sábado, novembro 23, 2019

Madalena Fischer


As primeiras mulheres admitidas na carreira diplomática portuguesa entraram no Ministério dos Negócios Estrangeiros em agosto de 1975, no mesmo concurso público em que eu próprio ingressei. Tinha sido o ministro dos Negócios Estrangeiros Mário Soares quem, meses antes, havia feito alterar a retrógrada lei da ditadura que determinava que apenas os homens pudessem ser diplomatas.

Dinah Azevedo Neves foi a mais bem classificada mulher de quantos ingressaram naquele concurso, pelo que pode ser considerada a primeira mulher na história da carreira diplomática portuguesa.

Maria do Carmo Allegro Magalhães viria a ser a primeira funcionária diplomática a assumir funções como chefe de uma missão diplomática, com credenciais de embaixadora, na embaixada portuguesa na Namíbia. Depois dela, muitas outras mulheres viriam a dirigir embaixadas e missões multilaterais.

Anos mais tarde, a embaixadora Ana Martinho seria a primeira mulher a desempenhar funções de secretária-geral nas Necessidades, o mais elevado lugar da hierarquia formal do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Nos dias de hoje, Ana Paula Zacarias é secretária de Estado dos Assuntos Europeus, depois de, há já bastantes anos, a diplomata Manuela Franco ter tido funções similares num outro governo.

Agora, foi anunciado que Madalena Carvalho Fischer, atual embaixadora no Cairo, irá assumir o cargo mais importante na direção político-diplomática das Necessidades, como diretora-geral de Política Externa. Nunca uma mulher tinha, até hoje, ascendido a essas funções.

A história da presença feminina nos quadros diplomáticos portugueses, nas últimas décadas, reflete um percurso de inegável sucesso, com o surgimento de funcionárias altamente qualificadas a ocuparem lugares destacados, quer em Portugal, quer na rede diplomática e consular exterior, muito contribuindo para o prestígio da imagem de Portugal no mundo.

A nomeação de Madalena Fischer, uma qualificada profissional, com um perfil muito consensual na carreira diplomática portuguesa, é assim uma excelente notícia.

Muitos parabéns, Madalena! Os faraós vão sentir saudades suas...

14 comentários:

Anónimo disse...

Falta uma Ministra dos Negócios Estrangeiros, embora ja estivéssemos estado mais longe.

Unknown disse...

De acordo com o anónimo das 4.42. Sobretudo depois de dois aprendizes de Maquiavel nos últimos anos

Anónimo disse...

Falta, de facto, uma Ministra dos Negócios Estrangeiros, com uma boa imagem, que também é preciso para efeitos de persuasão. Imagine-se a sorridente Ministra do Trabalho nos Negócios Estrangeiros. Ia ser um sucesso.

Anónimo disse...

Anónimo, já tivemos uma, Teresa Patrício Gouveia
Fernando Neves

Anónimo disse...

Aí está uma boa sugestão: Uma MNE. E que venha rápido substituir Ernesto Augusto Santos Silva (que foi tão lesto a a apoiar o opositor do Maduro, mas que perante o golpe na Bolívia, apoiado pelos EUA, e no que se passa no Chile, cala-se, assim como se cala com a barbárie de Israel sobre a Palestina!).
Venha então uma Mulher e que seja mais consequente na forma como age na excução da Política Externa.

Anónimo disse...

Perde a credibilidade Antonio Costa por escolher para assessor o filho de Alegre que gozou sempre de regime de privilégio na carreira diplomática.
Continuarei a votar PS mas direi um dia, cara a cara, a Antonio Costa que se trata de um gesto desonestamente intelectual - e não corro, por certo, o risco de ter uma reacção igual àquela
que teve no Terreiro do Paço. Tera que ficar calado e engolir - porque nao tem razão e ano pode tomar as Portuguesas e os Portugueses por parvos.

Pedro F. Correia disse...

Vou subtrair-lhe para minhas mensagens: «...o surgimento de funcionárias altamente qualificadas a ocuparem lugares destacados, quer em Portugal, quer na rede diplomática e consular exterior, muito contribuindo para o prestígio da imagem de Portugal no mundo.». Concordo plenamente.

Anónimo disse...

Teresa Patricio de Gouveia , Ministra dos Negócios Estrangeiros , foi rapidamente esquecida por não ser de esquerda , ter classe e ser discreta . Não é o género deste blog ...

Francisco Seixas da Costa disse...

Os comentários sobre Teresa Gouveia (não se chama Teresa Patrício Gouveia, sabiam?) são ridículos. Eu só falei sobre diplomatas e a minha amiga Teresa Gouveia, que eu saiba, não é profissional da diplomacia, como todos os restantes nomes referidos.

Anónimo disse...

Os íntimos sabem que é Pinto Basto , mas há décadas que é conhecida assim , também aos irmãos se tratava de António Patricio e Alexandre Patricio ...
Quanto aos comentários concordo completamente com quem os fez : tem classe , é discreta e do PSD . O que é que há de ridículo ? Só se esquecerem de dizer que continua bonita ...

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao Anónimo das 15:32: é ridículo porque o post era só sobre diplomatas profissionais. Não vinha a propósito falar de alguém que o não é nem nunca pretendeu sê-lo.

Anónimo disse...

Aqui há uma confusão , os comentários sobre Teresa Patricio de Gouveia ( elogiosos ) começaram porque ás 4.42 alguém disse que faltava uma Ministra dos Negócios Estrangeiros ... O que eu não sabia era que não se podia responder aos comentários de quem por aqui conversa .
O FN foi o primeiro a dizer que já tinha havido uma Ministra esclarecendo o anónimo das 4.42 . Isso também é ridículo ? Oh sr. Embaixador saiba aceitar os comentários que , ainda por cima , são elogiosos para a visada ...

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao Anónimo das 18.59. Continua o ridículo... de quem não deve ter mais nada para fazer. Foi dito que faltava uma mulher MNE... diplomata. A partir daí, como é típico das redes sociais, começou a falar-se da MNE Teresa Gouveia. Agora, acabou!

Anónimo disse...

Sabendo que não vai ser publicado , acaba porque não me apetece continuar ...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...