Keith Jarrett anuncia que deixou de tocar, por razões de saúde. Vi dois espetáculos seus. Um, em Londres, em julho de 1991, de que deixo uma imagem tirada agora da net, dois dias antes do seu famoso Concerto de Viena. Outra vez, ouvi-o em trio com DeJohnette e Peacock, não consigo lembrar onde (e eu tenho muito boa memória). Por muita graça que esses momentos tenham tido, e tiveram, a verdade é que o “bem” que a música de Jarrett me fez em toda a minha vida, a companhia que o seu jazz me proporcionou, nos momentos (felizmente raros) dos meus próprios “blues”, foi usufruída através dos seus CDs. Um dia, li Paul McCartney a dizer que a boa música se ouve sozinho, a guiar um carro silencioso, numa longa autoestrada (agora, teria de acrescentar, com o telemóvel desligado). Viajo muito com Jarrett em eventuais jornadas solitárias. O “Concerto de Colónia” é aí indispensável, mas também gosto do fabuloso “Bye Bye Blackbird”, que o trio dedicou a Miles Davies. E do resto, caramba! Não percebo muito de jazz, mas fico grato a Jarrett por ter existido.
quinta-feira, outubro 22, 2020
Keith Jarrett
Keith Jarrett anuncia que deixou de tocar, por razões de saúde. Vi dois espetáculos seus. Um, em Londres, em julho de 1991, de que deixo uma imagem tirada agora da net, dois dias antes do seu famoso Concerto de Viena. Outra vez, ouvi-o em trio com DeJohnette e Peacock, não consigo lembrar onde (e eu tenho muito boa memória). Por muita graça que esses momentos tenham tido, e tiveram, a verdade é que o “bem” que a música de Jarrett me fez em toda a minha vida, a companhia que o seu jazz me proporcionou, nos momentos (felizmente raros) dos meus próprios “blues”, foi usufruída através dos seus CDs. Um dia, li Paul McCartney a dizer que a boa música se ouve sozinho, a guiar um carro silencioso, numa longa autoestrada (agora, teria de acrescentar, com o telemóvel desligado). Viajo muito com Jarrett em eventuais jornadas solitárias. O “Concerto de Colónia” é aí indispensável, mas também gosto do fabuloso “Bye Bye Blackbird”, que o trio dedicou a Miles Davies. E do resto, caramba! Não percebo muito de jazz, mas fico grato a Jarrett por ter existido.
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Agostinho Jardim Gonçalves
Recordo-o sempre a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma extraor...
6 comentários:
Imperdível,piano solo :
"Danny Boy".
a boa música se ouve sozinho, a guiar um carro silencioso, numa longa autoestrada
Porquê a guiar? Porque não em casa? A boa música até distrai da condução. E nenhum carro, exceto os elétricos, é verdadeiramente silencioso.
Luís Lavoura,
Tu és o Rei dos Chatos. Irrrrrrraaaaaa
O único concerto que vi dele foi no Coliseu, mas demorou a arrancar; ameaçou que se ia embora se as pessoas não se calassem! Enfim lá conseguiu chegar ao fim sem mais sobressaltos. Gosto de Jazz, Maiden Voyage de Herbie Hancock vale a pena!
Ouvi Keith Jarret no memorável 1º Festival de Jazz de Cascais em 1971. Tocou integrado num septeto que tinha Miles Davies como cabeça de cartaz.
Para além deste conjunto actuou também o quarteto de Ornette Colman, cujo contrabaixista Charlie Haden dedicou um tema - song per Che - aos movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné.
Conta a história que esteve iminente a intervenção da polícia de choque num pavilhão completamente esgotado e Charlie Haden foi preso no final do espectáculo e enviado no dia seguinte, com escolta até ao aeroporto, para os Estados Unidos.
Menos conhecido é o "Concert at the Deer Head Inn". Vale a pena
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