Em Espanha, Puigdemont estica a corda. Ao colocar condições dificilmente aceitáveis, pode estar a jogar a cartada de novas eleições, em janeiro de 2024. Com toda esta coreografia, assegura maior visibilidade e tenta mostrar-se como detentor de representatividade regional.
11 comentários:
Puidgemont é um herói que, como muitos noutros lugares e épocas, faz o que julga ser melhor para defender o direito à autodeterminação do seu povo.
Desgraçadamente, a influência espanhola por cá impede-nos de ter acesso à verdadeira dimensão do homem e das suas causas.
Poucos se atreveram a romper a barragem espanholista na nossa imprensa. Basta estar atento às expressões usadas e às fórmulas repetidas nos textos sobre Puidgemont para perceber como o controlo é forte.
Agora que (quase) todos estamos de pelo eriçado por causa da Rússia, a tática é dizerem que Puidgemont (um homem de direita, liberal e absolutamente europeísta), é de extrema-direita e pago por Putin.
E, apesar da perseguição, Puidgemont anda há seis anos a circular como homem livre nas democracias mais avançadas da Europa. Só uma enorme hipocrisia pode impedir-nos de o reconhecer como aquilo que verdadeiramente é: um refugiado político.
O ponto é que Espanha não se pode dar ao luxo de conceder a independência à Catalunha, porque se a concedesse a ela também teria que a conceder ao País Vasco, e se a concedesse a ambos ficaria sem acesso direto à Europa Central por via terrestre. Isso seria péssimo para Espanha, e para Portugal também.
Mas com jeitinho Espanha poderia tornar-se numa confederação semelhante à Suíça. A Suíça sob o ponto de vista externo é um só país, mas sob o ponto de vista interno são 24 cantões substancialmente diferentes (com governos diferentes, sistemas de ensino diferentes, sistemas fiscais diferentes, cidadanias diferentes, etc).
O Lavoura, obviamente, nunca ouviu falar de Aragão.
Francisco F
Bem observado. (Wikipedia.org : Aragão)
Eu cá, pelo que estou a ver, palpita-me que irão a novas eleições em Espanha.
Os Puidgemonts dos Kosovos são herois, das Escócias líderes de partidos legais, das ctalunhas bandidos. Para apoiar os governos PP bons, para o PSOE maus.
Tem dias. A geografia do Lavoura não é realmente grande coisa. Como o conhecimento da Europa
Fernando Neves
É como os golpes de Estado. Há golpes bons (Maidan 2014) e golpes maus (Níger 2023).
Para se atravessar de Espanha a França por Aragão, tem que se subir a dois mil metros de altitude. Para um comboio é inexequível, por estrada faz-se (se o tempo não estiver mau) mas é penoso.
Não me parece que Puigdemont esteja a esticar a corda. Ele somente exige o mínimo: que não utilizem o sistema judicial contra ele. É uma condição óbvia, de respeito pelo parceiro político. Não se pode estar a negociar com uma pessoa e ao mesmo tempo a ameaçá-la com a prisão. Se Feijóo não consegue perceber e aceitar isto, então é parvo.
O J. Carvalho esqueceu-se do melhor golpe de Estado de todos: o 25A.
Quanto a comboios, o Lavoura também nunca ouviu falar de um país chamado Suíça. Consta que há estações de comboio acima dos 3400m.
E, depois, há os túneis.
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