segunda-feira, outubro 07, 2019

Santana


Já quase tudo foi dito sobre Santana Lopes. Mas o que ontem se passou veio acrescentar uma linha triste a um percurso, pessoal e político, de alguém que parece não ter percebido - nisso não tendo sido ajudado pelos seus amigos - que a má gestão de uma ambição, por não ser acompanhada por um mínimo de bom-senso, pode debilitar, quiçá definitivamente, pelo caricato de algumas situações que arrasta, um perfil público que chegou a ter aspetos de assinalável relevância nacional. 

Limitemo-nos ao essencial: é deprimente ver alguém que um dia chefiou a principal autarquia do país e até, episodicamente, um governo, embora nas condições em que este último facto aconteceu, tendo-o feito em nome de um partido axial do nosso sistema, surgir ao final da noite de ontem com o patético resultado que teve. Vê-lo, há dias, diluído no debate televisivo dos “pequenos”, já havia sido um espetáculo lamentável. 

Dirá a sua “claque”, que aparentemente vive cega pela amizade e lealdade, que Santana foi apenas corajoso, que tudo isto faz parte das leis da democracia, que há por ali empenhamento cívico, humildade política e até uma saudável ousadia. Os amigos de Santana Lopes podem acreditar no que quiserem, até no Pai Natal, mas, com grande sinceridade, acho que fariam melhor se o ajudassem a defender-se de si mesmo. E mais não digo.

9 comentários:

diogo disse...

assim de repente fez-me lembrar do Carlos Lopes .
mais um que não soube saír quando estava por cima

Anónimo disse...

Santana Lopes é uma triste figura política. É pena, pois, mesmo não sendo politicamente simpatizante dele teria apreciado ele ter conseguido fazer-se eleger, pelo menos. Nunca deveria ter saído do PSD ou PPD/PSD, como ele gosta e justificadamente de se referir ao seu ex-Partido.
Quanto à Direita – e sendo eu de Esquerda – sugiro o seguinte:
1) Apear Rui Rio da liderança do PSD;
2) Ir” buscar” Carlos Moedas, um tipo relativamente jovem, com experiência governativa e Europeia (foi até há pouco um Comissário Europeu com algum mérito) que na sua passagem pela Comissão Europeia aprendeu a “desradicalizar-se” de algum modo, colocá-lo como Líder do PSD;
3) Propôr ao CDS que se juntem a eles, bem como essa “extravagância” de Extrema-Direita, a Iniciativa Liberal - embora disfarçada, que conseguiu fazer eleger um Deputado…graças ao aumento do número de Deputados que foram roubar à Guarda e outros Distritos (o que é inaceitável e só revela e explicita esta atitude política do Governo Central de que o que importa é Lisboa e o Litoral – a Província e o Interior que se lixem!);
4) Convidar o grupo de amigos do Pedro Santana Lopes, que dá pelo nome de Aliança;
5) E, finalmente, uma vez esta agremiação de amigos da Direita se juntassem, formarem um só Partido;
6) Que poderia vir a designar-se, por exemplo, Partido Social Liberal (PSL), isto porque abrangeria a componente “Social” que está na matriz do PSD e do CDS (ambos têm a menção “Social”) e, com isto, liquidariam esse Grupúsculo de Extrema-Direita que dá pelo nome de I.L.
7) Todos juntos, PSD+CDS+I.L+Aliança+ franjas daqui e dali+ alguns “roubos” ao PS do rapaz Costa, ainda conseguiam uns 38%. Uma vitória de Pirro, mas que prometia, no futuro…quem sabe!
8) É claro que isso significaria uma quebra do PS/Costa, mas com a tal “maquineta” lubrificada, a Geringonça, mesmo que a vários “motores”, a coisa (conseguir Governar) fazia-se, sem problemas.
9) Mas, pelo menos, uma coisa era certa: após o primeiro choque, digamos, nas eleições de 2021 (caso estale crise, como prevejo), ou, 2023, a partir daí, em 2023, ou 2025, tínhamos, quase de certeza um Governo do tal PSL ao leme do País, para os anos vindouros.
Fica a sugestão!
a)João Peralta da Silva

Luís Lavoura disse...

João Peralta da Silva, porque é que considera a Iniciativa Liberal como "de Extrema-Direita"?
Há muitas definições possíveis de extrema-direita, mas dificilmente concebo que a Iniciativa Liberal caiba nalguma delas. Ademais, a Iniciativa Liberal está alinhada com montes de partidos liberais que há por essa Europa fora (e que no Parlamento Europeu se encontram reunidos no grupo político ALDE), e que eu saiba esses partidos políticos jamais são considerados como "de Extrema-Direita", nem muito menos o ALDE o é.

Anónimo disse...

Pedro Santana Lopes, esse que não se enxerga, que foi "despedido" de primeiro ministro (e não demitido, como poderia ser normal) como se despede um trabalhador incompetente, já devia ter o bom senso para estar sossegado; mas o bom senso não é coisa que abunde nele...
JC

Anónimo disse...

Santana é, como outros tantos, político profissional dos quais a população está mais que farta. Um político faria um mandato e nunca mais poderia voltar a tal. Isso sim, estaria bem.

AV disse...

Santana Lopes é melhor comentador político do que politico. Gostava muito de ver o duo formado por ele e por António Vitorino na SIC. Dois estilos muito diferentes que se complementavam muito bem, sempre com cordialidade e cortesia. Foi pena não ter continuado nessa vocação.

