segunda-feira, junho 23, 2025
Com dedicatória
Fabiano
Íamos num pequeno jato, de Brasília para Salvador. Havia por lá um qualquer evento e a Maria Josina e o Arnaldo Cunha Campos, um excelente casal amigo que o tempo já levou, que tinham um "jatinho", disseram que nos podiam dar "carona".
Sou pouco dado a aventurar-me nesses pequenos aviões privados. Porquê? Por medo, claro, coisa própria dos humanos. Sou um crente na aviação comercial. Mas não quisemos dizer que não a esses nossos novos amigos.
Durante a viagem, num momento da conversa para encher o tempo, veio à baila o modo como, em Portugal e no Brasil, se designavam pessoas indeterminadas: Fulano, Cicrano e Beltrano. Sem wifi nas alturas, interrogávamo-nos sobre qual seria a origem de cada um desses nomes, não tendo chegado a nenhuma conclusão.
Foi então que, para completar a lista dessas designações gerais, eu adiantei: "Em Portugal, também era comum, no passado, utilizar a expressão 'um fabiano', para designar uma pessoa indeterminada. Cá pelo Brasil, também se usa?"
Levei à conta do barulho do motor, que envolvia o ambiente no interior do "jatinho", o silêncio com que a minha questão não foi respondida. A cara séria do Arnaldo Cunha Campos, que por regra era um tipo divertido, surpreendeu-me ligeiramente. Logo a resposta veio com uma pergunta: "Francisco, você sabe o nome do meu filho?" Respondi que não. À época, ainda não tinha tido o gosto de conhecer a família do casal. Ele respondeu: "Fabiano".
Nunca concluí se foi ou não um poço de ar o abanão que o "jatinho" me pareceu sofrer nesse instante.
Um abraço saudoso para si e para as suas irmãs, caro Fabiano Cunha Campos.
domingo, junho 22, 2025
Os meus
Solstício
Então, é assim
O cozinheiro "iraniano"
sábado, junho 21, 2025
Irra!
Já esteve mais longe a decisão de desamigar quem quer que use a expressão "vergonha alheia". Tenham vergonha própria!
Já agora...
Estejam atentos: agora que a extrema-direita caseira está, dia após dia, a mostrar a sua face violenta, pode-se constar, aqui pelas redes sociais, em jeito subliminar de "compensação", as crescentes referências às FP25. Terrorismo por terrorismo, convém lembrar-lhes o do MDLP.
Alguma vez havia de ser...
São tantas as vezes em que discordo do meu amigo Sérgio Sousa Pinto que me apraz muito registar este momento em que subscrevo a sua análise, como sempre muito bem articulada, sobre um tema internacional da atualidade.
Ver aqui.
Noite de Verão
sexta-feira, junho 20, 2025
Internacional
Relembrar
A análise televisiva de temas internacionais, quando (como, infelizmente, quase sempre acontece) não consegue ser equidistante, ganha bastante com o contraditório, no qual estejam representadas todas (repito, todas) as posições e narrativas. Com vivacidade, educação e respeito.
quinta-feira, junho 19, 2025
Futebóis
Na Europa, jogava-se a taça dos Campeões Europeus, a taça das Taças e a taça das cidades com Feiras (é verdade, chamava-se assim!).
No tocante a seleções nacionais, havia os campeonatos do mundo, de quatro em quatro anos, com o campeonato da Europa de equipas nacionais a surgir só mais tarde. E havia jogos entre seleções militares, imaginem.
Por esse tempo, lá por Vila Real, eu lia "A Bola", que saía três vezes por semana. Às vezes também o "Record", "O Mundo Desportivo" e, raramente, "O Norte Desportivo". Colecionava cromos com jogadores saídos nos rebuçados de uma lata cúbica que havia pelos cafés, mas nunca me saiu "o número da bola" (como se dizia em Vila Real) ou "o mais custoso" (como se dizia em outros locais), que dava direito a uma bola de couro.
O futebol era quase só aquilo e era muito simples. Agora é o que se vê.
Às malvas
Uma viúva do Irão
Não esquecer
Já agora: que é feito do famoso muro que Trump estava a construir? Como tem andado a tomada do canal do Panamá? Há avanços na invasão da Gronelândia? E o Canadá já se convenceu a ser o 51° estado americano? Há dossiês tão "beautiful" e "great" que não devem ser esquecidos.
