terça-feira, julho 09, 2013

Política externa e política europeia

Há muito quem pense que, nos dias que correm, a política europeia já não é uma matéria do âmbito exclusivo dos Negócios Estrangeiros, tantas são as implicações sectoriais daquilo que é decidido em Bruxelas sobre diversas dimensões da vida governativa. Uma coisa, porém, foi sempre evidente: a posição portuguesa sobre as grandes questões de formatação institucional europeia nunca deixou de ser preparada e coordenada pelo MNE, sob a natural tutela do primeiro ministro. E talvez não seja por acaso que sempre existiu, sob a alçada do chefe da diplomacia, um membro do governo formalmente encarregado do pelouro europeu.

Presumo que o facto da política europeia estar hoje "obcecada" pelas negociações económico-financeiras tenha conduzido ao estranho silêncio que, nos últimos anos, paira sobre a posição portuguesa nos temas centrais da reorganização do projeto integrador. Benevolamente, quero crer que seja essa a razão. Durante algum tempo, o ministro dos Negócios Estrangeiros esteve associado a uma reflexão, organizada em conjunto com alguns dos seus pares, sobre o futuro da Europa. Mas não se viu o governo português subscrever essas posições, pelo que ficámos sem saber se o resultado desse exercício - um texto que mereceria um interessante debate - correspondeu a uma linha programática em que Lisboa se reveria. E, o que não é menos importante, desconhece-se a posição que a diplomacia portuguesa deve hoje defender neste âmbito. Lamento ter de constatar isto, mas é pura verdade.

Há semanas, ficou a sensação de que o novo ministro do Desenvolvimento regional, uma personalidade com comprovado conhecimento das temáticas europeias, iria propor uma linha de orientação na matéria. Da declaração do primeiro-ministro, no sábado, perpassou também a ideia de que algo iria surgir neste domínio, eventualmente no eixo programático da nova aliança que se corporiza em termos do executivo. 

Só nos podemos felicitar que isso aconteça. Porém, aproveitaria para lembrar duas coisas.

A primeira é o facto de ao MNE competir dar coerência àquilo que vier a ser proposto, nomeadamente em consonância com a tradição da política europeia de Portugal. Estou certo que o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros não deixará de recordar, no seio do governo, esta preeminência das Necessidades na matéria. E de utilizar a massa crítica aí existente para propor as orientações necessárias.

A segunda questão, que também creio importante recordar, é o facto das grandes opções em matéria de política europeia não serem, historicamente no nosso país, simples tarefa de um governo. Há uma tradição fundada no tempo democrático de procurar, a este particular respeito, consensos muito mais alargados dentro do espetro político, muito para além de qualquer conjuntural suporte partidário das soluções de governo. Sei do que falo. Tenho assim esperanças que a compreensível tentativa em encontrar substância programática ao entendimento dos dois atores partidários atuantes na cena governativa, nomeadamente com vista às eleições europeias, lhes não faça esquecer que, em matéria externa e europeia, há mais Portugal político-partidário para além daquilo que este governo representa. Quero crer que o senhor presidente da República não deixará de lhes manter isso presente.

Comidas (1)

O aproximar do período de férias aconselha a opção por alguns apontamentos de cariz mais lúdico. Este blogue não escapa a essa regra, pelo que convido os leitores a uma visita à "casa ao lado", ao Ponto Come, onde poderão ter informação sobre o modo como o autor deste blogue olha para os restaurantes lisboetas. 

É uma "conversa" pouco adequada para os tempos de crise? Será! Mas se deixarmos de frequentar restaurantes, pior ficarão as coisas, do lado do emprego e do investimento.

Por isso, quem puder, inspire-se aqui.

segunda-feira, julho 08, 2013

Em boas mãos

Era já tarde. O meu encontro com o ministro Vitor Gaspar estava aprazado para minutos depois. Na rádio, eu ouvira que o governante tinha terminado, há pouco, um debate importante no parlamento. Mas uma certeza eu tinha: o ministro não chegaria atrasado à conversa que tinha combinado com o embaixador em França que eu então era, nesse ano de 2012. Vitor Gaspar não chega atrasado aos encontros.

