segunda-feira, agosto 26, 2024

La France

A França vive um período constitucional muito interessante. Macron finge não ter percebido que o seu papel de "chef de l'État" já não é o de um presidente da V República. A oposição faz de conta de que tem maioria para forçar uma co-habitação. Volta, Duverger! 

5 comentários:

manuel campos disse...

"La monarchie républicaine - ou comment les démocraties se donnent des rois" ?

Luís Lavoura disse...

Volta, Duverger!

Não se trata de um problema a ser resolvido por constitucionalistas, como Maurice Duverger, mas sim a ser resolvido através de uma mudança da Constituição.
A Constituição francesa é que está errada, ao instituir um sistema semi-presidencialista, no qual não se sabe bem se o Governo deve emanar do Presidente da República, se da Assembleia.
O que urge é alterar a Constituição. E, de caminho, alterar também o sistema eleitoral, o qual deve ser verdadeiramente proporcional.

Joaquim de Freitas disse...

“A Republica, porque é indivisível, não admite nenhuma aventura separatista.”

Frase de Macron , num discurso no Panthéon, aquando da celebração da Terceira Republica, por Léon Gambetta, em 4 de Setembro 1920.”

Macron , que decidiu que um partido, o mais votado, não pode governar a França, quando o resultado das eleições legislativas indica que o seu perdeu. A Quinta Republica morreu com o Macronismo.

Luís Lavoura disse...

manuel campos

Sob muitos pontos de vista, os EUA também têm uma monarquia republicana. O presidente é lá tratado como se fôra um rei, havendo "primeiras-damas" e dinastias de presidentes.
Porém, os EUA têm a grande vantagem de a sua Constituição estabelecer claramente uma separação de poderes entre o Presidente e o Congresso. Não há qualquer confusão constitucional sobre o que compete a quem, nem quem tem o direito de fazer o quê. Ao contrário da Constituição francesa, que instituiu um regime dito "semi-presidencialista" que, como se vê agora, é muito confuso.

manuel campos disse...

Luís Lavoura

Agradeço a sua informação de que já tinha conhecimento nas suas linhas gerais, há sempre a possibilidade de interpretações mais ou menos diferentes no pormenor.
Mas fez bem, nunca é demais relembrar (ou informar quem não sabe).

Não sei se reparou que aquela frase que ali pus está entre aspas, seguida de um ponto de interrogação, o que não é um erro nem um acaso.
Estou no entanto certo que o nosso Embaixador (e não só) terá percebido onde eu queria chegar, aquele é o título de um livro de Maurice Duverger (1917-2014) que me pareceu vir a propósito citar nesta altura, não é uma opinião minha que eu tenha traduzido para o francês para me dar ares de intelectual, é do domínio público que eu já “me dou ares” de tudo e mais alguma coisa mesmo só na língua materna.

O livro é de 1974 e foi editado pela Robert Laffont.
As primeiras páginas estão disponíveis aqui (incluindo o índice)
https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k3398394c/f11.item
onde se podem obter informações de como aceder ao livro online.
As páginas todas na versão papel estão disponíveis ali na minha estante mas não as empresto a ninguém senão nunca mais o vejo.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...