Veja aqui.
Com a limitação de ser uma transcrição de um improviso de cerca de seis minutos, aqui fica notícia que a Agência Lusa fez dessas minhas declarações.
É trágico que Israel há muito não tenha líderes à altura daquilo que os seus cidadãos merecem: paz e segurança. Uma paz que só será possível quando também seja garantida a segurança e um futuro político autónomo aos palestinos. Até lá, Israel vai ganhando umas batalhas, algum tempo e cada vez mais inimigos.
O que torna muito perigosa a situação internacional é a natureza do processo decisório de certos atores que são os "donos" da guerra e da paz. Ver Putin assumir, como se se tratasse de uma decisão unipessoal, a questão da nova doutrina nuclear da Rússia é perturbador.
Vai para oito anos que a Petra e o Robert "agarraram" o "Solar dos Duques" e, com grande dedicação, souberam dar continuidade a uma casa que tinha já um nome firmado no mercado. Tenho visto novos proprietários destruirem, em poucos meses, a fama um restaurante. Aqui, isso não aconteceu. Os novos proprietários souberam deitar mãos à obra e consolidar o prestígio da casa. A melhor prova é o facto de muitos dos velhos clientes terem continuado a frequentar a casa.
Ontem, como quase sempre me acontece, comi por lá muito bem. Que assim continue, é o meu voto, que assumo com o egoísmo de quem é cliente habitual.
O ambiente é, por ali, desde que o frequento, o mesmo de sempre. Guardanapos de pano, "linha vermelha" que impus a mim mesmo, sempre que fora das tascas (e, em algumas, já exijo). O serviço é muito atento - mas, honestamente, tenho de fazer o desconto de me conhecerem há muito e de me tratarem sempre bem. A comida tem uma constância admirável. É cuidada, embora sem "efes e erres", honesta, no melhor sentido do termo - e tem outros. Além disso, a casa apresenta ótimos vinhos a preços bem razoáveis. A conta final esteve, como sempre está, na conta certa.
Voltei ontem ao "Raposo", como adivinharão. Se acaso tivesse de regressar por lá amanhã sentir-me-ia feliz. Há melhor elogio que se possa fazer a um restaurante?
Biden consegue a proeza de ser ainda pior do que Obama, em matéria de política externa. Deixa o mundo num caos. Não corrigiu Guantanamo. Não reverteu Trump no acordo nuclear com o Irão. Saiu humilhado do Afeganistão. Não impediu a agressão de Putin. Cedeu à chantagem de Israel.
Estou convicto de que aqueles que se extasiam perante a genialidade da ação israelita de armadilhamento dos pagers e walkie-talkies devem manter uma admiração infinda, embora quiçá discreta, pela ainda mais criativa inventividade que esteve subjacente aos atentados do 11 de setembro contra as Torres Gémeas.
Não gostei das declarações do Senhor Presidente da República sobre o orçamento e a crise. Não gostei do comunicado provocatório do governo, sem o menor sentido de Estado. Não gostei do comunicado do PS, reagindo no mesmo tom de chicana. Chego à conclusão que o problema sou eu.
A carreira do (meu) Sporting parece tão sólida que até eu, um cético pessimista sempre preparado para viver com o pior, escaldado por tantas desilusões, começo prudentemente a acreditar que, daqui a uns meses, até posso vir a não ter mais uma.
Eu até nem gosto muito da ideia preconceituosa de que "não há fumo sem fogo", mas devo confessar que a sucessão de casos que associam o governo regional e outros poderes públicos da Madeira a irregularidades dá que pensar.
Acho muito mau sinal: quando os líderes do governo e da oposição desejam obter um acordo encontram-se discretamente, não anunciam a hora da sua reunião. E à saída? Cada um dá uma conferência de imprensa?
Lamento imenso que ao inventor do seu genial saca-rolhas, uma das obras-primas do mundo da vida prática, não tenha ainda sido atribuído o Prémio Nobel, em paralelo com esse génio que foi o criador das rodinhas nas malas e, acima de tudo, dessa imensa figura que nos trouxe o ar condicionado.
Ao três, figuras anónimas a quem muito devo, a minha eterna gratidão.
O tratamento mediático das eleições americanas que nos chega está visivelmente enviesado contra Trump. Mas mesmo descontando isso, fica a sensação de que a campanha deste entrou em desvario e numa onda de quase desespero. Foi extraordinário, em poucas semanas, o efeito Harris!
Ao votar ao lado da maioria dos Estados que, na Assembleia Geral da ONU, aprovaram uma resolução condenando Israel pela sua ilegal presença com colonatos na Cisjordânia, a diplomacia portuguesa esteve do lado certo - do lado da preeminência do Direito Internacional.
