O alteração - só se fala em alargamento, mas isso não esgota as soluções - do número de países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, cuja Assembleia Geral anual agora de inicia, é e promete continuar a ser debate eterno.
Os atuais cinco membros são os Estados que a História, pela força das armas e dos compromissos que delas resultaram, consagrou como vencedores da Segunda Guerra Mundial, embora a China que por ali esteve, de 1945 a 1972, fosse o regime que hoje procura sobreviver em Taiwan.
À luz das realidades do mundo de hoje, a composição do Conselho não tem a menor racionalidade, pelo que só os ingénuos podem pensar que será uma decisão consensual a alterar o "statu quo". Todos sabemos de que países se fala como putativos novos membros: Brasil, Alemanha, Índia, Japão e um eterno "país africano" que ninguém ousa designar, porque os ventos se dividem entre o Egito, a África do Sul e a Nigéria.
Mas já ouviram falar do "Coffee Club"? Em 1995, a Itália, sob o impulso do ativo embaixador Francesco Fulci, decidiu avançar com uma iniciativa intitulada "Uniting for Consensus", que punha em causa o direito "natural" daqueles quatro países de serem os destinatários dos futuros novos lugares.
O nome de "Coffee Club" ficou popularmente ligado à ideia, que logo mobilizou o México, o Paquistão e o Egito. Essa frente da "dor de cotovelo" logo alargou-se depois à Argentina, o Canadá, a Turquia e até a Espanha. Mas a vocação para essa "segunda divisão" é imensa, da Austrália à Coreia do Sul, da Polónia à Indonésia e por aí adiante, com a Arábia Saudita e Angola a não poderem ser excluídos.
Ironizando com a constante presença da Alemanha e do Japão nas sugestões para o alargamento do Conselho de Segurança, sem que a sua Itália aí fosse mencionada, o embaixador Fulci teve um dia uma tirada que ficou célebre: "Nós também perdemos a guerra!"
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