terça-feira, julho 09, 2013

Comidas (1)

O aproximar do período de férias aconselha a opção por alguns apontamentos de cariz mais lúdico. Este blogue não escapa a essa regra, pelo que convido os leitores a uma visita à "casa ao lado", ao Ponto Come, onde poderão ter informação sobre o modo como o autor deste blogue olha para os restaurantes lisboetas. 

É uma "conversa" pouco adequada para os tempos de crise? Será! Mas se deixarmos de frequentar restaurantes, pior ficarão as coisas, do lado do emprego e do investimento.

Por isso, quem puder, inspire-se aqui.

11 comentários:

Anónimo disse...

O seu blogue gastronómico tem um defeito enorme: não fala de preços. O que é para si um preço razoável, para outros pode ser incomportável. Não há que ter vergonha de falar de valores. Cada um, ao ler a crítica, deve logo poder saber se vale a pena, sequer, a deslocação ou se se arrisca a ter de voltar para casa quando chega e olha para a lista de preços.

Anónimo disse...

Não está o Senhor Embaixador ansioso com a decisão que irá tomar esta semana o Senhor Presidente da República? Nós cá no Golungo não pensamos noutra coisa...

a) Feliciano da Mata, cidadão empenhado, avesso a hedonismos

Isabel Seixas disse...

Concordo plenamente com a Sua versão de apoio à frequência de restaurantes, irrelevante a questão das férias ou do trabalho, é preciso é profissionalismo na arte de saber comer. Conheço até um segmento representativo de população feminina que o elegeria como modelo de marido ideal, hum que alivio...

Propunha que os subsídios de alimentação se atualizassem de forma a promover a frequência de restaurantes e dar sustentabilidade
ao desenvolvimento económico da gastronomia.

Também do ponto de vista da prevenção e evição do cansaço com a rotina das atividades domésticas, publicitar as vantagens de bem estar psicológico, geradas pelas diárias de almoço e jantar fora de casa, sem atropelos de odores desagradáveis, uso consecutivo das "baixelas" e não só...

Sendo que o Sr. está inteiramente socializado e não corre riscos de se "amancebar"ou tornar dependente de qualquer um dos restaurantes, por razões óbvias, não teria tanto tempo para cada um para poder auferir do estatuto previsto.

Isabel Seixas disse...

Adoro o espaço de ilusão que o idóneo Sr. Feliciano da Mata mantém , que sonhador... Ai avesso a Hedonismos, essa é boa...Está a precisar de um espelho retrovisor de almas...

Agora tão querida essa confiança ingénua no Sr. PR que é avesso a mudanças nas suas tendências estratégicas cristalizadas no "Património Saudosista dominador"vulgo PSD

Anónimo disse...

O restaurante adequado para o “tempo” que estamos a passar é o Malcriado: A cavaqueira sobre qualquer assunto (incluindo meteorologia) pode envolver un(s) palavrões, que não “caiem” mal na ambiência…

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Senhor Embaixador

Quando vi o titulo do seu post, por um momento julguei que ia defender a Restauração Monárquica.

Enfim já sou fã do .come que sigo há muito tempo

Anónimo disse...

Restaurante o "Futuro Casamento"

"No valor a liquidar por pessoa está incluído o Pack Troika completo, onde a refeição é apenas uma parte integrante do mesmo.

Para reservas e pedidos de orçamento, no que diz respeito a Despedidas de Solteiros/Aniversários - Adultos, deve contactar directamente o nosso restaurante conforme termos e condições do protocolo de parceria assinado.

RESUMO DO PACK: Refeição no "Futuro Casamento" , com sobremesa da casa e extra (Bolo erótico), animação erótica – após a refeição iniciar-se-á um espectáculo de "Striptease Masculino ou Feminino Tradicional ou Cómico."


PS:Os espectáculos de striptease são bastante animados e interactivos, possuem por natureza um elevado grau de erotismo e sensualidade, o formato de espectáculo de striptease masculino/feminino cómico, além de ser bem mais animado e super interactivo, contém uma forte componente cómica, que se reflecte não só na atitude do(a) artista perante o grupo em geral e noiva(o)/aniversariante em particular, no guarda-roupa utilizado, assim como no suporte musical utilizado para o espectáculo."

