Há dias (melhor, há noites), nas minhas voltas noturnas, passei por lá, pelo espaço onde foi a Casa da Comédia. Creio que foi já há bastantes anos que desapareceu aquele pequeno teatro na Lapa.
Devo lá ter ido umas duas ou três vezes. No entanto, apenas recordo uma única peça, com Carmen Dolores e Augusto de Figueiredo. E, pelas datas, só pode ter sido “A dança da morte em doze assaltos”, de Dürrenmatt, em 1972, encenada por Jorge Listopad, que tinha sido meu recente professor de ... russo!
Lembro-me da voz inconfundível de Carmen Dolores. E também de Augusto de Figueiredo, com uma maneira de dizer um pouco “à antiga”, muito enfático, mas um excelente ator.
Mas nada dessa memória de vozes tem a ver com essa minha ida à Casa da Comédia. Nesse tempo, a (única) televisão que existia passava imenso teatro. Por isso, quem tem hoje uma certa idade viu representar, em teatro televisivo, todos os grandes (e outros um pouco menos) atores portugueses. E quem é mais novo também assistiu a alguns a reconverterem-se às telenovelas, porque tristezas não pagam dívidas.
Há pouco, foi noticiado que Carmen Dolores morreu hoje, com 97 anos.
1 comentário:
relembro a Carmen no filme sobre a vida de Camões
realizado por José Leitão de Barros, que relata a vida e os feitos do grande poeta Luís de Camões. Concorreu à primeira edição do Festival de cinema de Cannes em 1946
https://www.youtube.com/watch?v=O2ugohq77iI
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