Entrei com o meu carro no pátio interior do Ministério. Um GNR levou-me por um corredor até à base de uma grande escadaria.

Nesse instante, dei-me conta de que nunca tinha ido ao Ministério das Finanças, nem nos cinco anos e tal que passara no governo, nem em qualquer outra ocasião, numa visita de uma personalidade estrangeira ou a uma posse.

Olhei aquela escada larga diante de mim e interroguei-me se seria por ela que Salazar subia. Provavelmente não. As portas dos ministros são quase sempre outras.

Na base da escada estava uma secretária, com uma senhora sentada. No topo da mesa, uma criança, seguramente filha da senhora, fazia os seus "deveres". Expliquei ao que vinha. Eram 19.25. Ela tinha anotado que o senhor ministro me receberia às 19.30. Gentilmente, disse-me que me acompanharia, escada acima, para me encaminhar ao gabinete, onde uma adjunta me aguardava. Foi então que, voltando-se para a criança, que teria aí uns 11 ou 12 anos, lhe disse:

- Olha! Tu ficas aqui, a guardar isto, enquanto eu vou lá em cima levar este senhor, está bem?

A criança disse que sim com a cabeça. As Finanças ficavam em boas mãos.  

domingo, julho 07, 2013

Fim de semana inglesa?

A mais recente crise governativa ter-se-á resolvido ontem. Os dois partidos, no sábado, apresentaram ao presidente da República um novo arranjo bilateral, com incidência na composição do executivo, que, com toda a verosimilhança, corresponde ás exigências do chefe de Estado.

Desde há dias, não se tem ouvido outra coisa: é preciso andar rápido, é necessário aquietar os mercados, evitar que, na abertura das bolsas, os "spreads" da dívida pública se agravem. Sendo assim, agora que a "solução" está encontrada, parece que seria importante passá-la à inquieta opinião pública internacional.

Ora, perante tudo isso, o que vemos? O presidente da República recebe, na 2a feira, os partidos. E, só depois disso, em data a anunciar, dá posse ao recauchutado executivo.

Estive a ler a Constituição. Nada na lei obriga, nem qualquer prática consuetudinária aponta nesse sentido, que as forças partidárias tenham, num contexto como este, de ser ouvidas pelo Presidente. Mas, mesmo que assim fosse entendido por desejável, não podia isso ser feito neste domingo? Os dirigentes do PCP estão, porventura, (ainda) a banhos em Sochi? Os Verdes foram arejar para o Meco? O Bloco foi de farnel para a Cova do Vapor? O PS está a trabalhar para o bronze na praia das Maçãs? O senhor Presidente rumou aos Algarves? Parece que sim, dá ideia que entraram todos de "fim-de-semana inglesa".

Então, sendo tudo atrasado, o que veremos nos telejornais da semana que aí vem? O CDS e o PSD irão a Belém, com as habituais figuras de segunda linha, para ganharem os tempos televisivos de antena, onde dirão as "rassurantes" banalidades do costume? E será mesmo essencial dar uma enésima oportunidade aos partidos da oposição, antes da sua saída para o Pátio dos Bichos, para reclamarem eleições antecipadas? Pronto! Já se sabe que as querem mas que o presidente não lhes faz a vontade. E se passássemos à frente e perguntássemos ao "novo" governo o que nos traz agora de diferente daquilo que, na semana passada, não nos podia apresentar? 

Voltando à "vaca fria": por que diabo os novos ministros não tomaram posse neste domingo? Então era tudo tão urgente e agora já não há nenhuma pressa? Já não percebo nada...

sábado, julho 06, 2013

Tudo bem!

Será que o povo português não tem direito a saber o que se passou, as razões de fundo da (suposta?) crise e qual a lógica subjacente às soluções encontradas? Porque é que o que não estava bem passou agora a estar bem? Teremos de ficar à espera dos oráculos mediáticos para nos ajudarem na interpretação do "body language"? 

