segunda-feira, outubro 19, 2020

O meu direito


Vou exercer o direito a ter a minha opinião: a cada dia que passa, cada vez tenho maior respeito e consideração por estas duas senhoras. E gratidão.

40 comentários:

rui esteves disse...

Acompanho-o no louvor à DGS e à ministra da Saúde.
Agradeço à dra. Graça Freitas e à dra. Marta Temido.
E dou-lhes os parabéns pelo exemplar desempenho.
E só por despeito, ou por deita abaixo, é que se compreendem as críticas da direita ao exemplar desempenho destas duas senhoras.
Aguentar este tempo todo, meses a fio, o stress de gerir uma situação nova e apresentar mesmo assim um ar tranquilo, não é para qualquer um.

Anónimo disse...

Tenho a mesma opinião!

Anónimo disse...

Subscrevo
Fernando Neves

Unknown disse...

Subscrevo...dou-lhes os parabéns...

alvaro silva disse...

Como se diz na minha terra: Estão a ficar muito ruças!

Anónimo disse...

Ás vezes, muitas vezes, penso que já estaria com depressão se estivesse no lugar delas.
Temos mulheres que são autênticos soldados.
Gratidão!

Anónimo disse...


Bem, louvo-lhes a coragem e a persistência, mas não posso louvar-lhes a competência. Não se pode passar uma esponja sobre o que fizeram de mal, sobre a ausência de uma estratégia clara e sobre toda uma panóplia de medidas que deixaram de tomar, sobre as centenas de mortos, que resultou de toda essa imncompetência. Quando se pensa que a Drª Graça Freitas não recomendava o uso da máscara, enfim, está tudo dito. Elogiá-las agora depois desta pesada e onerosa herança, que tende a agravar-se, significa uma de duas coisas ou ambas: ou dar-lhes ânimo; e/ ou tentar transformar tudo isto numa questao política, de esquerda e de direita, o que é deveras lamentável.

Arber disse...

Totalmente de acordo!
E custa-me muito a entender o porquê das ferroadas que o Presidente tem dirigido à Dr.ª Graça Freitas. A senhora que durante meses nem a descanso de fins-de-semana teve direito.
Chocante foi a insistência na falta de orientações sobre as escolas, e maravilhosa a serenidade da resposta da senhora, quando respondeu que as normas já existiam há meses!
No seu lugar, há muita gente que já lhe tinha oferecido o cargo, para ele o entregar a quem achasse melhor!

Anónimo disse...

Muita exposição sem dúvida.De forma competente muitas reservas.Mas que é uma tarefa complicada lá isso é.

rui esteves disse...

É pena que o anónimo que gaba à DGS e à ministra a "coragem e a persistência", não lhes possa louvar a competência.
Estou em crer que anónimo se vivesse noutro país à escolha na Europa viveria agora bem mais satisfeito e seguro.
De facto, vemos o que passa em Espanha, na Itália, na França, na Bélgica, na GB ou na Suécia - e aí a competência é visível e é apreciada.
E se o anónimo mesmo assim ainda está insatisfeito, pode sempre deleitar-se com a competência que vai nos USA ou no Brasil.
Aí, nas Américas, o anónimo sentir-se-ia nas suas 7 quintas: tinha encontrado um lugar onde a competência e eficácia são palpáveis.
E se me permite um conselho, escolha o Brasil. Embora com menos óbitos que o vizinho do norte, já o ultrapassou em eficácia.

Anónimo disse...

Elogiar o trabalho destas duas será sinónimo de paralisia cognitiva?!

João Cabral disse...

Naturalmente, discordo.

Luís Lavoura disse...

Pois eu cada vez tenho mais ódio à senhora da esquerda.

Anónimo disse...

A gratidão é um sentimento que se nutre por alguém que nos faz bem a nós e aos outros. Fico à espera para ver se algum dos gratos que vier a apanhar covid ( e for para um sala de hospital onde está tudo ao molhe) vai continar a semtir-se cheio de gratidão pelas ditas senhoras...

Luís Lavoura disse...

Parece que a dra Graça Freitas ontem deu mais uma cambalhota e afirmou o seguinte:

"A conclusão a que chegámos é que a evolução clínica, e estamos a falar em doentes, é mais relevante do que a evolução laboratorial para determinar se um indivíduo se mantém ou não infecioso. Estas pessoas se tiverem tido doença ligeira ou doença assintomática mas com teste positivo, se ao décimo dia não tiverem febre e agravamento dos sintomas considera-se que não estão a infetar outras."

