Há uns tempos, uma amiga perguntou-me: "Não escreveste nada por ocasião da morte do Mário Bettencourt Resendes. Porquê?". Nesse momento, dei-me conta de que pode haver quem espere que este blogue "funcione" com o ritmo de um jornal, onde seja quase obrigatório notar a desaparição das figuras proeminentes. Não é nem pode ser assim.
A essa amiga, expliquei que, embora conhecendo pessoalmente Mário Bettencourt Resendes e tendo dele uma imagem, pessoal e profissional, muito positiva, não terei encontrado, naquele momento, um motivo de oportunidade para fazer uma nota. Porquê? Sei lá! Porque não tinha tempo, porque estava cansado, porque me não ocorreu nada que pudesse justificar uma escrita para posterior leitura, por um monte de outras razões conjunturais.
As evocações por aqui de figuras que desaparecem não têm nenhuma lógica entre si. Porquê falar de Laurent Fignon e não de António Feio? E de Pina Martins e não de Hugo dos Santos? Ou de Mercedes Sosa e não de Mariana Rey Monteiro? Ou de tantos outros?
Este blogue é e será sempre um livre exercício do acaso. Essencialmente, do tempo disponível, que não é muito. Há posts que são feitos em segundos (o que, às vezes, se reflete na respetiva escrita), outros podem derivar de uma maior elaboração. Não há regras. A única coerência que pretendo expectável diz respeito às ideias que possam transparecer do que aqui se escreve. E nem isso está, em absoluto, garantido...
8 comentários:
Parabéns senhor embaixador! Como pesquisadora em comunicação e jornalista, digo que nesta definição o senhor expressa o conceito de um blog: desejo de expressão, independente do compromisso jornalístico.
Mágda Cunha, professora e pesquisadora, PUCRS/POA/Brasil
"E nem isso está, em absoluto, garantido... "
Oh! Claro! Essa é a génese das "partidas"...
Sem hora, ora...
Isabel Seixas
Senhor Embaixador
Agora ando em fase de rir. Não tenho de quê, como a hiena. Mas ouvir ontem o discurso de Obama deu-me alma.
Por isso, brincando a sério, gostaria quando morrer de merecer um post seu!
:-))
" Um blog é o livre exercício do acaso...". Bonita frase, Sr Embaixador.
Sei por experiência própria como os textos que vão entrando (nos BLOGs) nos escapam, quantas vezes sem a roupa que gostaríamos que eles vestissem. Saem por isso menos asseados, mas saem, vestem os dias de que os Ditos são feitos, e é isso que importa.
apesar disso, os seus, mal se lhes nota. a carência de tempo.
Mais uma vez - já são várias - subscrevo o texto de Cuna Ribeiro. Um texto muito verdadeiro, aliás!
Psssst.....caro escriba ? Continue a escrever ao sabor do vento e do tempo (seja ele muito, pouco ou nada...), mas por favor continue a escrever...Please !!!!!
Cara Helena,
Lembre-se que ja foi aqui "Homenageada" (sortuda !!!)...belo susto me pregou...por sinal : ))
Dra Helena,
Creia que muito aprecio e estimo as suas intervenções. Onde o espírituoso bom senso combina com um arejado "sotaque" de novidade que muito atrai quem a lê.
Queria ainda dizer-lhe que andei à procura do Blog de V. Ex.a, mas, "hélas!", não encontrei textos seus. Terá sido inépcia da minha parte?
Doutora Helena...
Proatividade sem limites
Pois aposto que também sabemos, dessa dimensão do futuro
cuja maior predição é a construída por Nós.
Homenagens Póstumas em Vida...
Isabel Seixas
Posso contar com aquele nosso acordo tácito de Damas de chegar primeiro Ao Pessoa...Na,na, conheço outros Caminhos,até por interposto poeta.
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