De Lassa, com muita graça

Até ver, a vida não dá para ler tudo quanto queremos. Mas dá, pelo menos, para ler quanto vale a pena. Por isso, não perca o que o "Tim Tim no Tibete" aqui publica.

Gloriosa esperança

Jesus profetiza que Benfica está próximo da "hegemonia do futebol português".

Felizes quantos são tocados pela fé. No meu caso, como humilde sportinguista, modestizo-me à "fèzada". Pode ser menos excitante, mas reduz taquicardias. E evita o ridículo.

As cidades e o poder

Ontem e hoje, em Guimarães, discutimos as cidades. O pretexto é, como não podia deixar de ser, a experiência da Capital Europeia da Cultura.

Dei a minha contribuição com uma memória reflexiva, algo irónica para aligeirar o ar dos tempos, sobre o diferenciado peso das cidades em Portugal. Quem quiser, pode lê-la aqui.

sexta-feira, julho 05, 2013

Espanha (e nós)

Um exercício que sempre tive por interessante é cruzar testemunhos de personalidades que se combateram politicamente e que, em escritos, se citam mutuamente de forma crítica. Acho graça a este "voyeurisme" político, porque ele nos ensina muito sobre as culturas comportamentais dos agentes públicos de cada país.  

Anteontem à noite, ao passar por Barajas, comprei a biografia "definitiva" de Alfonso Guerra, "Una página dificil de arrancar". Guerra foi uma personalidade chave e ultra-polémica no seio dos socialistas espanhóis e, durante nove anos, a segunda figura do governo do país. Simultaneamente, adquiri "Les voy a contar", uma espécie de diário de José Bono, que foi ministro da Defesa e presidente do parlamento. Nas duas horas que passei no aeroporto e na viagem já dei "uma vista de olhos" a ambos os volumes. Por essa leitura, constatei, como já presumia, que Guerra detesta Bono e que Bono arrasa Guerra. De qualquer forma, em matéria de anti-guerrismo, constatei que Bono não chega aos calcanhares do brilhante "assassinato" político que Jorge Semprún lhe faz no seu "Federico Sánchez se despide de ustedes".

Tenho alguma pena em não ter vivido, em algum tempo da minha carreira, em Madrid. Uma vez, tive essa oportunidade e, por razões que não vêm para o caso, desperdicei-a. Digo isto porque a história política do nosso vizinho, em particular no século XX, sempre me fascinou e teria um grande gosto em aprofundar o que dela sei. A guerra civil, a subsequente barbárie franquista, a lucidez desenvolvimentista dos anos 60, a sabedoria da transição para a democracia e a luta democrática contra o terrorismo são tempos sobre os quais mantenho uma incessante curiosidade. Acresce que, em todo esse cenário, a história das esquerdas e das direitas espanholas é de uma impressionante riqueza.

Nesta noite em que procurei evitar as televisões, para não me aborrecer, refugio-me agora nestas leituras sobre a vida política da Espanha nos anos 90. E por ela confirmo que as lutas, por lá, tal como as touradas, são de morte. Por cá, já só há novilhadas, os grandes "diestros" foram substituídos por bandarilheiros, com alguns peões de brega à ilharga. Até as pegas (leia-se, claro, "pégas") já se não fazem de caras, dando praça e citando corajosamente de longe, aguentando depois os derrotes até chegarem as ajudas. Agora, elas fazem-se, e cada vez mais, apenas de cernelha. Com tudo isto, começo a ficar convencido de que o "inteligente" da corrida, a quem, na lide espanhola, se dá o nome de "presidente", deveria mandar entrar as chocas, tocar para recolha aos curros e preparar, logo que possível, a "sorte" seguinte.

quinta-feira, julho 04, 2013

Sozinhos em casa

Foi já há alguns anos. Aquele casal nosso amigo, depois de muito discutir, chegou à conclusão de que não havia condições para se manterem em conjunto. O problema era a casa: não havia dinheiro para irem cada um viver para uma habitação separada. E decidiram, por algum tempo, manter-se a viver juntos. Ainda tivemos esperanças de que, com a habituação, acabassem por se reconciliar. Nada feito! Meses mais tarde, folgadas um pouco mais as bolsas, foram cada um para seu lado. E lá seguem com a sua vida. Este é uma história verdadeira.

