segunda-feira, abril 08, 2024

O 25 de Abril e a política externa portuguesa


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8 comentários:

Luís Lavoura disse...

Que a descolonização era inevitável, penso que toda a gente concorda.
O que se questiona é se a tragédia era inevitável. Isto é, se haveria forma de descolonizar que não conduzisse à tragédia.

Francisco Seixas da Costa disse...

Convém não se ficar pelo título.

Francisco Seixas da Costa disse...

Luís Lavoura. Se não tivesse lido apenas o título, e tivesse ouvido o que eu disse, não escreveriao que escreveu.

Luís Lavoura disse...

Francisco, é verdade, li somente o título.
Não tenho tempo para ouvir nem metade daquilo que você diz...

Carlos Antunes disse...

Claro que a intervenção do Senhor Embaixador no podcast “O Mundo a Seus Pés” ultrapassa em muito a questão da descolonização e daí a minha incompreensão para o título escolhido “a descolonização foi uma tragédia, mas era praticamente inevitável”, que penso aliás não corresponder exactamente aquilo que o Embaixador disse - creio que afirmou que a descolonização era inevitável, mas não a tragédia que ocorreu!

Há uns anos atrás, tive ocasião de assistir a um debate sobre colonialismo realizado na Universidade Nova de Lisboa (2016) que juntou à mesma mesa Adriano Moreira, José-Augusto França, Eduardo Lourenço e Hélder Macedo, e a ideia/conclusão mais patente ao longo de todas as intervenções foi a de que “colonizámos mal, mas descolonizámos pior”.

Subjacente a esta ideia de “descolonizamos pior” ou das tragédias que ocorreram (não apenas a questão dos retornados, mas sim os das guerras civis pós-independências), foi que nas ex-colónias, ao invés do que é normal, o fim da guerra e a solução da independência foi responsabilidade dos militares portugueses e não dos políticos.

A este propósito, Vasco Pulido Valente em entrevista ao DN (1/07/2018) sobre Mário Soares e a descolonização:
«Mesmo que uma parte da população nunca o tenha desculpado pela descolonização?
Isso é um disparate que tantas vezes foi explicado à população. Quando o Dr. Mário Soares chegou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros já o coronel Fabião estava aos abraços com o PAIGC e o Otelo aos abraços à FRELIMO. Não havia negociação possível. Quem fez a descolonização não foi o Dr. Mário Soares mas o MFA. Ele não queria fazer aquela descolonização, e foi assim porque o exército português se desfez em 48 horas em Angola, Moçambique e Guiné. Neste último fomos mesmo ao encontro das tropas inimigas e confraternizámos poucos dias após o 25 de Abril. Como aconteceu no norte de Moçambique e quase imediatamente em Angola.»


Unknown disse...

O que eu teria a dizer sobre a descolonização e sobre os seus protagonistas é impublicável. Por isso me abstenho. Confio no julgamento da História, que não é para as nossas gerações.

Francisco Seixas da Costa disse...

Luís Lavoura. Avaliar uma peça pelo seu título é uma inferioridade.

AV disse...

Gostei de ouvir esta entrevista. É rica em visão na perspectiva de quem esteve por dentro de centros de decisão. De tal forma que tenciono revisitar alguns momentos.

Confesso que não entendo a irritação em relação ao comentário inicial de Luís Lavoura. Se a tragédia era inevitável é uma pergunta legítima. Não seria no quadro de uma mentalidade portuguesa vigente (e de outras mentalidades) na altura. Mas há sempre outras opções e leituras possíveis.

Em relação ao título da entrevista, relembro o que nos disse sobre o conselho de António Guterres: a pior frase (ou a frase mais controversa) vai ser o título da entrevista.

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