quarta-feira, outubro 07, 2020

Deixei de sorrir


Se a América, em ano de eleição presidencial, prometia já um tempo fascinante de observação, a pandemia deu uma inesperada ajuda a um teatro político que, com uma figura como Trump em cena, acabaria sempre por ter caraterísticas ímpares.

Vou confessar uma fraqueza: às vezes, ao longo destes últimos quatro anos, dei comigo numa atitude de divertida atenção à “performance” daquele que, não tenho a menor dúvida, a História virá a consagrar como o mais irresponsável presidente que alguma vez saiu em rifa à América.

Quando o via na televisão, ao mesmo tempo que ficava assustado com a tragédia de ter uma personalidade deste jaez à frente de destinos que condicionam os nossos, raramente conseguia não esboçar um sorriso.

Aquela figura caricata, que parece sempre estar aos ombros de si próprio, onde quer que esteja, que se acha “o máximo” e não mede o ridículo de afirmá-lo, protagoniza um arremedo de presidente que tinha o condão de, ao irritar-me, simultaneamente me divertir.

Ao vê-lo fazer aqueles “carões”, com gestos de afirmação machista, a sua pulsão por um exercício quase físico de autoridade, sentia estar a assistir a um “show” que, nem por ser de série B em termos políticos, deixava de ser curioso observar. Em alguns momentos, tinha a sensação de que Trump mimava as suas próprias imitações, numa emulação do “boneco” de Alec Baldwin.

Trump é autor do “script” para o seu monólogo de poder, carimba um registo que todos reconhecem e esquissa, a traço sempre grosso, o retrato que, a todo o momento, projeta de si mesmo. Trump é transparente: com as suas mentiras e exageros, só engana quem se dispõe a ser enganado.

O que mais impressiona é ele estar visivelmente sozinho em toda a encenação. É talvez a orgulhosa consciência dessa solidão que lhe potencia a força anímica para sustentar o espetáculo. Ele sabe que consegue obrigar-nos a assistir, como espetadores impotentes, àquela peça porque, à partida, sabe ser titular de um poder que o converte no homem conjunturalmente mais poderoso do mundo.

Na noite de segunda-feira, porém, parei de sorrir, por completo. Quando vi Trump chegar à Casa Branca e tirar, quase com violência, a máscara, metê-la no bolso com um ar de desprezo, num gesto – vou usar a palavra, porque é essa – criminoso, enviando um sinal para a morte a muitos seguidores, pensei que não tenho, afinal, o direito a usufruir de um olhar lúdico sobre uma personagem que, na sua irresponsabilidade arrogante, encarna o pior que a política nos pode trazer de maléfico.

23 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

"encarna o pior que a política nos pode trazer de maléfico.".

O Senhor Embaixador resumiu perfeitamente o drama do nosso tempo. E que haja, mesmo assim, indivíduos que em principio se dizem democratas, para validar um tal comportamento, é o segundo drama da nossa sociedade. Vemo-los por aqui e algures.

Deu um mau exemplo ao descartar a gravidade do vírus e apoiar teorias de conspiração bizarras à sua volta. E hoje mesmo, quando Facebook e Twitter são obrigados a censurar a sua mensagem na qual diz que a gripe sazonal que aproxima é mais perigosa que o Covid,

Enquanto outras pessoas ainda esperam para ser testadas ou não podem dar-se ao luxo de ser testadas ou cuidadas, ele e os seus amigos têm testes diários e podem pagar os cuidados médicos necessários para o fazer.
Não se importa com ninguém a não ser consigo mesmo e com a sua busca para se manter no poder.
E consegue nos seus shows , não expressar simpatia pelas muitas pessoas que morreram de Covid nos EUA.

Maléfico sim, Senhor Embaixador.

Luís Lavoura disse...

Ele tirou a máscara quando estava totalmente sozinho, numa varanda ao ar livre, sem ninguém num raio de mais de dois metros. Não faz mal absolutamente nenhum não usar máscara em tais circunstâncias.

Luís Lavoura disse...