Demissões

Com naturalidade, toda a gente fala da demissão de Paulo Portas.

Mas parece que todos se esqueceram já que a crise começou com a demissão de Vitor Gaspar. Isto é, se o ministro das Finanças se não tivesse demitido, esta crise não teria sido iniciada.

Talvez convenha ter isso presente.

quarta-feira, julho 03, 2013

Spas

A ironia e o humor fazem parte da muito simpática maneira de ser dos tunisinos. 

Hoje, um amigo local ironizava, num grupo, sobre o sistema de transportes da Tunis. E sublinhava algumas dificuldades: "os nossos autocarros fazem uma concorrência que é tida por desleal por parte dos "spas" da cidade. De facto, eles oferecem, sem um custo acrescido, sauna, massagens e até uma particular forma de aromaterapia..."

Rir é o melhor remédio, como diziam as "Seleções do Reader's Digest". Também entre nós, não havendo opçāo, talvez valesse a pena tentar essa solução terapêutica.

Guimarães e as cidades

As "Cidades 20 20" é o tema geral de um ciclo de palestras e debates no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, que decorrerá nos dias 5 e 6 de julho, ainda no âmbito de "Guimarães - capital europeia da Cultura".

Cabe-me ser "keynote speaker" no dia 5 e, no dia seguinte, intervir no encerramento deste exercício que procura relevar o cada vez mais insubstituível papel das cidades nos processos de desenvolvimento cultural e promoção de uma cidadania ativa.

terça-feira, julho 02, 2013

Briefing

Finanças

Há qualquer coisa de trágico no destino dos ministros das Finanças.

Há dias, Fernando Teixeira dos Santos ressurgiu de uma auto-decidida discrição para colocar os pontos nos is da História, para, finalmente, contrariar a "narrativa" (continuo a detestar a palavra) criada pela nova maioria, que abriu caminho ao modelo político-económico em vigor nos últimos dois anos. À época, havia ficado no ar a ideia de que o ministro e o antigo chefe do governo haviam terminado o mandato em terrenos algo opostos. Agora, fica a ideia que as convergências superavam as divergências e era talvez o método aquilo em que divergiam.

Ontem, Vitor Gaspar, o protagonista desta nova orientação, saiu de cena, visivelmente desgastado, talvez mais com as divergências no seio de um executivo que parece estar a perder os "nervos de aço", que a execução da sua agenda ideológica radical exigiria, do que com a constatação de que são os factos que não estão à altura da qualidade e justeza das ideias propostas.

No hall do hotel de Hammamet, na Tunísia, onde me encontro, ouve-se, um pouco alto, música de Vangelis.

PS - ... e logo hoje é que havia de dar-me para andar pelas "primaveras árabes"!

Exportar ensino

Pode soar estranho o título "Exportação do Ensino Superior", mas é esse mesmo o nome de um seminário em que intervirei no dia 4, na Universidade Nova de Lisboa, que se debruçará sobre os ganhos efetivos que uma promoção no estrangeiro de um ensino universitário português de qualidade pode trazer para o país.

Analisaremos várias e bem sucedidas experiências e procuraremos ligar isso à nossa ação diplomática externa na área económica. 

segunda-feira, julho 01, 2013

Swap

Em português: trocar.

Juventude

Estou num aeroporto, a aguardar um voo para a Tunísia, onde o Centro Norte-Sul organiza uma "universidade" dedicada à juventude europeia e magrebina, sobre cidadania global. Há muitas mais coisas úteis a serem feitas, por esse mundo fora, com vista a favorecer o diálogo entre pessoas com origens culturais diferentes do que se pode presumir.

