A análise televisiva de temas internacionais, quando (como, infelizmente, quase sempre acontece) não consegue ser equidistante, ganha bastante com o contraditório, no qual estejam representadas todas (repito, todas) as posições e narrativas. Com vivacidade, educação e respeito.
13 comentários:
De facto, a análise televisiva de temas internacionais deve incorporar o contraditório de maneira viva, educada e respeitosa, enriquecendo o debate com a diversidade de posições e narrativas. Tal abordagem resulta numa compreensão mais ampla e equilibrada do assunto. A minha visão liberal valoriza um diálogo aberto e justo, elemento essencial em tempos de crescente polarização.
Isso implicaria ter uma comunicação social democrática e isenta, o que, claramente, não é o caso. A própria RTP, paga pelos contribuintes, não dá espaço à pluralidade de opiniões que formam a sociedade portuguesa, quer pela via do comentário político, quer pela cobertura jornalística dos eventos que as diferentes organizações partidárias promovem.
Ora, também entendo que a comunicação social deveria dar espaço a que as diferentes posições se expressassem, por forma a que o publico em geral formasse a sua opinião sem estar a ser conduzido por “inteligentes” para o curral.
Mesmo em termos de captação de audiências não é muito ajuizado ter painéis de três ou quatro intervenientes que acabam por expressar as mesmas posições, com uma ou outra nuance de palavreado pelo meio.
J. Carvalho
Talvez porque o critério seja a preferência a forças emergentes em detrimento de forças imergentes.
Presumo que o senhor embaixador se esteja a referir à "altercação" de ontem na CNN entre uma comentadora e aquele general tendencioso. De facto, todos têm direito à sua opinião, mas quando ela não é honesta... aí é que a porca torce o rabo. Já aqui o disse e confesso novamente que lhe gabei a paciência sempre que o vi diante dessa personagem nos comentários que fazia no canal. O treino diplomático deve ter dado uma grande ajuda, mas realmente é difícil não perder a compostura com alguém assim.
A forma pessoal de marrar ,aliada à crença natural do exemplar .estrutura procedimentos idiossincráticos , estes por vezes emolientes ,quiçá diarreicos, no eventual espectador.
João Cabral. Não vi, mas ouvi falar. E está enganado: não tive o menor problema em "contracenar" com a pessoa a quem se refere, o major-general Agostinho Costa, de cujas opiniões frequentemente discordo (outras vezes concordo) e com cujo estilo de exposição não tenho qualquer afinidade. Mas nunca ali estive em confronto com ele nem com qualquer das outras três pessoas que sucessivamente completaram o trio de análise - e que a todas tenho por amigas. Eu, quando faço comentário, não o faço de forma "afetiva", tento ser completamente equidistante. Se alguma vez o não fui, foi por lapso.
Exacto, senhor embaixador, foi isso mesmo que eu disse (talvez me tenha explicado mal). É precisamente por comentar sempre de forma equidistante que se notava o contraste com o tal major-general (falhei metade da patente, ups). E é por isso que lhe gabei tantas vezes a paciência, que eu não teria perante tanta desonestidade intelectual. Mas também faço notar que o senhor embaixador não tem aqui no blogue a neutralidade que perpassa na TV...
Peço imensa desculpa mas o General Agostinho Costa sempre foi educado e respeitoso na televisão. O problema é que o General em causa não alinha (e bem!), nas narrativas do sistema. A esmagadora maioria das previsões feitas por ele, concretizaram-se, ele bem disse desde o início que a Rússia iria vencer a Guerra da Ucrânia e tudo aponta para que isso vá, de facto, ser o desfecho final, quer a NATO e o sistema gostem ou não. O General Agostinho Costa é um analista realista, pragmático e honesto. Idem para os Generais Carlos Branco e Raúl Cunha, que são homens de coragem e que só dizem verdades. Quanto à Diana Soller, peço desculpa mas eu não confio na palavra de uma senhora que utiliza como fontes de "informação" a propaganda que é atualmente produzida por serviços de informação ocidentais, como o MI5 ou a CIA. Ainda não me esqueci da "cantiga" das armas de destruição em massa no Iraque, com que esta gente enganou o Mundo em 2002-2003. Também não me esqueci ainda das inúmeras mentiras que inventaram sobre Gaddafi, para justificar a agressão armada da NATO contra a Líbia em 2011.
Eu diria que em Democracia o mesmo se devia aplicar a todos os temas. E eis a razão porque como já escrevi aqui várias vezes, sempre achei o Sr. Embaixador um dos melhores comentadores na televisão em Portugal. Sobretudo pela ponderação e independencia que sempre mostra. Além da experiencia internacional e do saber, como é óbvio. Que também é a razão porque visito o blog. Ainda me recordo que logo no início do contlito, no que deve ter sido um dos primeiros paineis televisivos sobre o mesmo, não teve problema em identificar a Ucrania com o que infelizmente sempre foi desde a independencia, um buraco de corrupção. E para ser franco não acompanhei muito mais tempo o conflito pelas televisões portuguesas até há pouco tempo atrás.
