sábado, novembro 20, 2010

Sono

Um das boas cabeças diplomáticas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que bem nos tem representado em Timor-Leste, tombou ligeiramente de sono durante uma cerimónia pública. A foto do "acontecimento", bem como a graça do presidente Ramos Horta ter aproveitado para registar também o instante na sua máquina, andam a correr o nosso mundo, da blogosfera ao jornalismo.

Esta é talvez a ocasião de dizer que vale mais o embaixador Barreira de Sousa a dormir do que muitas pomposas e ridículas figuras, que agora o podem criticar, bem acordadas.

Há anos, uma grande personalidade política, cujo nome agora não me ocorre, e que estava ao meu lado num painel, pediu-me que a despertasse, se acaso viesse a cochilar durante a intervenção do orador seguinte. Foi "tiro e queda": segundos depois, tive mesmo de desligar discretamente o microfone que tinha em frente, porque já ressonava baixinho...

17 comentários:

Cunha ribeiro disse...

Conta-se também que dois ilustres representantes do Estado, leram o "mesmo" discurso, no intervalo de pouco mais de uma hora...

( Já estou a ver por que razão...)

Helena Sacadura Cabral disse...

Ai Senhor Embaixador, subscrevo. Esses pequenos sonos não importam nada. Só fazem bem. Mário Soares é especialista e veja o animal político que ele é!
Mas Ramos horta podia ter registado um instante mais vivo com a sua máquina...

Anónimo disse...

Eu também, acho até que que há uma sinceridade orgânica coerente com o interesse do assunto e do orador que desperta o Sono, no mínimo sedutor do abandono em presença física da palestra para uma comunicação intrapessoal como intimista.

Agora desde logo premeditado...E fazendo parte do painel de oradores, de facto ...Que coragem.
Subscrevo a doutora Helena.
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Entre um e outro, o que dorme e o que tira a fotografia, o Diabo que escolha!
Rilvas

Anónimo disse...

Quanto à "personalidade política" cujo nome diz já não se lembrar, eu atrevo-me ao palpite de que, se não foi ele, podia muito bem ter sido, tal a facilidade de passar pelas brasas que sempre lhe foi reconhecida e o próprio confirmava,......o Dr. Mário Soares!...

João Queiroga

Anónimo disse...

dois outros sonos de que me lembre:
um antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros que adormeceu durante o encontro entre o Presidente da República e um monarca estrangeiro de visita oficial a Lisboa;
um antigo Presidente da CML - excelente pessoa - que foi paulatinamente adormecendo à medida que lia o seu próprio discurso...
Num e noutro caso não veio mal ao Mundo, como não virá das brasas pelas quais passou o Embaixador em Dili.

Anónimo disse...

Um Presidente da República pode, constitucionalmente, acumular as suas funções com as de um fotógrafo oficial?

Alcipe disse...

Apoiado!

Anónimo disse...

Pouco diplomático o gesto de Ramos Horta (do qual não sou admiradora)!

IBP

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Caríssimo Senhor Embaixador Francisco Seixas da Costa,

A sociedade mediática em que vivemos apropria-se destes pequenos sensacionalismos para fazer críticas muito levianas.

Há oradores que por falta de poder persuasivo e de sentido de humor podem pôr muitas audiências ensonolentadas ou mesmo a dormir, talvez fosse uma solução para quem tem insónias...

Não conheço o Embaixador Barreira de Sousa, mas pode ter havido muito boas razões para o seu merecido sono que foi apanhado na pequena partida que o presidente Ramos Horta lhe pregou.

Muito obrigado, por mais esta fantástica peripécia que aqui nos conta!

Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

"Um das boas cabeças diplomáticas do Ministério dos Negócios Estrangeiros" ??? "que bem nos tem representado em Timor-Leste"??? Opiniões!

Gil disse...

Conta-se que, porque uma audiência de um Presidente da República a uma delegação chinesa de alto nível se estar a prolongar muito para além do tempo previsto, algumas pessoas que aguardavam na antecâmara, preocupados com o facto, espreitaram discretamente por uma frincha da porta.
O Chefe de Estado cochilava placidamente e os dignitários orientais mantinham-se em silêncio, pastas ao lado das cadeiras, mãos pousadas sobre os joelhos, sem lhes passar pela cabeça a indelicadeza de acordar o seu (não) interlocutor.
Si non e vero…

LP disse...

Também já adormeci num agrupamento de pessoas em mesa de trabalho, a que chamamos de reunião. O chefe não achou piada e fez-me o reparo que que para a próxima não deveria ir para a rambóia antes do dia das reuniões. Eu assenti ao reparo, e disse-lhe, que para a próxima prepararia as reuniões na hora de expediente em vez de até madrugada.

Armenio Octavio disse...

não comentando o facto relatado, mas me contenho eu fazer um singelo e simples comentário (genérico)

Se os discursos e a forma fossem outras, haveria menos sonolência em muitas ocasiões

Anónimo disse...

Aconteceu com alguém que por acaso contactei por várias vezes e conheço parte do percurso.

O que posso dizer é que se trata de alguém cujo o estilo poderá não agradar a muito boa gente mas, se há algo que não poderá ser acusado, é de falta de dedicação ao trabalho. Por vezes até de forma obsessiva.Talvez seja essa a razão do tal cansaço...

Talvez seja um Diplomata pouco diplomata mas antes desses do que alguns que andam apenas aparentemente acordados.

Manuel Alves disse...

Senhor Embaixador,

Sobre o repouso deste nosso guerreiro em terra Maubere, nada a dizer: o sol de Timor, o cansaço, jet leg, um discurso ouvido em tetum, sei lá, muitas razões nos podem ali fazer "passar pelas brasas". Mas já sobre o encómio, "uma das boas cabeças diplomáticas do Ministério" que "bem nos tem representado em Timor", por favor, tenha dó destes seus fiéis leitores e admiradores, onde me incluo...

Anónimo disse...

Este seu "post" é a prova de que é verdade que dois polos opostos atraem-se. Como é que um democrata inteligente e actual como o Senhor Embaixador pode fazer o elogio de uma pessoa como o Dr. Barreira de Sousa, que é, em todos os aspectos o seu oposto? Existe o respeito pela diferença, mas...só até certo ponto.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...