quinta-feira, outubro 15, 2020

É assim!

Na tarde de terça-feira, escrevi no JN um artigo, que foi publicado no dia seguinte, que terminava assim:

“A minha preocupação, olhando os últimos números mas, principalmente, lendo as tendências em vários países europeus, é saber se, perante a constatação de que podem vir a ser necessárias novas e mais fortes medidas limitativas, existe ambiente público para conseguir impor esse novo pacote de restrições, em condições de garantir a sua obediência generalizada.

É que um eventual incumprimento dessas novas medidas emergiria como um fator de corrosão da autoridade do Estado. E esse seria um drama a somar à tragédia.”

Nem eu pensava no que agora por aí vai, em termos de discussão pública.

6 comentários:

Anónimo disse...

Sabe?, é que o embaixador tem um problema epistemológico grave.

diz ter havido excepção para os que teimam em fazer política e pedem o reforço dos meios humanos das escolas e do SNS e dos meios materiais das transportadores - de modo a minimizar riscos de contágio.

quando de excepção são estas ideias de trocar esse fazer da política pela acção repressiva da polícia que nos tem vigiar em nome da nossa e do medo - medo que, agora, se chama saúde pública, mas logo se chamará outra coisa qualquer.

Anónimo disse...

como já tem acontecido, as pessoas comentam e exigem o oito e o oitenta!
uns valentões sem qualquer medo, outros que consideram que as medidas foram poucas e a más horas
há imensos especialistas neste assunto como noutros assuntos
e não sei porque não se candidatam a gestores de pandemia!
aliás o governo deveria instaurar uma linha de atendimento para admissões de gestores
de pandemia, não faltariam candidatos pelos palpites que se leem por aqui

Anónimo disse...


O anónimo de 15 de outubro de 2020 às 22:11 tem enchido as caixas de comentários a criticar os que acha darem palpites.

Dedico-lhe, como nos antigos programas de discos pedidos (ainda os há?), o seguinte trecho de um texto de José Mário Branco (o músico deve-o ter escrito a pesar em gente assim):


«entretém-te, filho,
e vai para a cama descansado
que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante,
enquanto tu adormeces a não pensar em nada,
milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos
com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá!»

Luís Lavoura disse...

Vamos lá a ver. O governo propôs duas medidas. Uma delas, o uso generalizado de máscara na rua, não provocou qualquer polémica. A outra medida provocou polémica - mas por ser completamente disparatada. Ou seja, o barulho todo que por aí vai, e de que o Francisco se queixa, não se deve propriamente a a população portuguesa estar pouco propícia para novas medidas, mas sim ao facto de que a medida proposta pelo governo é totalmente disparatada. Por
(1) Grande parte da população portuguesa não ter telemóvel que dê para instalar apps.
(2) Não se poder obrigar toda a população a usar telemóvel, dado que ele viola a privacidade das pessoas.
(3) A medida exigir a geolocalização constante das pessoas, o que viola grosseiramente a privacidade.
(4) Não ser possível na prática verificar se as pessoas têm a aplicação no telemóvel ou não, dado que não é legítimo um polícia pedir a uma pessoa que lhe mostre o telemóvel.
(5) Não bastar que as pessoas tenham a aplicação instalada para que ela faça efeito, pois é também necessário que as pessoas dêem seguimento à aplicação, em particular fazendo testes (que custam dinheiro e tempo) de cada vez que a aplicação os alerta.
E mais N razões, todas elas mostrando que a proposta do governo é totalmente tola, ineficaz e ilegal.
O próprio António Costa, aliás, disse que só fazia estas propostas porque "era preciso fazer alguma coisa" e para "dar um abanão". Ou seja, ele fez estas propostas somente porque não encontrou nenhumas outras para fazer.

Anónimo disse...

O Lavoura está errado (pelo menos) numa coisa: a aplicação não exige geolocalização. Veja se percebe: a "app" gera um código associado a um TM. Quando este TM (com bluetooth ligado), sente outro TM (com a "app" e bluetooth ligados), a menos de X metros e durante Y tempo, o TM guarda o código do outro. Quando você declara que tem COVID, o seu TM manda um aviso para a lista de TM junto dos quais esteve dizendo "Este TM com código Z pertence a "alguém" com COVID". É "só" isso. Ninguém sabe quem você é, ninguém sabe onde você andou.

O problema, aqui, não é de privacidade mas sim de LIBERDADE!

Anónimo disse...

Isto está a ser o "diabo" para este governo!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...