Há cada vez mais coisas sobre as quais tenho dúvidas: sobre a atitude a tomar face à sem-abrigo que tentou matar o filho, sobre a autorização ou não do traje da desportista muçulmana, sobre se, afinal, o aeroporto deve ser ou não no Montijo, sobre se se deve proibir ou não a exploração de lítio, etc, etc.
Quando vejo tanta gente com tantas e tão profundas certezas sobre tudo e sobre todos, dou comigo a pensar: isto deve ser da idade...
9 comentários:
O traje da desportista muçulmana parece ser uma não questão. Há atualmente muitas muçulmanas que jogam basquetebol, e há já nesse desporto regras específicas sobre que traje (que cubra o corpo todo) podem usar para praticá-lo. Basta tanto os árbitros como as atletas obedecerem a essas regras. Não há que inventar nada.
A localização do aeroporto é uma não-questão, dado que atualmente a ANA é uma empresa privada e tem o monopólio dos aeroportos em Portugal. Logo, a construção ou não-construção de um novo aeroporto, e a sua localização, é algo que somente à ANA compete decidir. Ela decide onde quer construir, e paga a construção; o governo somente tem que levar a cabo o processo de impacte ambiental. Não é o governo quem decide, nem é uma questão a ser debatida pela polis.
proibir ou não a exploração de lítio
Claro que não se deve proibir, tal como não se proíbe qualquer outra exploração mineira. Se se explora cobre, zinco, ouro, etc, porque é que não se há de explorar lítio?
Desde que haja propostas de exploração, elas devem ser consideradas de exatamente a mesma forma que quaiquer outras propostas de exploração mineira.
A sem-abrigo que tentou matar o filho tem que ir para a prisão, após julgamento. Caso contrário, levantar-se-ia um precedente - passar-se-ia à sociedade a ideia de que o infanticídio é livre, e poder-se-ia esperar que o caso se repetisse.
Luís Lavoura às 11.56:
Ela até agradece ter um sítio onde dormir.
Já parou para pensar no desespero desta gente?
A miséria total, provavelmente desde que nasceu, a mãe dela deveria ter feito a mesma coisa? E a avó?
São gerações que se sucedem e ninguém faz nada. Aliás, vai piorar...
São pessoas que precisam de auxílio não de punições.
Quero lá saber dos cães e de outros...animais.
O ser humano em condições adversas é capaz das maiores barbaridades.
É sobretudo do tempo; o confronto entre o nosso tempo e o tempo dos outros.
Dos outros, os actuais, são os ecos do "Eco" como abaixo está exemplificado linearmrnte.
jose neves
1. Menina desportista "maomé".
Está em Portugal, e na Europa. tem que se habituar aos nossos modos e hábitos.Então que vá fazer o desporto que quiser, mas lá no seu País de origem, onde jogam de burka, véu eslâmico ou lá o que é. Em França, nas escolas, até já exigem comida diferente. Estão asilados, que se habituem ao nosso modo;
2. Obviamente que a senhora que atirou fora a criança, tem que ser presa pelo crime. A criatura, tem cá irmão e tios, segundo a imprensa. Saiu de casa do irmão, porque, na minha opinião, optou por esta vida. Não venham com lamechas. Muitos não querem regras nenhumas, nem casa. Bem pode o Dr. Marcelo apertar com o assunto, porque ele é assim;
3. Lítio.
Extração, sim senhor, com regras, evidentemente. Não se explora, minérios: ferro, zinco, cobre, etc.?
4. Aeroporto. A sua construção, já era para ontem. Não sei se posso falar no Sócrates?. Ele há anos que o queria. Isso é que eu sei e muitos entendidos, achavam que o de Lisboa ainda dava para muitos anos.
Anónimo, vá ao google, procure por basquetebolistas muçulmanas, e encontra lá sem dificuldade muçulmanas que jogam basquetebol todas cobertas, e de véu, nos Estados Unidos, algumas delas parece que até são jogadoras de topo. Não sei se na Europa também há (o basquetebol não é tão popular na Europa como nos EUA), mas provavelmente sim. Não pense que Portugal é o primeiro país europeu em que aparece uma mulher a querer jogar basquetebol toda coberta. Não precisamos de inventar a roda, ela já foi inventada.
Luis Lavoura , quando fala da roda , refere-se á que existia nas Igrejas e onde as mães deixavam os recém nascidos ? Nessa altura as crianças eram recolhidas e tinham quem cuidasse delas , sem exporem a mãe á vergonha e ao julgamento público . Trocar a roda pelo caixote do lixo é querer desfazer-se dum filho como se fosse um objeto estragado e não um ser humano . Se esta mãe se preocupasse com a sua sobrevivência tê-lo-ia deixado discretamente á porta de alguém , seria encontrado e certamente encaminhado para um local seguro .
A mãe não queria ser encontrada ? Não seria ... ou pelo menos desta maneira vergonhosa . Esta mãe deitou a filha fora como teria deitado u rato que estivesse a incomodar . Se merece estar presa ? Pois se cometeu um crime , onde haveria de estar ? É uma sem abrigo ? Isso não é sinónimo de infanticida , esses são pessoas que merecem o nosso respeito pela situação em que se encontram e devem ser ajudados a sair da rua . São sem abrigos , não são criminosos ...
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