O Francisco e eu não somos cidadãos dos EUA.
Não nos devemos, pois, preocupar com a forma como os cidadãos dos EUA, e as autoridades dos EUA, reagem face à epidemia que por lá grassa. Isso é problema deles.
Se os cidadãos dos EUA usam máscara ou não usam, se o presidente dos EUA usa máscara ou a mete violentamente no bolso, isso é problema lá deles. Não nos diz respeito, não nos afeta.
Aquilo que nos diz, e muito, respeito, é a política externa dos EUA. Nomeadamente, a política dos EUA em relação à Europa e às suas proximidades, especialmente ao mundo árabe.
As nossas preferências pelos candidatos presidenciais dos EUA devem governar-se por isso: pela política externa que eles propugnam. Não se devem governar por coisas que em nada nos dizem respeito, como seja a forma como eles propõem gerir a epidemia.

Joaquim de Freitas disse...

O Sr. Luís Lavoura considera que todas as pessoas, no público, raciocinam como o Senhor…Mas há muitos que a única coisa que viram é que retirou a máscara, esse acessório que Trump despreza… O exemplo e a imagem são importantes quando se dirige.

Anónimo disse...

Um ditador caricato mas perigoso! Rodeado de assessores e de médicos, na Casa Branca, que devem ter 30 e poucos anos, que lhe ficam eternamente gratos por terem sido escolhidos. Obviamente, que a figura não reúne os requisitos mínimos para nada, a não ser para dirigir as sua empresas e pregar calotes ao Estado. Queira Deus que vá de vela, para não prejudicar mais os EUA e o mundo.

Anónimo disse...

Ó FSC, faça lá um favor à malta e escreva umas linhas sobre o camarada Putin, que raio! Diga-nos o que acha do isolamento em que ele se meteu, dos hotéis no Mar Negro reservados para as quarentenas das pessoas que o queiram visitar, do túnel com desinfetante no acesso ao Kremlin, do afastamento dos jornalistas, da "secretária eletrónica" e, já agora, do aumento dramático de contaminações na Rússia. Só para variar e ver se o estalinista caviar se cala.

Anónimo disse...

Gerou-me um sorriso o retrato do histriónico cavalheiro aqui blogado. Um texto exuberante. Como sempre muito bem alinhavados. Sempre de ler com gosto.
Mas o que realmente conta, politicamente, para o comum eleitor americano que trabalha para sustentar a sua família e pagar infidáveis impostos?. Como por cá, diga-se. Agradou?. E apesar de alvo de constantes ataque de todos os lados, mesmo do "seu" partido, vencerá esta eleição?. Vencerá a massa de eleitores recém chegados às promessas de um insólito socialismo, made in USA?.
Vencedor ou não de aqui a 30 dias, os julgamentos que a história irá registar serão, como sempre, dependente do quadrante em que se posiciona o historiador. Induzirá sorrisos, ou não.

Corsil Mayombe disse...

Os "gladiadores" da conversa da treta sobre Trump vs Putin, deviam dormir com um olho aberto e outro fechado....
À bon entendeur!

Corsil Mayombe disse...

Os "gladiadores" da conversa da treta sobre Trump vs Putin, deviam dormir com um olho aberto e outro fechado....
À bon entendeur!

Carlos Fonseca disse...

O Luís Lavoura existe mesmo? Ou é alguém que vem para aqui parodiar, mesmo quando se trata de coisas sérias? De qualquer modo quem usa o nome não parece tolo, pelo que deve ter compreendido que o importante não foi o arrancar da máscara, mesmo estando na varanda e sem ninguém a menos de 2 metros. O que contou, naquele momento foi, a mensagem que pretendeu passar de que a máscara é inútil.

Jaime Santos disse...

O Luís Lavoura brinda-nos, mais uma vez, com a sua total falta de compaixão. Quando Trump tira a máscara, ele está a enviar um sinal aos que o apoiam de que eles devem desprezar o que lhes é dito pelas autoridades médicas.

Ora, sendo o que sabemos sobre esta doença muito incerto, a Ciência é ainda assim o único veículo eficaz para lutar contra a pandemia. Não há cá curas milagrosas, hidroxicloroquina, ou o que seja.

Apenas uns quantos medicamentos que dão uma ajuda parcial em caso de infeção, as máscaras, o distanciamento social e essa coisa medieval do confinamento (a roda é do Neolítico e não consta que haja quem se oponha à sua utilização por isso).

O que isto quer dizer é que Trump provavelmente por conveniência política, narcisismo e machismo está a mandar algumas dessas pessoas para a morte, mais as outras que elas poderão contaminar.

