido um sinal de apoio ao traste do Zelensky, criatura sem o mínimo de credibilidade política que não é mais do que uma marioneta dos interesses estratégicos e políticos da Nato/UE e EUA.
Se um dia chegar a haver uma qualquer Conferência de Paz para aquele conflito, que terá de sentar à mesa das conversações quer a Ucrânia, quer a Rússia, obviamente, o SG Guterres poderá muito bem vir a ser convidado a participar nessa Conferência e dar o seu contributo (em nome das NU).
a) P. Rufino
* (Permita-me o autor deste Blog um comentário lateral: António Guterres seria sem dúvida um excelente PR aqui no Rectângulo. Mas, sabemos bem que tal nunca irá suceder. Pena!)

PedroM disse...

Eu acho que não só podia como devia ter optado pela ausência. E o recente escalar da Guerra na Ucrânia, com a Rússia a trazer para o conflito a Coreia do Norte, numa violação clara da carta da UN, era razão mais do que suficiente para recusar estar presente.
Como diria o célebre Groucho Marx "a sua ausência teria preenchido uma lacuna na cimeira dos BRICS".

Anónimo disse...

Não queria dizer isto mas o sorriso e o desvelo com que Guterres cumprimentou Putin devem ter funcionado como uma brutal botefada e um boçal insulto para todos os ucranianos que amam a sua pátria.

josé ricardo disse...

Falta pouco para o senhor zelensky considerar Guterres persona non grata. Nenhum jornalista, que eu visse, questionou o nosso inefável presidente da república e o nosso moralista primeiro ministro sobre a reação do presidente ucraniano relativamente á visita de Guterres à Rússia.

Lúcio Ferro disse...

Como? Está a falar dos mercenários norte-americanos, canadianos, britânicos, franceses? Bom, fique o nosso PedroM a saber que o único objectivo da historieta dos NC é o de envolver os EUA no conflito, tem a ver com os NC serem o demónio e tal, Holliwood fex um filme sobre isso. De resto, não há qaulquer indício de NC na Ucrânia. E mesmo que fosse, senhor, 3000 tipos, por favor, não nos faça rir.

Lúcio Ferro disse...

O senhor é Ucrâniano? Faz parte de um milhão de baixas ucranianas até ao momento?

Lúcio Ferro disse...

E fizeram muito bem. Caladinhos, que já há suficientes problemas internos e uma guerra sobre a qual nada devemos ter a ver com, é assunto doutras personagens.

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