Muitas vezes o humor era um tanto primário, os "gags" eram algo forçados, o conjunto de situações era frequentemente previsível. Houve um pouco de tudo, de bom e de mau, na imensidão de comédias "assim-assim" que protagonizou. Porém, num mundo cinzento como o que temos, será que não devemos uma singela homenagem a quem, durante tantos anos, nos fez dar umas saudáveis gargalhadas e nos alegrou por muitas horas?
Neste tempo propício a dívidas, quero declarar que tenho uma dívida de gratidão para com Leslie Nielsen. Deixo-a aqui expressa, na hora em que morreu. De riso, espero eu.
8 comentários:
O riso é saudável e muito ri e continuo a rir com os filmes de LN.
Dentro da variedade de cómicos que nos deu o cinema, europeu ou dos eua, ele tem o seu lugar. Merece portanto uma homenagem e bem faz o 2 ou 3 coisas em lha prestar.
Bem lembrado. Embora nem sempre fosse o humor mais conseguido.
A propósito recordo Mario Monicelli, o pai da comédia italiana, que se suicidou ha dois ou três dias, aos 95 anos e que me proporcionou das mais verdadeiras gargalhadas.
Que fará alguem suicidar-se com esta idade?
Subscrevo.
Isabel Seixas
Muitas razões me levam a gostar do seu blogue. Uma delas é o facto de não se preocupar muito, pelo menos essa é a ideia com que se fica, em escrever o que possa parecer bem a outros, mas sim o que lhe dá prazer. O texto sobre Leslie Nielsen é disso exemplo. Os filmes dele tinham lugar cativo nos autocarros que faziam a carreira entre Moura e Lisboa e entre Mértola e Lisboa. Humor básico? Talvez. Pouco sofisticado? Sem dúvida. Mas coisas assim, às vezes, também fazem falta. Ri-me muito com os disparates de Leslie Nielsen. Parabéns pela homenagem. Eu próprio gostava de ter tido esse golpe de asa. Mas não tive.
Senhor Embaixador, no post “Blake & Mortimer", quando referi o Mr. Magoo lembrei-me do Leslie Nielsen.
Desempenhou um Mr. Magoo bem hilariante e fez umas tantas comédias que provocaram bons momentos de divertimento, para além de ser um dos últimos actores de uma geração de ouro de Hollywood.
Já agora, faço referência a um outro comediante que me faz “rir até às lágrimas” – o Louis de Funès. Há tempos comprei os filmes que vi na adolescência e que, quando estreavam na Páscoa ou nas “férias grandes”, esgotavam sessões e sessões no Alvalade, no Império, no Condes e no Roma.
Outros tempos!!!
Isabel BP
Curiosamente, a imagem que me veio à mente, neste momento, foi, não a de um filme cómico, em que ele foi o principal actor, mas o do filme Poseidon (o 1º), onde ele desempenhava o papel de Comandante desse navio, o qual veio a ser vítima de uma onda gigante, supostamente provocada por uma Tsunami (o que científicamente é irreal, pois as Tsunamis no alto mar "viajam rápido, mas a muito baixa altura, ou altitude, só já perto de terra conseguem a elevação mortífera que as notabilizou, tristemente. A maior até hoje registada, terá sido em águas japonesas, nos idos anos 2o, ou 30, com uma altuta de 200 pés, ou seja, 66 metros, a altura do edifício do Ministério do Trabalho, ou como se chama hoje, na Av. de Roma). O Comandante Harrison, L.N. himself, encontrava-se na sala do restaurante, quando é chamado para ir até à sala de comando do navio ver o que se passava, visto o radar assinalar algo anormal. E pouco depois lá se vê uma onde gigantesca. O resto é conhecido. Nielson tem uma participação apenas inicial, mas não sei porquê, registei aquela sua imagem para sempre. Num papel longe do cómico.
Gostava dele.
P.Rufino
O cómico de LN é o cómico dos disparates, da personagem desastrosa que está sempre a meter a pata onde não deve e a provocar incidentes ou acidentes. Tal como o peter sellers do inspector clouseau.Ou jerry lewis. Depois, LN tinha aquele ar de senhor elegante e sério que tornava o contraste ainda maior. Nada como o bucha e estica ou os 3 estarolas, que eram cómicos mesmo só em fotografias.
Não sabia da morte do italiano MM de que HSC nos informa. Possivelmente, achou que a vida inactiva, quando todos os seus companheiros de cinema já se tinham ido, era um prolongamento sem sentido.
Caro Patrício Branco,
Discordo quando refere que o Mario Monicelli "possivelmente, achou que a vida inactiva, quando todos os seus companheiros de cinema já se tinham ido, era um prolongamento sem sentido" porque cada um é que deve fomentar a sua vida activa para lá daquilo que a sociedade impõe como limite (desde que goze de boa saúde e sanidade mental).
Temos o grande exemplo do Manoel de Oliveira, já cá não andam os realizadores do seu tempo, e, no entanto, prepara novo filme à beira dos 102 anos.
Aplica-se bem aquela frase - "Palavras para quê? É um artista português". Continuação de boa longevidade para o nosso cineasta.
Isabel BP
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