Hoje, no Porto, tive um longo almoço com um amigo, uma figura pública bastante conhecida. Abancámos à uma hora e já passava das quatro quando nos levantámos. Nessa altura, no restaurante, só havia o pessoal da casa a comer, após o trabalho, numa mesa coletiva. Gosto destes meus encontros com a agenda pré-determinada de falar sobre o que nos dá na real gana, sem preocupação das horas e sem outro objetivo que não seja o prazer de conversar com o outro. A charla, para usar uma figura do meu pai, foi, como se previa, bastante "arbórea": vinha à baila um assunto, um nome, uma história e, desse "ramo", partia-se para outro nome, para outro episódio. E daí para outro. Por mais de três horas. Que me recorde, e eu tenho boa memória, não dissémos mal de ninguém e dissémos bem de muita gente. E, claro, não pedimos nada um ao outro. O que comi? Eu comi um "bacalhau à facho" e, para sobremesa, uns "matateus". O que bebemos? Não fomos parcos, porque a vida é o que dela se leva: um "grande reserva" da Quinta dos Arciprestes. E não houve digestivos, porque eu ainda tinha de guiar até Vila Real, passando, de caminho, por uma padaria de Paredes, em busca de uma regueifa, que teimei que devia ir bem com uma goiabada cascão que arranjei numa loja de coisas brasileiras. Cada vez me convenço mais: as férias são uma canseira, é o que é!
segunda-feira, agosto 26, 2024
Conversa arbórea
Hoje, no Porto, tive um longo almoço com um amigo, uma figura pública bastante conhecida. Abancámos à uma hora e já passava das quatro quando nos levantámos. Nessa altura, no restaurante, só havia o pessoal da casa a comer, após o trabalho, numa mesa coletiva. Gosto destes meus encontros com a agenda pré-determinada de falar sobre o que nos dá na real gana, sem preocupação das horas e sem outro objetivo que não seja o prazer de conversar com o outro. A charla, para usar uma figura do meu pai, foi, como se previa, bastante "arbórea": vinha à baila um assunto, um nome, uma história e, desse "ramo", partia-se para outro nome, para outro episódio. E daí para outro. Por mais de três horas. Que me recorde, e eu tenho boa memória, não dissémos mal de ninguém e dissémos bem de muita gente. E, claro, não pedimos nada um ao outro. O que comi? Eu comi um "bacalhau à facho" e, para sobremesa, uns "matateus". O que bebemos? Não fomos parcos, porque a vida é o que dela se leva: um "grande reserva" da Quinta dos Arciprestes. E não houve digestivos, porque eu ainda tinha de guiar até Vila Real, passando, de caminho, por uma padaria de Paredes, em busca de uma regueifa, que teimei que devia ir bem com uma goiabada cascão que arranjei numa loja de coisas brasileiras. Cada vez me convenço mais: as férias são uma canseira, é o que é!
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6 comentários:
Matateus: Base de massa folhada com côco, creme de ovo, chila e amêndoa aos palitos. Pronto babei!!!!!! : )
Claro que o almoço foi no Rogério do Redondo
Esta é também para mim a melhor maneira de estar com os amigos, com aqueles que sabemos bem com o que contar, aqueles com quem recomeçamos a conversa onde a deixámos há 10 dias ou há 10 anos
Duas histórias em menos de 24 horas.
Vous me gâtez trop!
Com a dica de Jorge Neves fui espreitar alguns comentários nos sítios habituais: desatei logo a salivar, é o costume (a sério).
Não se faz, logo a esta hora da madrugada.
Se há coisa que detesto, é pessoas que vão para o restaurante mais para falar do que para comer.
Um restaurante deve ser uma coisa silenciosa, onde as pessoas que vão lá para comer (como é o meu caso) possam saborear calmamente a sua refeição. Não deve ser um lugar ruidoso, em que se tenha que estar a ouvir conversas alheias.
Se querem falar, que vão para outro lado qualquer, de onde as outras pessoas se possam retirar.
O Luís Lavoura acha que não se deve conversar no restaurante, mas parece-me um pouco exagerado. Restaurante é lugar para comer, mas a cama é lugar para dormir e, no entanto, também dá para... conversar.
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