Anónimo disse...

Luís Lavoura: A Iniciativa Liberal é um Partido de Extrema-Direita e explico porquê. A Extrema-Direita, pelo menos no nosso País (e nalguns outros), nos dias de hoje, apresenta-se com diversas roupagens. Ou ainda recorre à saudação fascista, vendendo ideologia nacionalista e xenófoba, ou apresenta-se populista, ou, como no caso da I.L despreza essas manifestações que considera inúteis ao seu projecto político-económico e investe numa ideologia Neo-Liberal. Os Liberais que menciona, por alguns países da Europa pouco ou nada têm a ver com o Guimarães Pintos cá do burgo, pois não assumem a sua (do Guimarães) atitude anti-social. Lendo, atentamente, o programa político da I.L uma coisa que é evidente é a sua total insensibilidade social. Os programas de carácter social, as preocupações para com quem tem menos poder de compra, reformas baixas, vive do subsídio de desemprego, tem um trabalho precário, aufere um salário diminuto, etc, e como combater essas situações, não faz parte do cardápio da I.L. Na Dinamarca e outros países nórdicos e da Europa Central, como a Áustria, Holanda, etc, o Estado não ignora os seus idosos mais carenciados, para além de outros cidadãos a precisarem do apoio do Estado. Não é o caso da I.L. A “liberdade” que propõe é de outro tipo. É para deixar o sector privado de mãos livres para poder praticar todo o tipo de malfeitorias, como pagar salários de miséria (enquanto os CE, Administração, Accionistas, etc acumulam grossos salários e lucros desmedidos, sem uma carga fiscal, IRS/IRC, excessiva para os seus vencimentos), fugir à Segurança Social, ao IRS e IRC; poder repatriar lucros e salários para Off-shores, etc. Este tipo de comportamentos não incomoda a I-L. Já o direito dos funcionários e trabalhadores das empresas, as suas férias (de 25 dias), etc, perturba-lhes a mente. O Neo-Liberalismo é uma ideologia que não se compadece com quem mais necessita de apoio social. Não tem sentimentos. O Ministro da Fazenda de Bolsonaro é um Neo-Liberal que aliás até apoiou Pinochet e para lá foi dar aulas numa universidade ao tempo da sangrenta Ditadura Chilena. A conversa da treta da I.L é uma mentira, e demagógica, sobretudo quando defendem “menos Estado”. E porquê: porque querem que o Estado financie as escolas privadas, querem o Estado a desinvestir na Saúde para que os hospitais privados possam substituir gradualmente os públicos, querem manter os privilégios concedidos às universidades católicas que não pagam IRC e ainda recebem 7,5 milhões de euros anualmente a título de subsídios - que muita falta fazem aos bolseiros das universidades públicas - criticam o dinheiro que o Estado injectou na CGD (não tinha outra alternativa), mas não criticam os muitos mais milhões de euros que entretanto o mesmo Estado (com o nosso dinheiro) enterrou na banca privada. A I.L também não tem um projecto para combater as assimetrias sociais - e entre o Interior do País e o Litoral. Em resumo, a teoria que a I.L defende é de uma crueldade social que choca, que, se fosse posta em prática (felizmente que tal não sucederá!) provocaria uma devastação e destruição do tecido social gravíssimo! Vão ao ponto de proporem tectos para as reformas pagas pelo Estado, mas não os incomoda que por exemplo um tal Jardim Gonçalves aufira 168 mil euros por mês, após as porcarias que fez no BCP. E ainda deliram, num gesto de pura demagogia, ao proporem 15% de IRS para todos (!), o que contraria qualquer projecto de justiça fiscal. 15% de 700 euros, por exemplo, significa que o trabalhador ficaria com apenas 595 euros nas mãos, enquanto que por exemplo o CEO da EDP, que aufere 6 mil por dia, ficaria com “apenas” 5.100 euros por dia. Daí que, Luís Lavoura, quem defende as barbaridades sociais, económicas e financeiras que o I-L defende, para mim, é alguém de Extrema-Direita, sem tirar nem pôr! Não é por acaso que alguns deles vêm precisamente das Universidades Católicas, esse antro do Neo-Liberalismo cá do burgo! A)Joaquim Peralta da Silva

Anónimo disse...

Sr. Joaquim Peralta da Silva
Tratar as Universidades Católicas de antro do Neo-Liberalismo é não conhecer mesmo essas Universidades de excelência onde se formaram e saíram muitas das pessoas que hoje em dia são a élite do nosso país . Isto sem desprimor para as as excelentes Universidades públicas . O senhor devia informar-se melhor e não dizer tantas barbaridades . Porque injustiças sociais existem sempre e não é certamente por causa da Universidades Católicas ...

Anónimo disse...

Reitero qu as Universidades Católicas, que têm o privilégio inusitado de não pagar IRC e ainda beneficiar de 7,5 milhões de Euros a título de subsídio por parte do Estado são - indiscutivelmente - um antro do Neo-Liberalismo. Joaquim Sarmento, Carlos Guimarães Pinto e muitos outros Pintos e Sarmentos são Neo-Liberais a quem muito pouco incomoda a precariedade de salários, empregos, vidas.
E tenho dito!
Joaquim Peralata da Silva

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