quinta-feira, julho 04, 2013

Sozinhos em casa

Foi já há alguns anos. Aquele casal nosso amigo, depois de muito discutir, chegou à conclusão de que não havia condições para se manterem em conjunto. O problema era a casa: não havia dinheiro para irem cada um viver para uma habitação separada. E decidiram, por algum tempo, manter-se a viver juntos. Ainda tivemos esperanças de que, com a habituação, acabassem por se reconciliar. Nada feito! Meses mais tarde, folgadas um pouco mais as bolsas, foram cada um para seu lado. E lá seguem com a sua vida. Este é uma história verdadeira.

12 comentários:

Alcipe disse...

Quem não tem dinheiro, não tem vícios nem divórcios. Nem democracia, by the way ("Troika recusa mero acordo de incidência parlamentar" - ao que chegámos!).

Anónimo disse...

V. Daniel Oliveira no Expresso on-line de hoje...

Anónimo disse...

Conheço um casal que depois de divorciados, devido à falta de dinheiro, continuaram a viver no mesmo apartamento durante mais 12 anos. Bem melhor seria "sozinho em casa..."

Anónimo disse...

Sem dúvida... gostei da analogia.
...quando houver folga, vai cada um para seu lado. Até lá aguenta... ai aguenta, aguenta!

olinda silva disse...

Pois é Senhor Embaixador, e muito actual.
Cada vez tenho mais amigos que vivem nessa situação, se tivessem bem de finanças já não estariam a viver juntos.
Não é por acaso que aumentaram os casos de violência doméstica. Coitados dos filhos!

Anónimo disse...

Também já aconteceu alguém enganar a/o amante com o/a esposa/o. (Os “a”s e os “o”s têm todas as combinações possíveis, como sabe.)
Portanto não tente extrapolar assim com essa leveza…

Anónimo disse...

Do blog "SENATUS" , com a devida vénia:

"O Casamento Vitoriano"

por José Meireles Graça, em 04.07.13

""A história que se está fazendo conta-se aqui, com fundamentos sólidos nos factos que são do domínio público.

Enquanto Portas não falar, ou não verterem mais informações, é o que há a dizer.

Numa alegria histérica estão os comunistas e os primos; os socialistas, muitos, veem tachos e negócios no horizonte e, alguns, os mais lúcidos, franzem os sobrolhos de ansiedade e preocupação porque não é altura - as castanhas ainda estão ao lume, diabo de governo incompetente que não deixou as coisas prontas para o business as usual; até mesmo no CDS a oposição interna arreganha os dentes, Portas sempre foi um eucalipto e há muita planta que gostaria de crescer para o Sol.

Já a laranjada, essa, está num irritantezinho alvoroço, a boa obra pretérita do guru Gaspar num bolso, o superior interesse nacional no outro, a incompreensão pelos estados de alma daquele partidozeco a que deram boleia para o Governo nos bestuntos, e a incontinência verbal nas entrevistas e nos textos.

Convém lembrar: A saída do número dois não comoveu a bolsa, ou os mercados, ou a tróica. E o próprio fez pública uma carta em que reconhece a parte má do seu trabalho, num exercício de lucidez que nem sempre o assistiu enquanto governante. Já a saída do número três fez chover raios e coriscos. E isto devia fazer parar para pensar: ser sócio-gerente de uma empresa, ainda que com quota minoritária, não é a mesma coisa que ser um funcionário - Passos que aprenda esta lição de Direito Comercial.

Depois, do que seja o interesse nacional há tantas opiniões quantos os partidos, mais outras muitas que andam para aí avulsas. Mas, a menos que se seja comunista, ignorante, ingénuo, socialista, ou intelectual, é difícil negar que as eleições, agora, sob a sombra da tróica, mergulhariam o País numa horrenda barafunda.

O meu interesse nacional é que se entendam. E que, não podendo amar-se, e mesmo que vivam em quartos separados, guardem entre si e mostrem a terceiros aquele mínimo de respeito que garantia a sobrevivência de muito casamento vitoriano.""

Alexandre

Anónimo disse...

No filme original também metia saída ao estrangeiro... Até se via o avião depois de descolar...

Anónimo disse...

Ah... mas durante uns tempos a coisa até pode ser bem colorida... :)

E isto também é uma história verdadeira.

Anónimo disse...

"é uma história verdadeira." e bem actual. Nem mais, nem menos...

Carlos Fonseca disse...

Essas situações resultam quase sempre de falta de maturidade.

Exactamente como na vida política. Mas aqui acontece, sobretudo, quando em vez de estadistas a política fica a cargo de garotos.

Anónimo disse...

A vontade dos credores é mais dura do que se pensa. Tivemos de aceitar dinheiro emprestado sem ter a noção de que não há almoços grátis e agora.... temos de engolir muitos sapos vivinhos da costa. Enfim... tudo o que se diga é pouco para fugir a uma realidade muito pouco escamotável. Veremos se seremos gregos ou cipriotas com o tempo.

Ai Europa!

E se a Europa conseguisse deixar de ser um anão político e desse asas ao gigante económico que é?