"Mudámos o óleo e o filtro, os travões estão bem, vimos os outros níveis, os pneus estão excelentes. O motor parece um relógio. Boas férias!". Retorqui: "Então não recomenda que se faça mais nada no carro?" Ele olhou-me com um sorriso: "Nada. Está impecável. Costuma ir ao Norte, não é? Com uma coisa destas, com estes seis cilindros, quase 2500 de cilindrada, chega lá num instante". Entrei no meu carro, que tem uns orgulhosos 18 anos, e olhei a quilometragem: 272 mil quilómetros. Valor de mercado: 5 mil euros, mais coisa, menos coisa.
segunda-feira, agosto 12, 2024
Bólide
"Mudámos o óleo e o filtro, os travões estão bem, vimos os outros níveis, os pneus estão excelentes. O motor parece um relógio. Boas férias!". Retorqui: "Então não recomenda que se faça mais nada no carro?" Ele olhou-me com um sorriso: "Nada. Está impecável. Costuma ir ao Norte, não é? Com uma coisa destas, com estes seis cilindros, quase 2500 de cilindrada, chega lá num instante". Entrei no meu carro, que tem uns orgulhosos 18 anos, e olhei a quilometragem: 272 mil quilómetros. Valor de mercado: 5 mil euros, mais coisa, menos coisa.
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A brigada do Júlio de Matos ataca de novo
Pronto! Lá começaram os maluquinhos do costume a criar uma teoria da conspiração sobre a coincidência temporal nos acidentes aéreos de hoje....
15 comentários:
2500 CV? Isso é um carro ou uma locomotiva 😅?
Tem razão. Retifiquei. Obgd.
partilho da mesma abordagem no que diz respeito a viaturas (talvez com uma diferença - sou mais do lado do "carro do povo" do que das gloriosas maquinas bávaras) ... mas está difícil! Dialogo com a companhia de seguros: já não asseguramos cobertura de danos próprios para viaturas com mais de 10 anos!
Ora essa! Calculei logo, Sr. Embaixador.
Já vi que tem um belo exemplar de quando o dois últimos dígitos correspondiam às centenas da cilindrada.
Os seis cilindros alemães desde aí 2000 para cá, em bom estado de conservação, começam a ser hoje em dia bastante raros.
Há que ter alguns cuidados com os importados, há países “abastados” da Europa onde o “carinho” com que tratam os carros de gama alta não é semelhante àquele amor sem barreiras com que cá pelo burgo são apaparicados.
Dois conhecidos meus compraram recentemente uns da marca da estrela, pode ser um investimento interessante e qualquer deles não tem nenhum carro com menos de 20 anos pois tentam ser “coleccionadores” (eu não tento sequer, é preciso mais que a folga financeira para o ser).
Claro que não são carros que usem no dia-a-dia, não é esse o espírito.
O meu “espada”, como diz o Francisco de Sousa Rodrigues, está a 8 anos de poder ser um “clássico”, mas ainda há bastantes destes no mundo, ainda que com 22 anos e 71 mil kms oficiais talvez não haja assim tantos.
Quando o comprei e andava por aí encontrei um casal de “emergentes” que conheço há muitos anos, falei de talvez aquilo vir a ser um “activo” para algum neto ficar com ele ou o vender, dizem-me eles que se calhar só há procura por parte de “novos ricos”.
Saio-me então com “isto só interessa aos velhos ricos, os novos ricos só querem saber dos SUV a saír do stand”.
Desci uns bons pontos na consideração deles, tinham acabado de comprar um SUV novinho que já devem ter trocado, as autonomias desde há uns anos para cá ficaram desactualizadíssimas e por isso o mercado de 2ª mão anda como anda.
Isto já para não falar do “perigo amarelo”, uma guerra perdida da UE com a China, as fábricas de peças estão todas lá, acho que se armados em bons por aqui arriscamo-nos a que só cá cheguem a tempo as peças para os carros feitos lá.
Dos tempos de Paris até hoje, com esse motor, posso afirmar que foram muitos e muitos km de prazer.
Olha, um beamer dos pré-clássicos. Boa máquina, um 316? Já eu tenho um Alfa Romeo 156, com 20 anos. Valor de mercado, uns 3000 euros, mas estou a pensar em meter nele, pintura e algumas reparações, para aí uns quatro mil; podem achar-me tonto, mas a questão é que já não se fazem carros como estes, hoje em dia não há elegância, é tudo cubos gigantes, tudo coisas sem subtileza. Boa semana.
O problema com o meu carro, que tem 29 anos de idade, é que já não se fabricam peças de substituição para aquele modelo.
Tive problemas com o motor do limpa-para-brisas e com o motor do aquecimento, e em ambos os casos a oficina viu-se negra para arranjar motores para os substituir.
