sábado, junho 14, 2025

Isto

Thomas L. Friedman no NYT hoje: "In the Middle East, the opposite of autocracy is not necessarily democracy. It can also be prolonged disorder."

5 comentários:

Anónimo disse...

Isto não. Não é que adiante muito, pouco se sabe e as conclusões são similares, mas no estado em que as coisas estão, e graças à net, procuro informação em fontes não europeias ou americanas. Estas são o que são, cantam todas a mesma melodia, mais si bemol menos si bemol.

Sobretudo, antes de ler um artigo vale a pena ver a biografia do autor, incluindo o personal life.

Tudo somado, parece haver uma conclusão: o PM israelita atou bem atado o fanfarrão da Casa Branca. O resto é esperar.

Ah, ninguém fala da UE ou da Europa. Não contam. Et pour cause.

josé ricardo disse...

Um dos grandes argumentos do comentariado ocidental a respeito das guerras na Ucrânia e Israel (que a nossa comunicação social alegremente réplica é precisamente o tema da democracia versus a autocracia. No entanto, quando a democracia está entregue a personagens como Trump e Netanyahu começamos a pensar se a democracia é mesmo "o pior dos sistemas, com excepção de todos os outros".
Quiero acreditar que Churchill tinha razão.

Paulo Guerra disse...

Netanhyahu consegue dizer no mesmo dia, às vezes até na mesma frase, que este ataque estava a ser preparado há muitos meses - na verdade há muitos anos, como a Ucrania - e até já podia ter acontecido mas tinha que atacar o Irão agora porque o Irão estava a dias de obter armas nucleares para erradicar Israel. O que Netanyahu jura há 30 anos sobre uma serie de vizinhos. Uma mentira que apesar de repetida muitas vezes já serviu para erradicar várias nações do “MENA”.

Entretanto o próprio Bibi já vai na 3ª versão para justificar o ataque, agora é uma operação de mudança de regime. Sem dúvida, mais perto da verdade. Que com sorte pode obter o que pede, um Irão nuclear. E já não se devem lembrar que foi o golpe da CIA e do MI6, porque o PM iraniano Mosaddegh teve a ideia peregrina que o petróleo do Irão devia ser dos Iranianos, que conduziu à Revolução e à Teocracia. Mas nós arranjamos sempre uma justificação “cool” para continuar a saquear o resto do mundo. E condenar milhões de seres humanos à miséria nos colonatos. A democracia, que entretanto perdemos para os mercados financeiros, é só a mais recente. E que perigo ao certo Mosaddegh também representava para o mundo? Um IR mais desenvolvido? Resistência? Enquanto houver colonizadores vai sempre haver quem se levanta.

Dias e mentiras muito compridas na cabeça de um monstro, mentiroso compulsivo. Que contudo sozinho não tinha capacidade de lançar este ataque para salvar a pele do genocidio, como muitos parecem acreditar. Nem para o sustentar muito tempo. Netanyahu no teatro de operações do Irão é só uma ferramenta e Israel, ao contrário da imensidão do Irão com o programa nuclear disperso, é um país muito pequeno que facilmente pode sofrer danos irreparáveis no seu próprio programa nuclear ambiguo. Outra maravilha do direito internacional.

Isto é a política externa dos US para um inimigo visceral, como todos os que não se ajoelham, que foi inclusive vertida num “papper político” e atravessou vários Presidentes, o que só prova que não passam de mordomos há muito tempo. E o Irão é hoje um parceiro geoestratégico muito importante - e muito rico em hidrocarbonetos - da NOM emergente. É importante seguir a reação da Russia e da China ao ataque e às declarações monstruosas de Trump. Porque os US já não são o Xerife do mundo, independentemente de continuarem a ser sem duvida a potencia dominante. Até quando?

p.s.1. China e Russia já condenaram o ataque como a generalidade dos vizinhos arabes. Já as grandes capitais europeias declararam que o agressor tem todo o direito de se defender!?!? Orwelliano, como passou a ser a norma da Europa. E normal quando se perde a soberania e sobretudo a bussula moral.

p.s.2. Há pessoas em casa e provavelmente alguns analistas nas televisões, que nem percebem que muito provavelmente nunca vamos perceber que aviões e que pilotos estão verdadeiramente a atacar o Irão. Varios países partilham inclusive os mesmos modelos, o Iraque é uma imensidão de território e as defesas aéreas da SY foram finalmente destruídas. Depois de tantas justificações para destruir a SY, talvez estejamos agora uma das mais relevantes. O que é indiscutivel é que o Irão foi atacado no meio de negociações. O que não deve deixar ninguém com dúvidas sobre a moralidade de um ataque que já libertou radiação no Irão. Mais um crime desumano!

Negociações, onde ao contrário do que também já ouvi, os US recuaram inclusive no direito do Irão enriquecer Uranio para uso civil. Um direito que a própria ONU e o TNP reconhecem. Mas o Império e o pária com armas nucleares não subscritor do TNP, não. O regresso a uma velha armadilha, de onde o Irão conseguiu escapar literalmente para conseguir sobreviver. Sob sanções desumanas. Talvez para provocarem este ataque. Que o fanfarão do Trump já veio festejar com os seus superpoderes, como é habitual. Um ataque “unprovoked” contra edificios civis, devo dizer segundo as imagens. Mas nunca se esqueçam do diabo do regime dos aiatolas, dizem os analistas da CNN Portugal de 5 em 5 minutos. Como o diabo do Putin e o santo comediante de Kiev.

Joaquim de Freitas disse...

"Dias e mentiras muito compridas na cabeça de um monstro, mentiroso compulsivo. Que contudo sozinho não tinha capacidade de lançar este ataque para salvar a pele do genocidio, como muitos parecem acreditar." Exactamente.

Mas o homem tem recursos diabolicos...“O secretário-geral da ONU foi mesmo difamado como antissemita por simplesmente afirmar o óbvio: que ‘há uma longa história de abusos contra o povo palestiniano que levaram a esta revolta’”, acrescentou, referindo-se à simples declaração de António Guterres de que o dia 7 de Outubro ‘não aconteceu no vácuo’.”

Paulo Guerra disse...

Olá Joaquim e obrigado.

A minha maior frustração é a Europa. Condenar um genocídio e um genocida é o patamar mais baixo da humanidade. Da mesma forma que sempre soubemos que se a NATO avançasse para a Ucrania haveria guerra e por isso a França e a Alemanha sempre vetaram o alargamento da NATO para a Ucrania e/ou a sua adesão. Tudo questões existenciais para a Europa e onde a Europa podia marcar pontos no grande tabuleiro geopolítico e só provam como a Europa foi totalmente tomada, infelizmente.

Boa tarde

Espanha

Pedro Sánchez tenta evitar ser tingido pelas escandaleiras que saem de todo o lado no partido, desde a corrupção pura e crua até ao machismo...