Em vez de preservar a nossa saúde e forçar os malandros dos contaminados a estarem aprisionados durante 14 dias (ou mais, ou mais, se não houver testes que confirmem que já se redimiram do seu pecado), agora vai dar-lhes liberdade ao décimo dia!

Isto compreende-se? Isto aceita-se?

aamgvieira disse...

SNS: Capacidade de resposta reduzida por 5 anos de cativações para compensar o aumento da despesa resultante da redução dos horários para 35 horas, com a agravante dos recursos disponíveis se concentrarem práticamente na pandemia deixando por fazer 10 milhões de consultas e mais de 100 mil cirurgias.Viva o socialismo bacoco !

José Figueiredo disse...

Também eu, Embaixador!...
José Figueiredo
Braga

Anónimo disse...

Ok, pronto... Mas isto quer dizer o quê? Que são simpáticas e nem dormem, coitadas? Ou que são boas gestoras? Alguém aqui tem familiares doentes oncológicos com consultas desmarcadas?

Anónimo disse...

A grande falha de não aconselharem as máscaras, de certo modo , foi para não entrarmos em pânico, pois tinham conhecimento que o Governo não as tinha cá a horas; não estavam preparados e, nós todos, iríamos ficar desesperados ! Iria começar uma guerra logo aí!Iríamos todos a correr invadir os hospitais... - Portanto, "vestiram a camisola" e arcaram com mais essa responsabilidade... , mas mandaram-nos para casa para ficarmos a salvo, do único modo possível nessa ocasião.
Fizeram o melhor que puderam até ver, para nos protegerem .

Anónimo disse...

Continuam muito eficazes na gestão de recursos, que, nunca são suficientes.
Em março não foram todos para casa. Os serviços essenciais estiveram abertos.
Muitos em casa protegeram, quem protegeu todos.
Hoje a transmissão é em ambiente familiar e o que isto quer dizer?
Muita gente sem cumprir a mais básica das regras. Uso de máscaras em todos os espaços fechados e sempre que o distanciamento físico, não seja possível. Isto é básico.
Os jovens não estão a cumprir...estes maiores de idade, os universitários, podem e devem voltar para casa, só assim vai ser possível reduzir a transmissão.
É irrelevante o facto da doença, nestes não se manifestar, mas, não é irrelevante a sua propagação.
Impossível gerir estes números diários.

Anónimo disse...

Estas Senhoras, estão a ser alvo de uma guerra inacreditável do mundo dos negócios privados na saúde, que atingiu o inimaginável de pressão politica sobre o SNS com um ministra que não verga aos interesses privados.
O grave nesta questão, é a posição miserável de intromissão do Marcelo em favor dos privados. Os portugueses que tirem conclusões destas actuações de quem as não devia ter por respeito à separação de poderes.

Obelix disse...

Têm certamente Mestrados em Paciência e Tolerância.

Anónimo disse...

Discordo totalmente. Semearam a confusão, as dúvidas e a desorientação que todos tinhamos no início.
Nesta fase, continuam desorientadas. Preferia que uma comissão científica tomasse conta deste assunto e não metesse tanto o governo ao barulho.

Maria

Jaime Santos disse...

Luís Lavoura, as novas directivas da DGS resultam do conhecimento acumulado sobre o vírus. Pessoas que não apresentam sintomas ou sintomas ligeiros não parecem capazes infectar outras ao fim dos 10 dias, mesmo com teste positivo, logo não faz sentido mantê-las em isolamento (prisão domiciliária).

Qualquer Liberal com dois dedos de testa sabe que se o conhecimento sobre a realidade muda, a opinião sobre ela pode (e às vezes, como no caso, deve) mudar...

A Dra Graça Freitas, como Cientista que é, guia-se sobretudo por factos, contrariamente a você que se guia pela sua opinião... Por isso é que andava a defender que a esperança média de vida é um número caído do céu que determina quantos vão viver ou morrer...

Anónimo disse...

