quarta-feira, fevereiro 10, 2021

Brasil

Olhando o debate político no Brasil, fica a sensação de que o PT, ao insistir na aposta no nome de Lula e, no caso de ela falhar, no seu “genérico” Haddad (o nome menos ”poluído” dentro das ”cartas” que o partido pode apresentar), não terá aprendido suficientemente as lições do passado.

Ao pretender continuar a hegemonizar a liderança da esquerda, sem fazer um compromisso de modéstia com forças e personalidades mais ao centro, o PT pode estar, irremediavalmente, a afastar-se da possibilidade de voltar a ser uma alternativa de poder.

7 comentários:

J.Tavares de Moura disse...

Eu tenderia a concordar não se desse o caso do centro se dar pelo nome de João Dória.

É o mesmo que ter de escolher entre a peste e a cólera.

Patrick disse...

Se o PT sair da disputa, Bolsonaro ganha no primeiro turno de lavada, com um pé nas costas. Aí seria o prenúncio de um desastre.

Lúcio Ferro disse...

Lula é um lutador e um homem com H maiúsculo. O que lhe fizeram deveria ficar para a história como caso de estudo da canalhice que ocorre quando forças do judiciário se aliam aos grandes média privados e a outras forças ainda mais sinistras para dar asas ao mais ignóbil dos neoliberalismos. Dando cabo no processo de um país gigante, dos pobres, do clima, etc e etc. Sobre o futuro, pois não sei, que alternativas haverá no Brasil?

Carlos disse...

De facto o PT caminha a passos largos para a total irrelevancies política. Durante o consulado Bolsonaro em momento algum protagonizou a oposição ao governo de forma estruturada e consequente. Os resultados das recentes eleições municipais vieram demonstrar o total alheamento da realidade por parte da direção do parido dominada por uma clique sectária que vive na ilusão do “complot” da midia e do capital contra a esquerda. É claro que o ex-juiz Moro e uma boa parte da elite económica do Brasil “fizeram a folha a Lula” mas reduzir o debate a isto é duma pobreza de espírito confrangedora e por si só a expressão do estado de coisas a que chegámos.

Apesar das muitas questões que a perseguição a Lula por parte dos justiceiros de Curitiba suscitam, evidentes no chamado caso Vaza Jacto, que pôs a nu o proselitismo politico duma boa parte do judiciário, há um problema sistémico com a corrupção no Brasil. E infelizmente o PT mesmo que não seja mais culpado que os outros políticos acabou por estar associado a isto. O protagonismo de Lula, a ausência de autocrítica, a falta de renovação no PT e o isolamento da sociedade civil por parte do PT vão acabar por conduzir o Brasil para um segundo mandato de Bolsonaro.

Patrick disse...

O mundo dá voltas...

Nem um mês desse texto e já temos Lula completamente livre de encargos legais e favorito na disputa presidencial do ano que vem!

Francisco Seixas da Costa disse...

Patrick: terá lido isto? “ ao insistir na aposta no nome de Lula e, no caso de ela falhar, ”

Patrick disse...

O ponto principal que o senhor está deixando passar é que Lula não é livre por acaso, por um ato fortuito, ou porque o PT resolveu abrir mão da "hegemonia", mas ao contrário, pela insistência em fazer sua luta de cada dia, sempre. É o único partido que faz isso há 40 anos. Todos os outros partidos relevantes do país nesse mesmo período mudaram de nome, fizeram refundações mercadológicas, abandonaram seus príncipios e seus líderes ou se tornaram irrelevantes.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...