Ontem, ao ler a nota colocada no Facebook por um diplomata português, visivelmente entusiasmado pelo facto de ter dado um visto para um novo recruta estrangeiro para o futebol português, recordei por um momento a correspondência que, enquanto embaixador no Brasil, recebi de futebolistas candidatos a jogarem em clubes portugueses.
Não guardei nenhuma dessas cartas e mensagens de e-mail, mas recordo bem as descrições entusiásticas que alguns desses pretendentes faziam das suas próprias qualidades, tanto mais que eram escritas numa impagável versão brasileira do "português de balneário", numa espécie de aculturação a um léxico e fórmulas bebidas da imprensa desportiva.
Não fora o facto da ironia ser difícil de passar nos posts dos blogues (mas vamos lá tentar outra vez!), quase que se poderia sugerir que, em postos diplomáticos situados em países viveiros de craques da bola, as embaixadas passasem a ter uma espécie de "conselheiros desportivos", figuras que funcionariam como "olheiros" oficiais, que montassem bancos de dados à disposição dos clubes portugueses. em especial daqueles com menos meios e menos conhecimentos nos mercados externos. Para tal, nem valia a pena estar a fazer "outsourcing", bastava usar alguns conhecidos ases que a carreira destilou e que, pelo menos, são "bons de bola".
4 comentários:
O Eusébio teria sem dúvida sido, depois da reforma, um bom Conselheiro Desportivo na Embaixada de Portugal em Maputo. Bastava descobrir dois ou três como ele (devia haver) para Portugal ser campeão do Mundo.
Para isso seria necessário criar o lugar de "Conselheiro ou adido para o futebol". Lugar que se manteria até que o Freitas voltasse a passar pelo Ministério...
Um desses cromos é o próprio embaixador que colocou a notícia no FB.
Para o anónimo das 19:23:
Uma etiquetagem de cromo ao editor deste blog é compará-lo com os milhares de bimbos que frequentam o facebook, tipo "bué"- "está-se bem".
O Embaixador e os seus escritos provam a sua "não cromagem".
Alexandre
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