A história das máscaras foi que, a OMS, não as recomendava, na altura e fizeram eco dessa norma. Também eu, estou de acordo com a permanente e competente prestação, das duas senhoras. Não lhes gabo, o que tocou em sorte. E é tão fácil dizer mal. Gostava de os ver lá. Já não posso ver e ouvir o Bastonário, nem o Mexia. Agora há aí outra batalha, que é todos unidos, para tirar a maioria ao PS, nos Açores, mesmo os que há dezenas de anos estão com maioria, na Madeira. Mas isso, não conta.

Anónimo disse...

Convém não esquecer que a Dra. Graça Freitas, certamente bem preparada, afirmou logo no início desta pandemia, que considerou ser “um bocadinho excessivo” o risco de contágio entre humanos e que não existiria “grande probabilidade” de o vírus chegar a Portugal...

Só isto permite qualificar a sua acção.

josé ricardo disse...

Pois comigo é ao contrário: já as não posso ouvir, nem a sra. Ministra, nem a tia Graça. E, já agora, nem o nosso estimado e vacinável "entertainer" Marcelo Rebelo de Sousa.

João Cabral disse...

Naturalmente, discordo.

Luís Lavoura disse...

Jaime Santos,

se as senhoras há uns meses não sabiam quando é que o vírus se transmite ou deixa de se transmitir, então não tinham nada que andar a impôr restrições sem fundamento. Na dúvida, deixa-se as pessoas livres. Não se coloca pessoas na prisão sem se ter a certeza de que tal é necessário. Não se manda as pessoas ficar presas em casa durante 14 dias, quando não se tem a certeza de de que 10 dias não sejam suficientes; nem se manda as pessoas ficar presas em casa 10 dias, quando não se tem a certeza de que 6 dias não sejam bastantes. Na dúvida, deve-se sempre deixar as pessoas ser livres de fazer a sua vida normal.

Ademais, o propósito do Ministério da Saúde (MS) é tratar dos doentes, não é impedir a expansão de vírus. Os meios (escassos, como sempre) do MS devem ser usados para tratar das pessoas doentes, não para andar a perseguir e atanazar pessoas saudáveis para ver se possivelmente elas não albergam um vírus qualquer, de entre os milhões de vírus que podem albergar.

Jaime Santos disse...

João Cabral, isso é um desperdício de (um parco, vá lá) esforço. Nós já sabíamos que você iria discordar...

João Cabral disse...

Jaime Santos, incomodo-o assim tanto que se vê na necessidade de comentar um "desperdício" meu de duas palavras, sabendo de antemão que eu discordaria? Espantoso. Não vale o seu esforço, garantidamente.

Jaime Santos disse...

Não Luís Lavoura, a missão do MS e da DGS é defender a saúde pública com base no melhor conhecimento científico que existe. Em Março, pensava-se que seriam necessários pelo menos 14 dias, agora pensa-se que é menos.

E não, na dúvida actua-se de modo a proteger as vidas dos mais frágeis, mesmo que isso implique restringir as liberdades dos demais e para isso é necessário impedir a expansão do vírus. Existe uma hierarquia de direitos e nessa hierarquia o meu direito à vida é mais importante que o seu direito à circulação.

Qualquer Liberal que não seja de pacotilha lhe saberá explicar que isto é assim. Argumentar em contrário é cair na posição dos malucos da NRA que consideram que o direito de se andar armado se sobrepõe ao direito à vida e à segurança do comum dos cidadãos (a começar por crianças de tenra idade nas escolas, vítimas de massacres).

Aconselho-lhe ainda a leitura da página da Wikipedia sobre 'Compartmental models in epidemiology', já que você parece ter alguma formação matemática, em particular estude o velhinho SIR (simula-se num PC), o modelo susceptíveis, infectados, recuperados (onde se incluem curados e mortos).

Nesse modelo entram dois parâmetros, a taxa de contágio e o tempo de recuperação. O produto dessas duas quantidades da-lhe o famoso R0, o número de indivíduos que cada infectado em média contagia enquanto está activo, logo no início da pandemia.

Se multiplicar R0 pela fracção s da população que é susceptível a qualquer momento, obtém o R(t). Essa fracção s é próxima de 1 no início da pandemia e aproxima-se de zero no final, assumindo, claro está, que a imunidade é duradoura (duvidoso para a covid-19, aliás). Ela dá-lhe, a qualquer momento, a probabilidade, se quiser, de encontrar alguém susceptível (e de o infectar se for portador da doença).

