Estarei hoje presente num jantar no University College, em Londres, reunindo os cultores da memória de Joseph Crabtree. Desde 1954, existe na capital britânica a Crabtree Foundation, que congrega um grupo de cerca de 400 cidadãos que, uma vez por ano, na terceira quarta-feira de Fevereiro, se reúnem, numa solene refeição para a qual é obrigatório o uso de "smoking", para ouvir um deles falar de um dos diversos aspetos das extensas vida e obra de Crabtree.
Segundo os anais, Crabtree terá vivido exatamente um século - de 1754 a 1854. O seu percurso é o de um personagem quase renascentista, tendo sido escritor, viajante, político e uma multiplicidade de coisas mais, como os tempos recomendavam. Poemas por si assinados apareceram publicados em antologias de poesia inglesa. A admiração por este destino de eleição levou à gestação de um verdadeiro culto intelectual àquela figura, a que eu próprio acabei por não ser insensível.
Desde 1992, passei a ser um dos muito escassos "scholars" estrangeiros da Crabtree Foundation (não somos mais de uma dezena, entre centenas), para onde entrei então pela mão do Bartolomeu Cid dos Santos, com quem lancei as bases, com o Helder Macedo e o Luis de Sousa Rebelo, do "Portuguese chapter", que, há uns anos, realizou no Hotel Lawrence, em Sintra, um encontro dedicado a "Crabtree e Byron". E que proximamente vai ser revitalizado. Há dois anos, coube-me a honra de presidir à Fundação durante um ano, incluindo o jantar anual em Londres e nele anunciar o meu sucessor (escolhi uma sucessora) e designar o orador para o ano seguinte.
Desde 1992, passei a ser um dos muito escassos "scholars" estrangeiros da Crabtree Foundation (não somos mais de uma dezena, entre centenas), para onde entrei então pela mão do Bartolomeu Cid dos Santos, com quem lancei as bases, com o Helder Macedo e o Luis de Sousa Rebelo, do "Portuguese chapter", que, há uns anos, realizou no Hotel Lawrence, em Sintra, um encontro dedicado a "Crabtree e Byron". E que proximamente vai ser revitalizado. Há dois anos, coube-me a honra de presidir à Fundação durante um ano, incluindo o jantar anual em Londres e nele anunciar o meu sucessor (escolhi uma sucessora) e designar o orador para o ano seguinte.
De Lisboa, Nova Iorque, Viena e até de Brasília, tenho procurado deslocar-me, com a regularidade possível, a esses jantares anuais em Londres. Em ocasiões passadas, fui de Paris. Agora, desloquei-me de Lisboa. "The great Man", como é saudado no brinde inicial, que anualmente é feito em frente do seu retrato (na imagem), e a sua fantástica obra merecem-no bem.
O leitor, menos familiarizado com estas coisas, talvez possa ter tido o azar de não estar informado sobre a insígne figura de Joseph Crabtree. Por isso, se estiver interessado, pode ler as "The Crabtree Orations", vol I (1954-1994) e vol II (1995-2004), ed. Brian Bennett & Negley Harte, The Crabtree Foundation, London, 1997 e 2004. Esses volumes acolhem aspetos da vida e obra de Crabtree, anotados através das conferências que figuras eminentes sobre ele produziram. Talvez me tenha escapado neste texto um pequeno, mas quiçá despiciendo, pormenor: Joseph Crabtree teve um contacto pouco intenso com a vida. Não tenho pejo em reconhecê-lo. Mas daí a poder dizer-se, como alguns insensíveis afirmam, que Crabtree nunca existiu vai uma distância equivalente à que separa a insídia do mito. Francamente!