quinta-feira, janeiro 23, 2014

Desde Rusia

No início dos anos 40 do século passado, o jovem oficial do Exército português António Sebastião Ribeiro de Spínola integrou, como observador, a "Divisão Azul" das forças armadas alemãs durante o ataque à Rússia.

Não sei qual era o grau de convívio de Spínola com os espanhóis que integravam essa "Divisão Azul", chefiado por Muñoz Grandes, que entre eles cantavam a canção "Desde Rusia", que tinha a seguinte letra:

En las estepas de Rusia,
España luta con ardor,
unida con Alemania
por una España mejor.

Y quando a España volvamos
de nuevo queremos luchar,
y al inglés echaremos
del Peñon de Gibraltar.

Nuestro grito de victoria
en el mundo entero lo oirán,
cuando recuperemos
todo Marruecos y Orán.

Solo esperamos la orden
que nos dé nuestro General,
para borrar la frontera
de España con Portugal

y cuando eso consigamos
alegres podremos estar,
porque habremos logrado
hacer una España imperial.

Descobri esta canção, bem simbólica de um outro tempo, num livro que hoje encontrei em Paris. Pergunto-me: Spínola conhecê-la-ia?

11 comentários:

Evanir disse...

Obrigada amiga por nunca esquecer nossa amizade tão importante para mim.
Amiga amanhã vou postar aniversário no meu blog não esqueça quero poder contar com sua presença.
Um abraço de carinho e eterna amizade,Evanir.

Anónimo disse...

A si não deve incomodar muito, tantas são as vezes que proclama a sua amizade pela Espanha. E, como também é pela anexação de Olivença e contra a independência da Catalunha...

Anónimo disse...

Às vezes, nos últimos anos de vida, há homens que exprimem certos arrependimentos. Não creio que fosse o caso de Spinola que se manteve sempre igual a... Spinola.
José Barros

Manuel Leonardo disse...

Muito curioso e interessante para os " historiadores " de Portugal e Espanha . Desconhecia e tenho lido umas coisas de Spinola....
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada

patricio branco disse...

certamente que a conhecia, mas não duvido tambem que não gostasse dela, amigos amigos, negócios aparte...

Anónimo disse...

eu bem que trocava o reconhecimento de olivença pelo das selvagens...

Anónimo disse...

Como costuma ser citado em contraponto..., é legítimo perguntar por que razão os nossos historiadores não se têm dedicado a estudar Costa Gomes, figura muito, mas muito complexa (ainda hoje há quem lhe chame «de esquerda»:::) e que também já morreu...

Anónimo disse...

Penso que Spinola não integrou a Divisão Azul, foi sim um observador.

Mas admito o contrário, se puder esclarecer?! Desde já agradeço.

N381111

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro N38111: tem toda a razão. Foi um lapso meu, já corrigido. Agradeço a sua observação.

Anónimo disse...

Felizmente que tivemos um Ditador benévolo, que nos livrou desta megalomania espanhola. O "cunhadíssimo" do Caudilho Serrano Sunner, que defendia estas teses foi despachado em 1942 e o Franco começou a fazer a sua aproximação aos aliados, nomeadamente à Inglaterra. Salazar e os embaixadores Teotónio Pereira e Hoare puseram fim a estas pretensões megalómanas da Falange.
José Amador

Francisco Seixas da Costa disse...

"Ditador benévolo", Zé Maria? Pergunta às largas dezenas de mortos da repressão do Estado Novo, aos largos milhares de presos políticos, aos torturados, aos exilados, aos perseguidos políticos de toda a sorte, bem como aos povos coloniais assassinados durante a guerra se o Salazar era "benévolo". Nem o facto de seres da Madeira, onde a "benevolência" política tem outras formas, te absolve do dever de seres lúcido sobre o caráter sinistro do regime fascista. E não me venhas com comparações com a ferocidade das outras ditaduras. Os gangsters não se hierarquizam...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...