Desconto para séniores !

Alexandre

Anónimo disse...

Longa lista. Assim é que é ser democrático! É só escolher. Alguns deles confirmo a sua qualidade...E é possível que, a curto prazo, o IVA desça para os 13 %... Assim aumentava a faturação, seria?

Anónimo disse...

Ele vai lá, caro Tomaz de Mello Breyner, ele vai lá...

a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais)

Joaquim de Freitas disse...

Nas Sentenças Vaticanas, Epicure escreveu " « Ne pas avoir faim, ne pas avoir soif, ne pas avoir froid ; celui qui dispose de cela, et a l'espoir d'en disposer à l'avenir, peut lutter comme il arrive, et coulera des jours heureux. »
Alias, foi o mesmo que disse: "« Hâtons-nous de succomber à la tentation, avant qu'elle ne s'éloigne."
Tenho a impressão que um embaixador epicurista cede mais que razão à tentação! Sobretudo quando dispõe dos meios!
Correndo o risco que o "Homem que não se satisfaz de pouco nunca será contente de nada" !

Quanto à palavra "Restauração", tem para mim o mesmo efeito que a palavra "narrativa" para o Sr. Embaixador : Em princípio, "restaurar" é fazer voltar ao estado inicial ! Ora para que servem os bons templos da gastronomia se é para voltar ao estado inicial? E o "perfume" dos bons assados não chega para restaurar!

Isto faz-me pensar naquela página admirável da obra de Rabelais, quando Pantagruel elogia o conselho dos loucos a Panurge:
"Em Paris, na assadeira do Petit Châtelet, na vitrina da loja dum assador ( rôtisseur), um carrejão comia o seu pão ao fumo do assado, o que o perfumava e tornava muito saboroso. O dono da loja via e deixava-o fazer! Enfim, quando todo o pão tinha sido engolido, o dono do assador agarrou o carrejão pela gola e queria que lhe pagasse o fumo do assado! O carrejão protestou, dizendo que não tinha tocado no assado, não o tinha deteriorado, e não lhe devia nada.
O fumo dissipava-se no exterior e de qualquer maneira estava perdido. Nunca ninguém tinha ouvido dizer em Paris que se vendia fumo de assado na rua! O dono do "fumo" respondia que não tinha a obrigação de alimentar os carrejões com o seu fumo de assado, e jurava que se não lhe pagasse, lhe retirava as cordas e os ganchos , utensílios de trabalho dum carrejão.

Grande altercação, os curiosos acorrem, Paris está em alvoroço!

Por acaso passava por ali Sire João o Louco, cidadão parisiense. O dono do "fumo" perguntou ao carrejão : Aceitas que este nobre Sire João arbitre o nosso desacordo ?
Oui, par le sang bleu, respondeu o carrejão! Depois de se inteirar do problema, Sire João pediu ao carrejão de tirar uma moeda de prata da bolsa . Pegou nela, colocou-a sobre o ombro esquerdo como para verificar se a moeda tinha o peso justo, pô-la em frente do olho para verificar se estava bem cunhada. Durante esta cerimonia os "badauds" parisienses não perdiam uma migalha! O dono do "fumo" esperava tranqüilo do seu bom direito, o carrejão vociferava de tantos salamaleques!

Depois, com uma majestade presidencial, Sire João o Louco fez ouvir o som da moeda lançada sobre o balcão, várias vezes, e então, ajustando a mitra sobre a cabeça e depois de tossir duas ou três vezes, proclamou:

" A Corte declara que o carrejão que comeu o seu pão ao fumo do assado pagou civicamente o dono da loja de assados, COM O SOM da sua moeda verdadeira. A Corte decreta que " chaqu'un se retire dans sa chacunière" sem despesas e por causa" !

Graças a Deus,que apesar da crise que assola Portugal, ainda é possível "cheirar" o fumo dos assados nos mercados da província, sem ter que pagar o que quer que seja! Quanto a comê-los, veremos ! Sobretudo, se um sósia de Sire Gaspar o Louco existe escondido algures pronto a saltar sobre os infelizes!

Carlos Fonseca disse...

Boas notícias. Acho que o "Ponto Come" se tem sentido um pouco abandonado. E os seus leitores também.

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...