Por mais que discordemos sobre o conflito, onde o Sr. Embaixador toma o lado do nosso bloco vs natureza do regime russo. Já eu não compactuo com os verdadeiros responsáveis pelo conflito, que nunca aconteceria se a França e a Alemanha continuassem a vetar o alargamento da NATO para a fronteira russa. Mas na minha opinião, além das consequências económicas, o maior dano colateral do conflito na Europa foi mesmo a censura do jornalismo.
Na época subscrevia o Guardian e o Publico, que chegou a fazer uma grande reportagem sobre a Ucrania ser um enorme campo de treino militar para todos os neonazis europeus que um dia regressariam a casa treinados e armados. Hoje totalmente impossível. E a BBC, que também chegou a fazer um excelente documentário sobre a ascensão dos nacionalistas ucranianos durante o golpe, tornou-se literalmente um departamento do Mi6. Assumido pela própria BBC.
Eu ainda me lembro de ouvir Merkl referir que a NATO na Ucrania era uma declaração de guerra directa à Russia. E a verdade é que a a CIA e a NATO começaram a treinar tropas ucranianas logo a seguir ao golpe da Nuland. E depois ouvimos Merkl a gabar-se de como enganaram a Russia nos acordos de Minsk. Que reviravolta e não foi de 360º como diz o génio da Annalena. Tudo isto são factos, a que acresce o facto de nunca ter havido guerra na Ucrania desde a independencia até ao golpe. E claro que também nos devíamos lembrar como os US ameaçaram invadir Cuba em 62. Depois da baía dos porcos na lua.
Se o caro João Cabral me permitir, acho absolutamente extraordinária a avaliação que faz do desentendimento na CNN. E eu mais uma vez concordo com o Sr. Embaixador sobre o tom do Sr. General. Não sobre o conteúdo, com que concordo quase sempre. E não sendo especialista em comportamento, acho que também se deve ao desequilibrio abordado no post.
Não deve ser fácil suportá-lo e sobretudo estar a ser constantemente acossado. Porque o problema não é o fanatismo ideológico ou as tiradas propagandistas ridículas de alguém que até sabe o que Xi diz a Putin. Mas o facto dos outros dois “analistas” do painel “brincarem” constantemente com o que Sr. General acabou de dizer. Que eu nunca ouvi comentar a opinião deles. Aliás o Sr. General também teve a oportuniadade de lhe dizer no meio da altercação o quanto a valoriza. No entanto nunca a interrompe ou comenta o conteúdo da sua análise, como alguém mais educado que eles.
O que causou o momento vergonhoso ontem na CNN foi a falta de educação. Não foi uma questão de opiniões divergentes, com que a Sra no fim se quis vitimizar no fim. Talvez ela devessse rever alguns dos paínes em que participaram os três. E beber bastante chá para engolir a bomba de gasolina. Muito obrigado.
"aquele general tendencioso"\
Mas há alguém que não seja tendencioso?
Normalmente diz-se que alguém é tendencioso quando tem uma opinião diferente da nossa. O mesmo para quem diz que não sofre de viés ideológico, os outros é que sofrem!
Zeca
A Paulo Guerra: a última parte do seu argumento cai por terra pelo simples facto de o major-general até se ter virado descabidamente contra o moderador! Perdeu a cabeça, porque o juízo, esse, já lá vai há muito... Não é o primeiro episódio, e curiosamente sempre com mulheres, Helena Ferro Gouveia que o diga, há cerca de um ano...
A António: o senhor embaixador, por exemplo, não vai à TV fazer comentários tendenciosos. É objectivo e analisa com os factos que estão em cima da mesa. Não puxa aqui e acolá, titubeia ou faz de conta. E é isso que faz esse senhor Agostinho, que não é intelectualmente honesto.
Bom dia. Alguns comentadeiros, com a ladainha de absurdos que destilam, são uma ofensa a qualquer pessoa que seja honesta e tenha dois dedos de testa.
A sra. Soller, a sra Gouveia ( QUE ATÉ ATIROU ÁGUA Á CARA DO GEN AG. COSTA ) etc, mas há um que os supera a todos, de seu nome IRENEU, que teve o desplante de dizer quando do ataque em profundidade da Ucrania na Russia, que ( O QUE ACONTECEU NAS PONTES FERROVIÁRIAS NÃO FOI CAUSADO POR ATAQUE MAS POR FALTA DE MANUTENÇÃO). A nossa -deles- COM. SOCIAL, como não podia deixar de ser, faz parte da narrativa dita CIVILIZADA, cuja hipocrisia e falta de bom senso, com um bocado de azar, ainda nos leva ao desastre. Cada vez que ouço um Macron, Der Leyen, Merz etc, lembro logo de uma frase que fica para a historia. SÓ DEVEMOS ACREDITAR EM INFORMAÇÃO FIDEGUIGNA, A NOSSA É A UNICA VERDADE. Jacinda Ardern ex-PM da N. ZELANDIA.
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