Isso não o afecta? Pelos vistos não. Mas nós já estamos habituados à sua completa insensibilidade. Afinal, foi o Luís Lavoura que interpretou a esperança média de vida como uma variável caída do céu relativamente à qual nada podemos fazer. Olhe, podemos, e chama-se a isso progresso...

Quanto ao anónimo das 15:06, deixe lá o Putin, que por muito mau que ele seja, pelo menos não é tão estúpido como o Trump!

Joaquim de Freitas disse...

Este “post” do Senhor Embaixador, era sobre Trump. Um analfabeto leu “Putine”… Toca a desandar sobre o Putin.

Os fascistas e os nazis, que são gémeos, não perdoaram aos heróicos “Partigiani” italianos de ter pendurado Mussolini e a sua amante, pelos pés….
E a Estaline, de ter posto Von Paulos e o seu orgulhoso 6° Exército de joelhos, em 1943, em …Estalinegrado, com os seus 265 000 soldados.

Mas sobretudo, não perdoaram a Estaline e ao seu Marechal Zhukov, de ter ousado hastear a bandeira vermelha nas ruínas do Reichstag… Sobre os restos infectos de Hitler no seu bunkker…

Assim, desde há quase um século que os “nazillons” de importação, educados pela Gestapo, que passaram da PIDE para a democracia, generosa em Portugal, quando não têm argumentos para falar de Trump…falam de Estaline.

Estaline, é o argumento final, quando a ignorância os estrangula…O “whatabout “ não sabem o que significa! Falamos duma coisa e vão a correr procurar a porta de saída…

Claro que neste momento sofrem…O ídolo americano desespera o mundo inteiro, e mais de metade dos americanos…Só os surdos e cegos não vêm que este tirano não é a América que põe em perigo, mas o mundo inteiro. O obscurantismo e o fanatismo dos seus adeptos encontra-se aqui representado por um pobre comentador.O seu lugar é em Guantanamo.

Anónimo disse...

A pergunta que interessa: o que faz o Corsil Mayombe com o olho que tem? Está aberto ou fechado? E, estando aberto, é eclético ou seletivo?

Anónimo disse...

O analfabruto do estalinista caviar gosta é disto: sentir-se o centro das atenções. Ele, mais os seus assassinos de estimação. Seria um dos poucos casos em a emigração era de louvar se não se dessa a desgraça de ele nos vir bater à porta. O estalinista caviar é como aquelas antigas testemunhas de jeová: chateia-nos e ainda mete o pé na porta.

Anónimo disse...

O Tramp deve é estar a pregar uma grande mentira. Pelo facto de lhe estar a correr mal a sondagem, pela derrota carnavalesca do debate, deve ter visto que o adversário levava vantagens e forjou o covid para sair como vítima e logo como herói aos olhos do povinho. É macaco para isso...

Luís Lavoura disse...

Pelos vistos, para alguns comentadores deste blogue as pessoas não devem usar máscara para se protegerem a si e aos outros, mas sim para enviar "sinais" ou "mensagens" umas às outras.

Eu não compreendo símbolos, sinais nem mensagens. Eu compreendo realidades. Ciência, como um dos comentadores diz. A ciência não é feita de mensagens, nem de símbolos ou sinais. Ela é feita de factos. E o facto é que quem está ao ar livre e a muitos metros de qualquer outra pessoa, não precisa de usar máscara para nada.

Óscar disse...