Já agora
É lamentável que os mísseis com que o Irão bombardeia Israel originem vítimas civis. Ao invés, útil seria que esses ataques contribuíssem para tornar ineficazes as armas nucleares que Israel mantém, à revelia de qualquer fiscalização da Agência Internacional de Energia Atómica.
Jorge Coelho
quarta-feira, junho 18, 2025
O Clube e eu
Sou atualmente presidente do Clube de Lisboa / Global Challenges, uma associação com cerca de 100 sócios, criada em 2016, que pagam as suas quotas e que tem como objetivo discutir temáticas de natureza global. O Clube não é um "think tank", não produz doutrina, apenas "produz" debates e reflexões.
Haverá Intifada?
A Palestina está em polvorosa com as "condições" colocadas pelo governo português para o seu reconhecimento. Em Gaza não se fala de outra coisa.
Ai, Canadá...
António Costa
Israel (3)
O Estado de Israel tem pleno direito a existir, em segurança, dentro das fronteiras que o Direito Internacional lhe reconhece. Se repetir esta frase a um diplomata israelita, passa por inimigo de Israel, porque o país não reconhece tais fronteiras como legítimas. E estamos assim.
Israel (2)
Israel considera-se isento do cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Os EUA e os países europeus membros permanentes desse Conselho, sem cujo apoio ou a abstenção as resoluções não teriam sido aprovadas, não mexem uma palha para forçar Israel a cumpri-las.
Europa
Antes, ironizava-se que a Europa, no Médio Oriente, tinha sempre o "Óscar para o melhor ator secundário", dado que os EUA lhe não deixavam levantar a grimpa. Agora, ver a senhora Leyen telefonar, carinhosa, a alguém com um mandado de detenção do TPI é uma bela comédia série B.
Israel
Israel é um país poderoso. Sabe que tem forma de condicionar internamente as administrações, de qualquer cor, da mais importante potência mundial. Além disso, usa o terror semântico do anti-semitismo e a memória do Holocausto para pôr a Europa aos seus pés. Ganha o dia de amanhã.
Irão, irão...
Trump pode não resistir à tentação de um "regime change" no Irão, para satisfazer o delírio israelita. Seria repetir o erro da Líbia e do Iraque, arriscando a implosão do país. A Arábia Saudita e as outras ditaduras medievais do Golfo que se cuidem com o que aí pode vir.
Eu, Trump
O desprezo de Trump confirmou o G7 como um cadáver adiado. Teve importância quando, com mais ou menos reticências, era a "voice of America", a expressão da força de Washington, com alguns poderes pequenos a fazerem figura de grandes, como se fossem eles os "donos" das decisões.
Na sequência da crise financeira, o G7 tentou ser relevante com o G20, procurando aculturar esses poderes de terceira linha aos seus interesses. Passado o atordoamento da crise, os cooptados libertaram-se, com os BRICS a aproveitar para fazerem proselitismo e agregação "a Sul".
Trump acha agora que está a perder tempo no G7, como no G20, como na NATO. Trump só tem tempo para o que interessa à expressão do poder singular da América - e faz gala de deixar isso muito claro a todos, que contudo lhe fazem um sabujo rapapé, entre bofetadas que vão recebendo.
terça-feira, junho 17, 2025
Lado a lado
Ó diabo! Isto começa a ficar sério!
segunda-feira, junho 16, 2025
Israel e Portugal - notas para a História (2), com apontamentos pessoais
Ah! Pois é!
Há um país com cerca de dez milhões de habitantes que defende os seus interesses através da diplomacia e do diálogo, que aceita as fronteiras que o Direito Internacional lhe atribui, que não ameaça ninguém e é visto com grande simpatia por grande parte do mundo. Chama-se Portugal. Sabiam?
domingo, junho 15, 2025
Pararam as paradas?
Ao que parece, olhando o "entusiasmo" com que foi recebida a parada militar americana, terá havido, afinal, três paradas: a primeira, a única e a última...
Direitos
Lembram-se?
Não quero que ninguém responda a esta pergunta: nesta guerra, quem é que, afinal, tem armas de destruição maciça? Não foi a posse destas armas que, em 2003, justificou a invasão do Iraque (país que, por sinal, as não tinha, mas, como dizia a outra, isso agora não interessa nada)?
sábado, junho 14, 2025
Israel e Portugal - notas para a História (1)
Isto
Thomas L. Friedman no NYT hoje: "In the Middle East, the opposite of autocracy is not necessarily democracy. It can also be prolonged disorder."