Pois bem, no momento em que R(t)=1 (s decresce sempre), a curva atingiu o seu máximo. Para a covid-19, com R0=2,5, essa fracção é 0,4, ou 40%. Mas o que é chato é que se você deixar a doença correr, quando esse ponto for atingido, cerca de 20% da população estará simultaneamente infectada. Se 1% dessas pessoas precisarem de camas de UCI, seriam precisas 20.000 camas em Portugal. Não há SNS que resista.

Pode-se claro optar pela 'imunidade de grupo', baixando a taxa de contágio artificialmente (através do distanciamento social) e fazer com que a fracção de susceptíveis seja de 40% no final da onda e não no seu máximo, o que evita novas ondas. Isso implica que 60% das pessoas tenham sido infectadas e ou se curaram ou morreram.

O que também chato é que como a taxa de mortalidade da covid-19 é provavelmente uns 0,6% (número de mortos dividido pelo número total de infectados, testados e não testados, um número que não se conhece bem), 0,6% de 6.000.000 de pessoas são 36.000 mortos... Um Governo que aplicasse tal coisa poderia ser acusado de assassínio em massa. Note-se, aliás, que não é isto que faz a Suécia...

E neste caso, no máximo da pandemia, uns 7% da população estariam infectados, e você precisaria de 7.000 camas de UCI, o que é de novo uma quimera (é um número mais de 3 vezes superior à capacidade actual do SNS).

Por isso é que é preciso recorrer à tal estratégia medieval do confinamento (mas a roda é do Neolítico e não consta que alguém tenha criado alternativa melhor). É chato? É, mas é preciso...

Agora, uma coisinha lhe digo, a si e aos libertários que tiraram a sua ideologia de algo como os livrinhos da Sra Rand, uma criatura horrível que teve a morte que mereceu, a dos egoístas que morrem sozinhos.

Se algum dia um Governo em Portugal alinhar numa estratégia desta natureza, vão ver quão depressa pessoas como eu reduzem o seu consumo para tão próximo de zero quanto possível e depois se a Economia for com as trouxas, paciência...

É afinal um direito que nos assiste... Se quem quer ser livre não colabora, quem é frágil pode bem actuar de modo a tirar o sustento a quem quer ser livre. É uma espécie de dilema do prisioneiro. Ou colaboramos ou caímos todos...

Jaime Santos disse...

Não, João Cabral, não me incomoda nada, mas sei que o meu comentário o chateia, ou não teria respondido. E só isso já valeu o esforço...

Luís Lavoura disse...

Jaime Santos,

as suas especulações matemáticas têm um problemazinho: não são confirmadas pela realidade. A realidade é que Portugal nunca esteve nem sequer perto de esgotar as suas UCI nem a sua capacidade de internamento. Nem a brutal mortalidade que você prevê esteve alguma vez perto de ser atingida. As únicas pessoas que morreram foram, basicamente, velhinhos de mais de 80 anos (há exceções, que mais não fazem que confirmar a regra).

Acho muito bem que você e outros como você - uma minoria da população - se confinem, se metam completamente dentro da toca, e reduzam o seu consumo a quase zero. É verdade que a economia irá às malvas, mas não irá ficar pior do que está agora, em que praticamente toda a população está a ser forçada a reduzir o seu consumo substancialmente. Prefiro ter 80% da população a consumir à vontade e os outros 20% a não consumir nada, do que ter toda a população a só consumir 60% do normal.

Não faça demagogia com a minha liberdade contra a sua vida. Você sabe muito bem que a minha liberdade não o mata. Você tem a capacidade de se proteger.

Anónimo disse...

