terça-feira, outubro 01, 2024

Soares


Estou certo que Mário Soares teria ficado muito satisfeito se acaso, ultrapassada que fosse a impossibilidade prática das coisas, tivesse podido ouvir aquilo que sobre ele foi ontem dito na Fundação Calouste Gulbenkian, por ocasião da reedição dos volumes da excelente longa entrevista que Maria João Avillez lhe fez, nos anos 90. 

Foi uma sessão alegre, de saudação de uma vida que valeu a pena, simbolizada através do testemunho de diversas pessoas que, no fundo, tinham em comum o apreço por essa figura que, mais do que qualquer outra, simboliza a nossa democracia - na luta para que ela tivesse sido possível, na titularidade das funções que nela desempenhou, nas vitórias e nas derrotas que, dentro dela, foram as suas.

De há uns anos para cá - posso confessar isto? - sou cada vez menos voluntário para frequentar cerimónias e homenagens. Ontem, aleluia!, senti um imenso gosto em ter ali estado. Na vida, fui um soarista tardio, mas sou hoje, e desde há bastante tempo, um soarista convicto.

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