A União Europeia dividiu-se na votação sobre o fim dos colonatos ilegais na Cisjordânia - uns Estados a favor, outros contra, outros abstendo-se.
Assim se confirma ser um perfeito mito a possibilidade de poder vir a existir uma política externa comum, como também fica claro que, para alguns Estados com os quais partilhamos o "clube", a legalidade é um pormenor mais ou menos despiciendo.
A canhestra fuga do governo à necessidade de regulamentação da lei da eutanásia representa um escandaloso desrespeito pela imperatividade da sua implementação. É uma clara "chico-espertice" antidemocrática, que se traduz no "arrastar de pés" de quantos foram derrotados no voto.
Portugal vai cair no ridículo pelo mundo quando se souber que pode surgir como candidato presidencial alguém a quem ninguém conhece uma singela ideia política e que ficou famoso por ter montado com eficácia um sistema de distribuição de vacinas. Quantas gargalhadas vamos ouvir!
Noto o embaraço da maioria dos meus amigos professores universitários quando lhes pergunto por que não reagem à continuação das praxes e não tomam uma atitude contra essas práticas degradantes, nos órgãos próprios das suas escolas. Será um temor reverencial face aos estudantes?
Em 2017, quem "pagou as favas" políticas foi a sempre presente no terreno ministra da Administração Interna. Já se percebeu que há uma solução para evitar essa situação: desaparecer.
Para avaliar a importância de uma pasta no colégio de comissários europeus importa saber se o seu "portfolio" controla, nos termos dos tratados, competências próprias da União ou se apenas temáticas que ainda relevam dos poderes nacionais. É nas primeiras que reside o verdadeiro poder.
Contrariamente ao critério saloio de que, para um país, o importante é que ao "seu" comissário seja atribuída uma pasta que cubra os seus interesses nacionais diretos, a experiência prova que muito mais relevante é que ele controle áreas em que os outros Estados lhe tenham de vir "comer à mão".
Finalmente, um critério simples, e quase "numérico", para avaliar a importância de uma pasta no colégio de comissários é conhecer o envelope financeiro que por ele passa a ser diretamente controlado. Há comissários que não dispõem de quaisquer verbas dessa natureza.
Haverá quem venha responder que "isso agora não interessa nada". Mas seria importante saber: que avaliação faziam as autoridades sobre o grau de efetivo cumprimento das medidas obrigatórias de limpeza de terrenos nas zonas rurais, em vigor no início deste verão de 2024?
O meu prezado amigo Dr. Luís Marques Mendes é um putativo candidato à presidência da República. Está no seu pleno direito. Mas nós também temos o direito de pensar que, ao se ter abstido de comentar, na sua rubrica na SIC, a caricata questão Melo/Olivença, isso pode ter algo a ver com um apoio futuro do CDS às suas pretensões. Esse é o problema deste estranho ambiente português de termos profissionais do comentário com ambições políticas.
Os jogos olímpicos e paralímpicos em Paris correram muito bem. E ainda bem! Mas fica a sensação de que os franceses estão a ir um pouco longe demais na exploração desse êxito. Caramba! Uma cidade como Paris não precisa de todo este "foguetório" à sua volta. "Ça suffit!"
Acabámos a noite a passear naquele lugar onde os Restauradores afunilam, a caminho do Rossio. Falei-lhe então de um túnel que, no passado, levava os passageiros que chegavam à estação do Rossio diretamente para o Hotel Avenida Palace. A propósito de eu lembrar estarmos a dois passos do local onde, em "O Leão da Estrela", o António Silva andou desesperadamente à cata de um bilhete para o Porto-Sporting, o José Ferreira Fernandes contou-me que o autor do "script" do filme era um ferrenho benfiquista. E também me revelou algo que eu estava longe de saber: que "O Pátio das Cantigas" foi inteiramente filmado em Coimbra. Aproveitei para lhe contar que a Maria Paula, uma das atrizes do filme, tinha tido um bar perto da Artilharia 1, onde, aí por 1976, a ouvi cantar ao piano canções reacionaríssimas. O José Ferreira Fernandes disse-me que a Amália estivera para entrar no filme e que tinha sido por pressão do galã António Vilar que isso não tinha sucedido.
Nessa altura demos connosco a pensar quão decisivas e relevantes eram as informações que estávamos a trocar para o que importa ao mundo de hoje. Perguntámo-nos, aliás, sobre o que diriam, se inquiridos sobre esses assuntos, os muitos jovens com os quais por ali nos cruzávamos, nessa primeira hora de quinta-feira O mais certo é que achariam que aqueles cotas já se tinham passado de vez.
