Não quero que ninguém responda a esta pergunta: nesta guerra, quem é que, afinal, tem armas de destruição maciça? Não foi a posse destas armas que, em 2003, justificou a invasão do Iraque (país que, por sinal, as não tinha, mas, como dizia a outra, isso agora não interessa nada)?
1 comentário:
À medida que as capacidades de ataque de Israel se deteriorarem ou se o Irão causar um dano ainda mais profundo em Israel, Washington ainda vai obrigar a AIEA a levar o mesmo frasquinho do Colin Powell à AGNU para justificar um ataque do Ocidente Colectivo ao Irão. Este é o verdadeiro plano A da oligarquia que rodeia Trump. Nada incomodados com o programa nuclear do Irão - as negociações foram mais uma farsa com os US mais uma vez a mudar de ideias a meio sob o programa nuclear do IR para uso civil, competencia aliás da ONU - mas sim com o novo corredor norte-sul e a Belt and Road por onde acabou de passar o primeiro comboio entre Pequim e Teerão. Em suma, como uma Nova Ordem emergente.
Porque o ataque como psyop para derrubar o regime iraniano é um fracasso total. O ataque tanto une os israelitas como os iranianos à volta do seu Govt. Sobretudo pelas acções de infiltração que os autóctones tendem sempre a ver como algo muito sujo. Mesmo que por cá muitos propagandistas afirmassem que era impossivel. Eu já vi inclusive um vídeo com iranianos a queimarem embalagens de Starlink nas ruas de Teerão. Veremos como correm as extrações. Muitas vezes é mais fácil entrar que sair e o objectivo do ataque foi sempre mais um golpe de estado. Mas veremos.
Porque o relatório do Conselho de Governantes da AIEA não disse nada de novo e não mostrou qualquer evidência que o Irão está a construir armas nucleares. Muito menos justifica o ataque. A AIEA é mais uma “Agencia Independente” totalmente politizada. O seu director, Grossi, também foi o que não conseguiu garantir quem estava a bombardear a Central de Zaporizhia, quando controlada pelos russos. E a Russia, como era aliás expectável, já emitiu um sério aviso aos US e IL sobre a participação de outros países no ataque ao Irão. Veremos. Ou melhor, esperemos não ver.
(Como as famosas sanções económicas que tornam a vida de milhões de de seres humanos miserável em vários países - no Irão há quase 50 anos - decretadas unilateralmente pelos US de forma absolutamente ilegal. E o facto de alguém se posicionar por princípio do lado dos oprimidos não tem qualquer relação com qualquer regime em especial mas com a humanidade num termo muito mais lato. E inclusive com a irracionalidade das sanções. Não se apanham moscas com vinagre.)
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