quarta-feira, fevereiro 03, 2021

Bastonários

Sou de um tempo, não muito longínquo, em que, como regra geral, quando se ouvia um bastonário de uma determinada ordem profissional, havia a quase certeza de estarmos perante uma pessoa equilibrada e sensata, um “espelho” do melhor da imagem da profissão. A regra passou a exceção.

10 comentários:

Tony disse...

Não gosto nada destas exceções: Miguel Guimarães, Rita Cavaco. E já agora, para compor o cacharolete, o Ricardo Mexia.

jose duarte disse...

E, normalmente eram respeitados pela sua qualidade académica e empatia.
Transmitiam uma ideia de sabedoria e seriedade na forma e no modo de atuar,eram respeitados.
Aqueles que, hoje, tem maior presença, no atual contexto,não demonstram qualidade inteletual e assumem, frequentemente,posições claramente de oposição e cada vez mais próximas da atividade sindical.

Pedro Sousa Ribeiro disse...

Nessa época havia apenas 4 Ordens : Advogados, Engenheiros, Farmacêuticos e Médicos sempre presididos por profissionais reconhecidos pela classe. Agora não faltam Ordens para qualquer profissão. E o que importa é estar presente na comunicação social.

Pedro Sousa Ribeiro disse...

Nessa época havia apenas 4 Ordens : Advogados, Engenheiros, Farmacêuticos e Médicos sempre presididos por profissionais reconhecidos pela classe. Agora não faltam Ordens para qualquer profissão. E o que importa é estar presente na comunicação social.

J.Tavares de Moura disse...

Para além da instrumentalização do cargo com propósitos de guerilha político partidária, quer no caso da bastionária da ordem dos enfermeiros e do bastionário da ordem dos médicos, tem-se verificado um evidente desvio da missão destas entidades e das funções de regulação destas profissões, delegadas pelo Estado.

Neste caso a auto-regulação, tão apregoada pelos liberais, não só não tem funcionado como, na verdade, tem-se traduzido em claras práticas de limitação da concorrências e de proteção corporativa a práticas lesivas do interesse público, quer por via da deliberada protelação de atribuição de equivalências e entrada de profissionais formados no estrangeiro, quer de práticas concertadas de preços entre clínicas e laboratórios, etc..

Igualmente grave é a proteção que, sobretudo a ordem dos médicos, tem dado aos casos de práticas violadoras do codigo deontológico e negligentes, com o protelamento da apreciação das centenas de queixas que aguardam investigação e que na maioria dos casos acabam arquivadas.

Tenho para mim que a hostilidade, agressividade no discurso e a procura permanente de confronto com o governo, visa intimidar. Assim, o Estado, mesmo tendo mais que razões para retirar o estatuto de utilidade pública e a delegação de poderes reguladores às ordens, se o fizesse seria acusado de motivação política.

Luís Lavoura disse...

Concordo plenamente tanto com o post como com os comentários anteriores.

Luís Lavoura disse...

J. Tavares de Moura

a auto-regulação, tão apregoada pelos liberais

Não sei que liberais é que apregoam a autorregulação. Eu diria que, pelo contrário, já desde Adam Smith que os liberais desconfiam muito da autorregulação. Adam Smith escreveu que é raro o jantar de convívio ou encontro de industrialistas em que estes não se põem a discutir uma nova forma de construir um cartel, por forma a ganharem mais dinheiro à custa dos consumidores.

Os liberais são defendores de um Estado regulador forte.

Obelix disse...

Bastonários destes, só à bastonada.

J.Tavares de Moura disse...

Luis Lavoura:

O pensamento económico liberal clássico não começa e, muito menos, acaba em Adam Smith.

Estou certo que conhece muitos outros economistas e políticos liberais mais recentes e o seu pensamento e a sua prática recente na matéria. Já nem falo de Reagan ou Thatcher, lembro-lhe Alan Greespan, que como Presidente da Reserva Federal, e na defesa da " market self regulation", desregulou o mais que pode os mercados financeiros. As consequências são bem conhecida: sub-prime, falência do Lehmon Brothers, e uma crise económica gigantesca em 2008.

Poderia dar muitos mais exemplos, mas estou certo de que conhece-os também ou melhor que eu.

J.Tavares de Moura disse...

Correcção ortográfica: no comentário anterior onde se lê "também" deve-se ler "tão bem".

Erro meu. A pressa não desculpa tudo.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...