Trump pode não resistir à tentação de um "regime change" no Irão, para satisfazer o delírio israelita. Seria repetir o erro da Líbia e do Iraque, arriscando a implosão do país. A Arábia Saudita e as outras ditaduras medievais do Golfo que se cuidem com o que aí pode vir.
5 comentários:
Também temos em português "mudança de regime".
Não creio que a Arábia Saudita e outros países do petróleo possam ser invocados neste caso, até porque a proximidade em relação aos EUA é muito maior e têm um peso na cena internacional com que o Irão só pode sonhar. Além disso, não representam nenhum perigo para os países circundantes, tendo até feito reformas nos últimos anos para apaziguar os "freedom fighters" (esta é para si, senhor embaixador). Dito isto, o Irão está por sua conta e é um caso isolado.
Embora preocupado, sabe-me bem ver todos aqueles comentaristas deste blog escrever agora mais agressivamente que eu durante anos, quando criticava os Est
Embora preocupado, "sabe-me" bem ver todos estes comentadores deste blog, ou quase, escrever mais severamente que eu contra a POLITICA dos Estados Unidos, e o seu imperialismo , enquanto me acusavam de anti-americanismo. Alguns desapareceram daqui, porque nao se devem sentir bem...Os USA, cancro da Humanidade.
Viva Joaquim Freitas,
Nunca se esqueça de Londres, a faculdade do imperialismo e de onde os US herdaram o Império Britanico. Mesmo que, como julgo que já escrevi aqui, podia ter sido tudo diferente se o não imperialista FDR tem vivido mais uns anos até á definição da Ordem pós WWII. O que hoje também não teria qualquer importancia porque como os US fizeram questão de afirmar depois da queda da URSS, entramos na Ordem baseada em regras – no mundo unipolar. Só nunca clarificaram muito bem que regras ou quem faz as regras à la carte. Mas como vimos logo na invasão do Iraque não é a Carta da ONU ou o Direito Internacional que os US fazem questão de continuar a pisar todos os dias. Talvez Wall Street ou Davos.
Mas ainda voltando a Londres é triste ver como a financeirização total da economia britânica destruiu por completo uma grande nação e uma grande economia. Hoje já com uma franja enorme da população abaixo da linha de pobreza. Aliás, o UK já nã produz aço, o que quer dizer por definição que a Pátria da Revolução Industrial já não é uma nação industrial. Um espelho do futuro da UE, com um atraso tecnológico também inédito. E para melhorar a nosas situação, afastámo-nos dos dois principais pilares do crescimento da economia europeia nas últimas décadas, a energia russa e o comércio com a China.
Como nos mandaram e por mais importante que o mercado dos US também seja para muitas empresas europeias - agora a par com as tarifas. Na verdade o que a UE precisava além da energia russa era de joint-ventures com empresas chinesas para recuperar o atraso tecnológico e não do “decoupling China” da Annalena 360. Sobretudo tendo em conta a importância real para a China do comércio com a Europa. Claro está, enquanto ouvíamos grandes debates económicos sobre a “bomba da gasolina” - com mais impacto económico no mundo que a UE - e a armadilha do PIB.
Eu fico com a ideia que o UK convenceu-se que podia viver o resto da vida dos despojos da URSS e do ME. Daqui a ferocidade na Ucrania, onde perderam há muito tempo. E o mesmo está a acontecer neste preciso momento no ME. De outra maneira não chamavam o irmão mais velho, totalmente desesperados. E não importa mais uma vez a propaganda nos midia. Só um remake da Ucrania, agora sem economia, metade da população e desde o último fim-de-semana, sem os SAMs dos Mestres de Washington, segundo o seu próprio Secretario de Defesa. E assim se destruiu mais uma nação que poderia ser muito facilmente uma das maiores economias europeias. Basta pensar em toda a sua infraestrutura económica à data da independencia. Que a oligarquia ucraniana corrupta sangrou com calma para Londres e NY.
Um último ponto para a situação real do conflito no ME, não obstante toda a névoa da guerra. Israel já perdeu a guerra tecnológica e a sua defesa aérea inviolável está totalmente à mercê dos misseis do Irão. Basicamente despertaram outro urso que não conseguem deter. E não importa as gabarolices de alguns dos nosso Generais sobre a supremacia aérea de Israel. No dia em que os jatos e não os drones israelitas - dos infiltrados, até agora o seu o único sucesso - conseguiram sobrevoar Teerão, não passará mais nada em todas as televisões ocidentais. E também não vale a pena mostrarem uma das rodovias que rodeiam Teerão entupidas em hora de ponta para dizer que os iranianos estão a fugir. Fazemos as mesmas fotografias duas vezes por dia na 2º circular em Lx e ninguém está a fugir, como é óbvio. Na verdade é Israel que está a impedir as saídas. E tem muito provavelmente a maior campanha de propaganda de sempre.
Muito facilmente se percebe que o Irão nesta fase está só a fazer com que Israel pague um preço muito alto por todos os danos que causa no Irão e por esta via tentar que Israel pare a agressão. Porque se o Ocidente não compreende o Oriente, o contrário também e verdade, na minha modesta opinião. Por mais que perceba a dificuldade de economias com décadas sob sanções e que tanto a Russia como o Irão não queiram perder tudo o que conseguiram alcançar nas últimas décadas, os US só percebem a força. Foi por isso que cozinharam um acordo nos bastidores com o Yemen para fugir do mar vermelho.
E se é verdade que já verificámos que a melhor defesa aérea do mundo e arredores é afinal um passador para os misseis do Irão também é verdade que ninguém conhece o seu stock real ou o dia de amanhã. Mas o Irão muito facilmente já podia ter causado muito mais danos em Israel. Que muito provavelmente até tem mais escassez de interceptadores. Há vídeos em que lsrael ança 1 duzia, são dois lançadores em pleno e não páram o míssil iraniano.
O Irão está a fazer de tudo para parar o conflito e Israel para o escalar. Veremos mas queria sobretudo desmentir a propaganda insana nas televisões com factos facilmente confirmáveis por todos. E já agora, só 14 civis mortos em Israel, também nos dizem que não é Irão que está a atacar civis. Felizmente nem todos têm instintos genocidas e os misseis do Irão são ultra-precisos.
Aliás, Netanyahu além da treta das nukes do Irão - e Grossi acaba de dar uma entrevista à Chistiane Amanpour a desmentir o programa de armas nucleares do Irão - também repete incessantemente que o objectivo do Irão é matar todos os judeus mas nunca diz que a maior comunidade judaica do ME fora de Israel, vive precisamente no Irão. Bibi é um monstro genocida e um maníaco mitómano. E uma ferramenta desesperada do Império. Bibi não está a arrastar ninguém mas a ser arrastado para provocar um golpe no Irão para isolar a China. O mesmo papel da pobre Ucrania.
Que devia ter pensado no resultado das intervenções militares dos US no mundo unipolar nos últimos 30 anos. As famosas gueras inevitáveis do seculo americano no Afeganistão, Iraque, Siria, Libano, Libia, Somalia, Sudão e Yemen, como aquecimento para o Irão. E invariavelmente só vemos países devastados pela guerra, divididos e onde os combates continuam até hoje. Excelente para o Complexo Militar e todos os Srs da guerra, um horror para a humanidade. Mas pelo menos já conhecemos a natureza do século americano.
Muito boa tarde e muito obrigado pela atenção Joaquim
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