Na noite fresca que já entrava pelo dia seguinte, e não sei a propósito de quê, o José Ferreira Fernandes falou da Grande Guerra, da guerra 14/18. E referiu um livro que, há uns anos, tinha lido sobre o conflito e que muito o impressionara. À medida que descrevia episódios da obra, aquilo começou-me a soar a algo de familiar. Lembrei-lhe uma cena e a conclusão foi imediata: tínhamos ambos lido o mesmo livro.
Recordei então o título da obra: "Au revoir, là-haut", do escritor francês Pierre Lemaître. E contei que, há 10 anos, tinha sido eu quem apresentou a sua edição portuguesa, no que fui acompanhado pelo autor, no Centro Cultural Luso-Francês, ainda na sua antiga morada. A isso, recordava, tinha-se seguido um jantar com Miguel Sousa Tavares, na Tágide, Até aqui, nada de novo.
Então? Nesse ano de 2014, o contacto para eu vir a apresentar o livro fora feito por Eduardo Marçal Grilo. Ora, há poucas horas, exatamente ontem!, o Eduardo tinha-me telefonado, a propósito de outro assunto. E eu e o ele raramente falamos. Durante a mesma tarde, também ontem, recebi da responsável pela edição do livro, pessoa com quem eu já não me correspondia há mais de dez anos, um email a convidar-me para elaborar um prefácio para um outro trabalho que vão publicar. Ambas as coisas, repito, ocorram ontem.
Não há coincidências? Pois não!
Assim, e em média, desde a data de 2 de fevereiro de 2009, em que publiquei por aqui o primeiro post, houve um número superior a 1757 visitantes diários. Ontem, por exemplo, foram 2.546.
Creio que, desde há uns anos, deixaram de se publicar estatísticas sobre os blogues portugueses. Por essa razão, não faço ideia se este número é muito ou pouco, para um blogue "unipessoal" que tem a rara caraterística de "sair" todos os dias. E foram 5.694 dias seguidos!
Deixo um outro mapa, com a evolução das visitas, de 2009 a 2024.
Foi um debate estranho. Trump faz parte de um mundo assente um emoções simplórias, medos e mitos. A verdade ou a mentira são pormenores irrelevantes. Harris está próxima de outro mundo, mais racional, às vezes repetitivo nas fórmulas. Quem está no meio, como reagirá? A ver vamos.
Os moderadores mostraram-se, em alguns momentos, demasiado "biased" contra Trump. As contradições que procuraram em Harris foram sempre apresentadas com muito maior suavidade e simpatia. A aversão de Trump aos factos e à verdade terá ajudado a convocar essa atitude mais hostil.
Harris conseguiu provar, com à vontade, que está muito longe de ser a vice-presidente "flop" de que muita gente falava. Talvez Biden tenha deliberadamente contribuído para isso. O seu discurso é fluído, às vezes demasiado formatado, mas mostrou ser uma boa "performer".
Quem segue com alguma atenção a política americana não pode deixar de colocar-se uma questão, ao mesmo tempo simples e intrigante: o que é que aconteceu para o Partido Republicano ter chegado a este nível?
Muitos desses milhões serão americanos. A menos que haja um pouco provável cataclismo, a esmagadora maioria dessas pessoas não mudará o sentido de voto que já fixou num dos candidatos. E, como é da lei da vida e das regras do sectarismo político, essas pessoas vão acabar por achar o "máximo" a prestação daquele em quem irão votar e irão considerar "péssima" a do candidato do outro lado. No meio, há ainda uma América hesitante, movida por questões muito diversas, temas de nicho, interesses e crenças próprias. São eles quem pode fazer a diferença. E é a eles que, essencialmente, este debate se dirige.
Convém, contudo, ter presente que um candidato pode, no final da eleição de 5 de novembro (quase dois meses!), vir a obter mais votos do que o real vencedor. Isso é fruto do sistema de colégio eleitoral, onde as contas dos votos podem não bater certo com os números do que sairá da vontade política apurada em cada Estado. É um sistema pouco democrático? Os Estados Unidos são isso mesmo, são fruto do entendimento entre estados que se uniram para desenhar um país e isso levou a compromissos que também se refletem sobre o seu sistema eleitoral. Ah! E lembremo-nos: nós não temos nada a ver com isso, essa é uma questão entre os americanos.
Comecei por dizer que haverá milhões a ver o debate. E que a maioria será, naturalmente, de nacionalidade americana. Mas há um mundo, fora da América, que vai estar muito atento ao debate. Desde logo, os países que detestam os EUA. Mas também aqueles que gostam mais de uma América do que de outra. Nós não votamos nas eleições americanas, mas, queiramos ou não, vamos sofrer as consequências do voto dos americanos. É também por aqui que se mede a importância e a força da América.
Há dias, neste mesmo lugar, Viktor Orbán foi zurzido por meio mundo, a começar pela presidente da Comissão Europeia. Foi no debate sobre a p...