Relembrando factos
Irão e Iraque mantiveram uma guerra entre si que tinha resultado num estado de contenção mútua. Com a posterior destruição do Iraque, sob um falso pretexto, os EUA contribuíram para o reforço do poder regional do Irão, bem como para a criação no Iraque do vazio que gerou o Daesh.
sexta-feira, junho 13, 2025
"Uma Europa sem otimismo"
O livro inclui 52 textos, de outras tantas figuras. Por lá estão, por exemplo, Mário Centeno, António Costa, Francisco Louçã, Elisa Ferreira, Marcelo Rebelo de Sousa, João Cravinho, etc.
Os teimosos de Abril
Somos teimosos, somos de Abril. Reunimo-nos, há décadas, já sem as fardas que tínhamos quando nos conhecemos, por esses anos da Revolução. Agora, aperiodicamente, é à volta de uma mesa, de um almoço, de uma conversa e de uma velha amizade que nos juntamos.
A análise e o resto
Na análise mediática dos temas internacionais, há duas formas de atuar. Uma é ficar afetivamente de um dos lados, apoiando, aberta ou veladamente, tudo o que esse lado venha a fazer. Outra é o olhar as coisas sob o prisma do Direito Internacional. Cada um é livre de escolher o que quer fazer.
Assuntos Europeus
Ontem, à margem de um almoço no Palácio da Ajuda, oferecido pelo Presidente da República, por ocasião dos 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias, foi possível juntar um grupo de pessoas que ocuparam o cargo de Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, desde Vitor Martins até à atual titular Inês Domingos. Faltam na foto Teresa Moura, Manuel Lobo Antunes, Pedro Lourtie, Bruno Maçães e Morais Leitão.
Santos na "Varina"
Socialistas europeus
Fui convidado a intervir na reunião realizada em Lisboa pelos deputados do S&D - Progressive Alliance of Socialists and Democrats, o grupo político do Parlamento Europeu que, no passado, era conhecido por "Partido Socialista Europeu".
quinta-feira, junho 12, 2025
Declaração Schuman
terça-feira, junho 10, 2025
Dia de Portugal
Assim sendo, por certo que ainda não temos as respostas, mas, perante as incógnitas que nos assaltam, sabemos que temos a força.
Leio Camões, aquele que nunca mais morreu, e comovo-me com o seu destino, porque se alguma coisa tenho em comum com ele, que foi génio, e eu não sou, é a certeza de que partilho da sua ideia, de que um ser humano é um ser de resistência e de combate. É só preciso determinar a causa certa."
(Palavras finais de Lídia Jorge, hoje, no seu discurso no dia de Portugal)
A propósito!
segunda-feira, junho 09, 2025
O meu saldo da Feira
Aproveitando a noite fresca, fui hoje à Feira do Livro. Estava esplendorosa, apinhada, com filas imensas de gente a aproveitar uma espécie de "happy hour" que parecia haver por lá.
A acreditar nas pessoas que compravam livros, imensa gente jovem, o futuro da edição está garantido. E isso é muito boa notícia.
Olhando os preços dos clássicos, tenho a sensação de que, com escassas centenas de euros, ficaria garantida a cultura literária básica de quem quer que seja. Só não lê o essencial da literatura portuguesa e universal quem não quiser. Não é pelo preço dos livros.
Quanto ao resto, quanto ao monte de escribas de auto-ajuda e ofícios correlativos que enche de papel aquelas casotas, isso é outra história. Quem quiser ler ou comprar o que anda na moda tem de pagar o preço que faz viver essa gente. É a lei do mercado, a lei das feiras.
Ontem, só gastei cinco euros na Feira. Foi o parco saldo da minha visita. Mas eu não sou exemplo: compro muitos livros durante o ano. Adquiri apenas estas cartas, que me pareceram interessantes. Ainda tenciono regressar à Feira, embora mais aos alfarrabistas do que ao resto.
Visitem a Feira do Livro. Os livros e quem os edita merecem-no.
Frederick Forsyth
Afinal, a felicidade
Pues!
Na vitória desta noite, nem só os espanhóis foram derrotados: foram-no também os especialistas de bancada que queriam a saída de Roberto Martinez.
domingo, junho 08, 2025
Muy bien!
Nelson de Matos
Com dedicatória
O anti-americanismo radical é a doença senil do pós-comunismo de alguns. Por princípio, são contra a América, o mau da fita. A arrogância po...