Jaime Santos, reduzir o consumo para perto do zero?... olhe, eu não sou liberal, detesto a Srª Rand, sempre votei esquerda mas, precisamente por ter sempre votado esquerda, sempre me habituei a questionar as politicas de quem está no poder e ainda mais quem me vem com a possibilidade de ser poupadinho, reduzindo o consumo, e apelando ao sacrifício. De resto, não vou discutir números consigo. Os números que eu sei é que a taxa de mortalidade no cancro e de várias doenças cardiacas é muito elevado e mais elevado ainda se torna quando se adiando consultas e cirurgias. É isto que eu sei. E sei também que impedir idosos, pessoas já no fim de vida, nos lares de ver filhos netos e amigos é, para além de lhes reduzir a vida, cruel. E absurdo. É isto que eu sei.
Enfim, e os parabéns à Dª Graça Freitas e ministra Marta Temido, é exatamente porquê? Porque são telegénicas? Os alertas, e críticas, do Conselho Nacional de saúde, hoje, sobre a suspensão de cuidados de saúde, afinal não servem para nada?... Claro que se pode elogiar e nem vejo que seja preciso invocar uma especial coragem para isso, senhor embaixador. Não é preciso invocar solenemente o direito a exercer o elogio, como se corresse algum perigo por isso. Um bocado de coragem é preciso para o contrário. Contestar medidas, colocar em causa as politicas de confinamento, colocar em causa números, etc, é visto hoje em dia como se fosse negar o holocausto..

Jaime Santos disse...

Luís Lavoura, as minhas especulações matemáticas, como você lhes chama, não se concretizaram graças a uma coisa chamada confinamento que entre nós ocorreu bem cedo e graças ao activismo estatal para manter as pessoas em casa.

Vir dizer que as Cassandras (o termo é nobre, ela previa sistematicamente o futuro de forma correcta, os outros é que não acreditavam nela) se enganaram porque se fez exactamente o que elas defendiam para evitar o desastre, isso é que é demagogia e meter a foice em seara alheia.

Vimos bem o que aconteceu em Itália em que a taxa de mortalidade na Lombardia atingiu os 0,15%, com um sistema de saúde bem melhor que o nosso (número de mortos sobre o total da população, não sobre o número de infectados, e isto até agora) e isso não é uma especulação matemática.

Numa coisa você tem razão, eu, que sou um relativo privilegiado, até posso ter alguma capacidade de me proteger dos disparates de terceiros, você incluído.

Mas há muito quem não a tenha, trabalhadores essenciais, no SNS, nas forças de segurança, na distribuição, nos lares, ou simplesmente os pobres ou os velhos que vivem em agregados familiares maiores (Portugal não é exactamente a Suécia onde uma fracção significativa da população vive sozinha, sortudos que eles são!).

A hipótese da imunidade de grupo é uma idiotice chapada, defendida por quem claramente não pensou dois segundos sobre como seria possível proteger os mais frágeis, ou por quem não se interessa muito por isso... Aliás, os suecos nem sequer tentaram a dita imunidade de grupo e a sua estratégia rebentou-lhes na cara...

https://acmedsci.ac.uk/more/news/navigating-covid-19-through-the-volume-of-competing-voices

O mínimo que devemos a essas pessoas como um todo é que nos comportemos de maneira a não as colocar em risco, ou pelo menos a mitigá-lo.

Quantos aos 'velhinhos de mais de 80 anos', uma classificação insultuosa, apetece dizer que velhos são os trapos. Que eu saiba, são-nos tão indispensáveis como um jovem de 20, as vidas valem todas o mesmo e por acaso a eles devemos o País onde vivemos, que é bastante melhor agora do que quando eles começaram a trabalhar.

Lembra-se do aumento da esperança de vida de 14 anos nos últimos 40 anos? Deve-se ao trabalho dessas pessoas.

Mas os Liberais de pacotilha partem do princípio que as pessoas estão todas nas mesmas condições de igualdade e que têm a Liberdade de fazer as mesmas escolhas, sem se lembrarem que na vida real isto não é assim e que dependemos todos do altruísmo e da dedicação de muitos que não têm escolha, assim como dependemos do legado de quem veio antes e de nós e que merece toda a protecção que lhe possamos dar.

Exactamente como os soldados no campo de batalha a quem os camaradas não abandonam, por mais que os Trumps cobardolas deste mundo insistam em chamar falhados a uns e a outros...

Mas desafio-o a fazer uma coisa. Assine um termo de responsabilidade em como se compromete a dispensar um ventilador ou uma cama de UCI se necessitar deles e houver outras pessoas que precisem também. Aí se verá o quão fiel você é aos seus princípios ou se não passa simplesmente de mais um Frei Tomás como a Sra Rand, que acabou a depender da Segurança Social e do Medicare, como já tinha dependido da educação pública na URSS, que permitiu pela primeira vez que as mulheres ingressassem na universidade...