É muito curiosa esta sensação de trabalhar, no dia-a-dia, com gente muito mais nova do que nós. Às vezes, interrogo-me sobre se a experiência que transmito não estará datada, se não tendemos a valorizar em excesso o que aprendemos nos tempos em que o tempo corria mais devagar. E, com alguma diversão interior, fico a imaginar o que realmente pensa de nós quem nos ouve, por detrás da educada paciência com que atentam nas ideias que lhes transmitimos.

Teremos nós a capacidade para entender o mundo novo à nossa volta? E, quando aceitamos esses estímulos que não resultam necessariamente da nossa época, não estaremos a assumir algum artificialismo no comportamento? Estaremos a tolerar o "jeunisme" ou apenas a ser paternalistas?

Há meses, um grande empresário português, homem bem mais velho que eu, a quem a idade física não atenua a estamina, fazia-me um curioso comentário: "Eu faço um esforço permanente para aceitar o novo, para tomar riscos e decisões como se tivesse 30 anos. Mas, às vezes, pergunto-me se todo este meu voluntarismo não estará a privilegiar uma busca obsessiva da novidade, em detrimento de algum ponderado bom-senso".

Fiquei a pensar nisto.

O novo futebol do Brasil

A memorável e justíssima vitória do Brasil sobre a Espanha, na final da Taça das Confederações, consagrou, não apenas o surgimento internacional de Neymar, mas também a definitiva adoção de um novo tipo de futebol brasileiro, que liga a sua tradicional genialidade técnica com um ritmo que - posso estar enganado, mas é o que eu penso - deve muito à cultura do futebol europeu, onde muitos dos seus jogadores atuam. É que, para quem não saiba, o brilhantismo do futebol brasileiro a nível de seleções nada tem a ver com a qualidade, bem inferior, do seu campeonato interno, onde só muito raramente surgem equipas de grande nível. Foi uma das minhas grandes surpresas, quando vivi no Brasil.

Devo dizer que me agrada imenso ver este regresso do Brasil às grandes vitórias internacionais. E, em especial, gostei de ver esta vitória ter lugar pela mão de Luiz Filipe Scolari, a quem o futebol português muito deve e que, como há pouco o ouvi dizer, também se considera "um pouco português".

Nesta noite de alegria brasileira, deixo aqui um particular abraço a Aldo Rebelo e a Luiz Fernandes, respetivamente ministro e (equivalente a) vice-ministro do Desporto do Brasil, dois amigos pessoais e dois grandes amigos do nosso país (no caso do Luiz, também um português). 

Portugal...

Faz hoje precisamente cinco meses, passei a dirigir, em Lisboa, o Centro Norte-Sul do Conselho da Europa.

No dia em que assumi funções, dei-me conta de que, em frente do edifício, havia dois lugares de estacionamento, sob uma placa com a sigla "CPLP". Metros adiante, existia uma outra zona privativa de estacionamento, com uma placa que dizia "Conselho da Europa". A placa "CPLP" dizia respeito ao antigo ocupante das instalações, o Secretariado Executivo da CPLP, que dali se mudara há mais de meio ano, para outro local. A placa "Conselho da Europa" era a nossa.

Porque era injusto estar a obrigar a vizinhança, numa zona já de si com fortes dificuldades de estacionamento, a respeitar um espaço livre para uma instituição que já por ali não existia, dei instruções para se fazerem, de imediato, diligências para retirar a placa. Bastavam-nos os lugares atribuídos ao Conselho da Europa.

Começou a "saga". Falou-se com a CPLP, contactou-se o serviço do Protocolo do MNE, ligou-se à Câmara Municipal de Lisboa, informou-se a PSP. Meteram-se mesmo algumas "cunhas"! Cheguei a receber um "mas por que raio você se preocupa com isso? e um "mas isso prejudica-vos alguma coisa?"

Ao final da tarde de domingo, ao sair do Centro, olhei em frente: lá continua a placa "CPLP".

Portugal tem mesmo de continuar a ser assim? Ou sou eu que sou um "chato"?

Ponto

A ver se nos entendemos. O presidente da AR, pelo regimento, não pode impedir um deputado de dizer dislates. Mas, pela ética e pela decência...