Admiro-o muito e aos seus textos. Por isso, gostaria muitíssimo de saber que comentários lhe suscitariam o seguinte raciocínio.
Talvez seja necessário questionar esta velha máxima democrática: a cada pessoa, um voto.
Para exercer medicina é preciso ter um curso e mostrar (com testes e outros exames) que podemos exercê-la. Mesmo que sejamos expert em medicina, por autoformação, não podemos exercer. Precisamos sempre “provar” que sabemos.
Por outro lado, "em tese" podemos ser médicos “encartados” e cometer erros. Claro. Mas há “uma base mínima” que temos de provar ao sistema.
Não seria justo exigir habilitação cívica para votar? Não se trata de saber se vota bem ou mal. Isso nunca se sabe.
Mesmo que saibamos conduzir muito bem, precisamos de fazer testes, “provar” que sabemos conduzir. Há um sistema de “testagem” que permite obter a licença para conduzir.
É indiferente em certa medida que alguém conduza bem ou mal. A questão valorativa não se coloca. É preciso fazer testes, fazer exame para conduzir. E pronto.
Claro que qualquer sistema que se encontre para conferir licenças para exercer uma dada atividade ou direito nunca é perfeito. (Estou a pensar naquela pergunta: "Como vais tu arranjar um sistema justo para aferir quem deve ou não votar?". Entre muitos outros aspetos, obviamente, nunca seria relevante para esse efeito a literacia académica dos indivíduos: analfabetos podem ter mais consciência cívica e política que licenciados).
A hipótese que proponho é esta: pode ser boa ideia, na atual conjuntura do mundo, na atual evolução que as sociedades exibem, começarmos a questionar-nos até à raiz.
Pensarmos em desafiar os fundamentos mais fundos (passe o pleonasmo) da democracia: cada pessoa, um voto. Por muito incómodo que seja.
Quem sabe se essa interrogação não poderá conduzir-nos a outras formas de “ser democrático”... Do caos nasce a luz. Bom… nem sempre, é certo.
Esta ação "radical" justifica-se? Porquê? Porque há inúmeros aspetos da sociedade atual que evoluíram de uma forma também radical, exponencial, disruptiva: a explosão da internet e da tecnologia em geral, as redes sociais, etc. E com isso nasceram novas formas de manipulação da "vontade" do povo, nunca antes vistas. E são aterradoras. Visíveis cada vez mais a olho nu, por todo o mundo.
A (suposta) vontade/liberdade individual típica do humanismo já não é o que era. E os sacaninhas deste mundo sabem aproveitar-se disso como ninguém.
Um dia não muito longínquo, a existência desta democracia, tal como a conhecemos, há de ser uma nota de rodapé nos manuais escolares, a qual arrancará não mais que apenas sorrisos.
Porque não colocar esta hipótese? A de ser possível construir (com muitíssimo esforço, pois) outras formas de fazer prevalecer a liberdade, a dignidade e a vontade de todos e de cada um, sem que necessariamente (e cegamente) se grite: a cada pessoa, um voto.
Há inúmeros aspetos a ter em conta em tudo isto, inúmeras objeções.
Exemplo: “Ah… mas as pessoas informadas também cometem muitos erros, também votam “mal”…”.
O problema não é valorativo, não é se se vota mal ou bem, tal como no exemplo acima, do exercício da medicina ou da condução.
Não se trata de acharmos que há pessoas que não sabem o que fazem quando vão votar.
Trata-se de esse ser um facto de uma evidência atroz para todos e de termos, sempre, modos de aceitar esse facto e de fazê-lo com aberto e são espírito democrático. Eu não voto. Por muitas razões. Uma delas é porque não o faria de modo minimamente informado.Sinto-me, por isso, com pouco direitos. Mas adiante.
Os sistemas democráticos pedem-nos que votemos não com base no que pensamos, mas com base no que sentimos. Só assim se compreende que possamos acolher de igual modo o voto de quem está minimamente informado sobre as instituições democráticas e o de quem nem sabe para que serve um parlamento.
Ora isto, salvo erro, produz de modo muito evidente aberrações como trumps, bolsonaros e afins. Será que este raciocínio pode ser abatido como se abate um cavalo doente? Tomara que sim.

Anónimo disse...

Adivinha-se um PREC nos EUA. Muito semelhante ao occorrido em Portugal nos pós-25 de Abril. Quer vença Biden quer vença Trump, em Novembro. Com apenas subtis nuances.
Em ambos os casos haverá descontentes, idiotas úteis ou não, atirados para a rua.
Nos quarteis e nos últimos andares das sede das CIA e do FBI, Madame Clinton já deu o que tinha a dar, Desta vez morreu. Detesta-se Trump mas detesta-se ainda mais as esquerdas folclóricas made in Ocasio e Bernie. São um perigo para a estabilidade nestas instituições. E nestes gabinetes os profisionais têm uma longa experiência quanto ao como e quando intervir. Nessa fase do Império Americano as guardas pretorianas mandam, ao tom do sempre presente tema: "money talks".
Os Estados Maiores de Trump, CIA, FBI, Partido Democrata, polícias estaduais -tal como cá ocorreu- não largam os (smart)fones, coordenando-se e medido de forças. Sempre com o objectivo de derrotar o inimigo comum.
Cheira a PREC, lá isso cheira. Kamala ainda não percebeu. Pence sorri, sossegado, há muito que vira frangos.
Afinal aquilo nem é a URSS,, muito menos Portugal.

