As eleições nos Açores eram, até ontem, um não-assunto, no resto do país. Agora, para além do problema da governabilidade, importa perceber: o que ali se passou teve a ver, exclusivamente, com questões políticas locais ou trata-se de um efeito colateral da situação que se vive no poder central? Se for uma mistura das duas coisas, qual terá sido o fator mais importante?
5 comentários:
o que ali se passou
Parece-me que se passou muito pouco. O PSD ganhou dois deputados. O PS perdeu 4 ou 5, não sei. O Chega e a IL entraram no parlamento. A CDU saiu. Tudo isto são pequenas alterações, pequenas flutuações, normais em qualquer eleição. Não houve nenhuma revolução, nenhuma mudança de fundo, nenhum terramoto político.
Eu ainda sou do tempo do PSD nos Açores, que durou que se fartou. Depois foi ao PS que lhe coube trinchar o poder durante 20 anos. Agora está na hora de dar de comer outra vez aos outros. Estou é com pena de políticos de fina categoria do PS e de respectivas famílias que vão ficar sem emprego, à conta do Estado e da Região Autónoma. E ainda por cima levarem com o Chega em cima. Cá se fazem, cá se pagam.
Combater com a realidade aquilo que queremos muito ouvir é praticamente impossível. Os últimos anos foram muito ricos em exemplos dessa regra geral.
Esperemos todos portugueses acordem para o reale como os açoreanos.
A "famiglia" começa a desagregar-se, esperemos que rápidamente.....
Por uma vez, estou de acordo com o Luís Lavoura. O PS sofre a erosão de 24 anos de poder, e é natural que o aparecimento do Chega tenha mobilizado algum eleitorado anteriormente abstencionista. Mas às vezes, Luís Lavoura, um bater de asas de uma borboleta pode desencadear uma tempestade.
Claro, olhando-se para os lindos exemplos de probidade política do lado da Direita, onde o recém-chegado Chega já mostra a podridão que o caracteriza, eu gostava de saber onde está a moral de que se reclamam alguns.
Como dizia o Disraeli, um Governo Conservador é uma hipocrisia organizada...
A autonomia tem abusos e a gente aqui paga-os caríssimos. É preciso saber que o governo regional e as empresas regionais empregam muita gente. O primeiro-ministro deles é o Vasco Cordeiro, não é o Costa. Portanto, a descida do PS na região tem a ver com o governo e com o PS regionais e não com o António Costa, que não manda lá nada.
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