E a Economia não ficará pior do que até agora? Se tiver que haver um novo confinamento geral por causa da irresponsabilidade de alguns, como diz Fauci, vai ver se não fica.

Para pior, Luís Lavoura, é sempre possível...

Jaime Santos disse...

O caro anónimo das 17:26 guarde lá para si as suas convicções porque, como bom anónimo que é, elas não são verificáveis, logo não valem nada. Os anónimos que criticam a Esquerda nos blogues são todos de Esquerda, já se sabe, mesmo quando defendem posições à Direita.

A vantagem do anónimo é que ele, como Proteu, pode assumir as formas que quiser. A desvantagem é que ninguém acredita em peva do que ele escreve sobre o que fez ou deixou de fazer, sobre a sua expertise, etc, etc...

Descanse que os seus argumentos, se valerem alguma coisa, não valem mais ou menos por causa das suas supostas tomadas de posição anteriores...

Não confunda as coisas. Não defendi que devêssemos em circunstâncias normais reduzir o nosso consumo (muito embora pense que a prazo não há remédio por causa da crise climática), mas se somos confrontados com quem considera que a Economia é mais importante que as vidas individuais, então a melhor arma que temos é mesmo a de nos abstermos de consumir. Chama-se isto atacar onde lhes dói mais a eles, na carteira.

Quanto ao resto, aconselho a que ouça a entrevista de Nelson Pereira na RTP3 (de ontem). O S. João, até agora, recuperou a sua capacidade de fazer consultas e cirurgias não covid e só irá perdê-la se o aumento do número de casos continuar (o que vai seguramente acontecer).

Não me parece que o anónimo advogue que a um paciente covid-19 que necessita de atendimento urgente deva ser negado o tratamento só porque há alguém que tem uma cirurgia não urgente agendada, mesmo que seja alguém que se deixou infectar por incúria.

A melhor maneira de assegurar que uns e outros têm o atendimento que precisam é reduzir a pressão nos hospitais, o que depende da responsabilidade individual de cada um em primeiro lugar e de medidas governamentais (refiro-me a confinamentos, mesmo a um geral, pois claro, só em segundo).

E acha que defendo o isolamento das pessoas nos lares porque gosto? Não, defendo-o porque é a forma possível de lhes proteger as vidas. Aliás, vale a pena notar que são os adeptos da imunidade de grupo que querem trancar os velhos nos lares e os trabalhadores dos lares lá com eles, como se isso fosse possível, e não eu...

Anónimo disse...

Sim, o Proteu, etc, etc. Sobre isto:
" mas se somos confrontados com quem considera que a Economia é mais importante que as vidas individuais, então a melhor arma que temos é mesmo a de nos abstermos de consumir."
Sabia que a economia mata? Você é mesmo de esquerda?

Jaime Santos disse...

A sua citação está errada, o slogan é: 'Esta Economia mata' :) .

Por acaso, não acho que isso seja verdade. A avareza essa mata, mas nem todos aqueles que participam de uma Economia Capitalista são avaros, nem sequer todos os capitalistas, só aqueles que defendem o desconfinamento e a imunidade de grupo e outras tretas.

Será que esta declaração faz de mim alguém de Direita? O horror...

Sabe que mais, estou-me mesmo nas tintas. Os meus argumentos não devem valer por isso. Posso invocar argumentos de autoridade, mas certamente que não com base em quem votei nas últimas eleições, como você faz...

E sim, Proteu é um excelente nome para si, porque não passa a assinar assim? Sempre seria mais honesto...

Anónimo disse...

Jaime Santos, sobre o anonimato, não faço ideia de que você seja, se é de facto Jaime ou Mário ou Manuel. Nem é preciso. É tão anónimo e honesto ou desonesto como eu. Deixe-se disso. Adiante. Não faço ideia se é de direita ou esquerda, nem isso interessa. Sei que as atuais medidas não favorecem os mais frágeis e pobres. Foi o Jaime Santos que disse que se tivermos que reduzir o consumo ao mínimo que seja, o que continuo a achar extraordinário. Sim, a economia mata, no caso, esta economia mata. E sei também que a restrição de consultas e intervenções cirúrgicas e tratamentos tem matado mais do que os números do covid e que isso, afetando todos, tem afetado mais os mais pobres. Tudo isto é do senso comum e não precisa de elaboração.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...