Joaquim de Freitas disse...

Compreendo o que o Senhor Lavoura quer dizer: que tomamos precauções demasiadas !

Os receios sobre a ameaça que Covid representa para os sistemas de saúde ocidentais não me parecem ser uma conspiração política ou mediática. Os receios desta ameaça parecem ser objecto de consenso no seio da profissão médica ocidental. É possível que a profissão médica esteja finalmente errada. Mas é difícil acreditar que eles estão a dizer o que estão a dizer só porque se adequa aos políticos - ou mesmo que o que dizem é o que a maioria dos políticos quer ouvir.

Os políticos estão demasiado conscientes da crescente frustração dos cidadãos que estão repetidamente confinados, vêem os seus empregos desaparecerem e as economias locais cair em colapso.. Os políticos ocidentais parecem-me profundamente indecisos, temendo uma possível reacção popular, não co-conspiradores de uma grande conspiração para nos confinar indefinidamente.

12. Estamos no fio da navalha, e não me refiro aqui ao Covid-19.

Por um lado, estamos numa corrida - para que as nossas sociedades sobrevivam - para chegar a um novo consenso, a um novo contrato social, reconhecendo que precisamos de mudanças urgentes e fundamentais. Isto exigirá que o público aceite melhor que os nossos líderes não possam levar a cabo esta mudança porque estão presos em estruturas políticas imperfeitas.

Estas estruturas são irremediavelmente defeituosas porque foram confiscadas há muito tempo por interesses económicos que, por si só, dependem de políticas que nos empurram para a extinção. Temos de aprofundar e alargar a dúvida popular, porque, sem ela, não haverá pessoas suficientes que pensem criticamente em pressionar para uma mudança global.

Por outro lado, demasiadas dúvidas - dúvidas para o mero prazer da dúvida ou da dúvida cínica - não melhorarão as nossas hipóteses de reorganizar as nossas sociedades e dar-nos uma hipótese de sobrevivência.

O perigo é que o cepticismo justificado, educado e dirigido se transforme num cinismo fatalista, desenfreado e exaustivo. É uma tendência que os nossos líderes cultivaram em nós - muitas vezes inadvertidamente - pelo seu próprio apoio niilista a um status quo neoliberal que, cada vez mais claramente, nos está a levar para um futuro desolador.

Joaquim de Freitas disse...

Anonimo de 8 de outubro de 2020 às 19:27: Escreve: "Detesta-se Trump mas detesta-se ainda mais as esquerdas folclóricas made in Ocasio e Bernie. São um perigo para a estabilidade nestas instituições.". Claro mais de metade dos americanos sao "esquerdas folclóricas", made in Ocasion (et Bernie), porque os primeiros sao latinos e os outros negros...

Joaquim de Freitas disse...

Óscar disse : » Não seria justo exigir habilitação cívica para votar?”.

Em Atenas era preciso pagar impostos para votar.

Em Atenas, na chamada democracia ateniense, só os homens gregos (filhos de pais atenienses) e os homens livres podiam votar. Portanto, apenas uma minoria da população poderia efectivamente exercer o seu voto. Mulheres, escravos e estrangeiros foram excluídos do direito ao exercício da cidadania.

Óscar não seria um “trumpista” extraviado neste blogue?

Anónimo disse...

A propósito do Trump lembrei-me que houve aqui em Portugal umas figuras que acorreram, pressurosas, à TV e aos blogs a defendê-lo, como se fosse o farol da direita no mundo. E não é que despareceram? O homem é tão inqualificável que não serve de modelo para ninguém, só mesmo para os americanos que votam nele.

Anónimo disse...

J.deF. às 07:46. Provavelmente é a Wiki que está errada.
By race:
76.3% White
13.4% Black
5.9% Asian
2.8% Other/Multiracial
1.3% Native American
0.2% Pacific Islander
Ethnicity:
18.5% Hispanic or Latino
81.5% non-Hispanic or Latino

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...