Caro Balio, hoje em dia encontra-se de tudo, há é que saber procurar. Desconhecendo a marca e o modelo do seu "espada" pouco posso ajudar mas, por exemplo, no caso dos Alfas, há em Santarém um tipo fora de série que mete alfas dos anos 1980 até ao presente em estado pristine. Se tiver curiosidade é procurar "Alfa Romeo? No problem". Para WW antigos temos o Rui Espada (não é piada é mesmo o nome do homem) em Palmela. Beamers sei pouco mas presumo que também existam "corolas" especializados.
Pois eu não acho o Lúcio Ferro nada tonto neste caso, eu faria o mesmo (e fiz, faço e farei), como ainda há pouco tempo aqui falámos os carros hoje são todos iguais e a imagem dos cubos gigantes é bem encontrada.
Há muita gente que gosta de ver os outros carros de cima para baixo (não inventei, já o ouvi mais de uma vez), isso também eu faço com frequência, basta arranjar lugar à janela quando ando nos autocarros da Carris.
Ora eu não me importo de os olhar de baixo para cima, aliás ainda não desisti do MX5, melhor exemplo não há, é como se fossemos de cócoras dentro de um carro.
Ainda há tempos estavam dois carros caríssimos parados lado a lado no estacionamento da F. Champalimaud, um era um Jaguar e o outro creio que um Maserati, tive que ir satisfazer a dúvida mesmo lá ao pé, mesmo para um olho mais ou menos experimentado nada os distinguia a 20 metros.
Um Jaguar e um Maserati novinhos indistinguíveis!
Até dói.
Um filho meu tem um Alfa desses e não tenciona trocá-lo, um outro tinha um SLK e desfez-se dele, diz que uma moto 750 lhe chega, as raríssimas vezes que precisa de um carro pede emprestado o do filho (carro comprado pelo filho, não dado pelo pai), tudo gente acima dos 50 anos, sem problemas financeiros e com as casas amortizadas.
O problema de que fala o balio é talvez o mais complicado hoje em dia, havendo cada vez menos carros com uma certa idade não faz evidentemente qualquer sentido fazerem-se peças para eles (deviam sair baratinhas, deviam…).
Conheci há 50 anos um senhor que tinha um Jaguar E e que encontrou uma solução interessante, foi comprar nos “salvados” um outro com a traseira desfeita pelo que o motor e o habitáculo estavam intactos e lhe serviu durante bastante tempo de “armazém de peças de reserva”, mesmo que não o tenha usado muito era um descanso saber que o podia fazer.
Mas para isso tem que se ter algum sítio para guardar o que resta do carro, claro.
Ficam assim os “sucateiros” mas as peças de que fala o balio são muito especificas e não deve ser nada fácil encontra-las.
O que é relativamente fácil encontrar são motores para carros de há 20 anos.
Ainda há 2 meses houve que resolver um problema desses na família com um carro alemão da gama média com 25 anos, ainda que por cá já tenha sido mais fácil.
Com a alternativa dos “recondicionados” vindos de Espanha (um mercado 5 vezes maior) foi possível encontrar um com garantia de um ano e cerca de 140 mil kms (informação que não vem com o motor mas é possível obter a partir dele).
Com montagem, líquidos variados novos e IVA ficou nuns 2500€.
Não se aconselham oficinas “de esquina” porque as facturas são essenciais para efeitos de garantia do trabalho.
E antes que me esqueça, que o mundo está cheio de gente pura, nem toda a gente tem Metro e autocarro à esquina, nem toda a gente tem táxi nem Uber à porta.
E há que continuar a ír trabalhar todos os dias quando não se tem dinheiro para nada e ainda menos carros novos ou até usados (especialmente quando não se tem dinheiro!).
O meu no dia 12/12 faz 24, tem agora 205m km, quando foi comprado há quase 8 anos tinha apenas 125m. Ser vendido, em princípio, só no dia de "são nunca à tarde", procura-se é complementá-lo com um utilitário para as voltinhas.
Peças não faltam, felizmente. Então o motor, o bom e velho Astron 4D56 da "Mata-o-bicho", é coisa feita aos milhões, aliás ainda hoje se faz com as devidas evoluções tecnológicas.
Manuel Campos, muito boa essa do SUV a sair do stand, é mesmo verdade. Faço ideia os seus conhecidos todos roxos com a sua resposta.
Lúcio Ferro, será um 325. Faz muito bem dar esse tratamento ao seu Alfa 156, carro lindo.
Se há coisa que eu gosto é de carros velhos e de encontrar raridades, ainda outro dia encontrei aqui num bairro residencial da cidade um Talbot Solara.
è o mundo da obsolescência planeada.
Caro Francisco de Sousa Rodrigues
O Astron 4D56 nunca mais acaba.
Só alguns motores CIVIC dos anos 90 se lhe podem comparar, tive um como já contei, só substituí uma sonda lambda em 21 anos (e foi na garantia).
"Há muita gente que gosta de ver os outros carros de cima para baixo (não inventei, já o ouvi mais de uma vez), isso também eu faço com frequência, basta arranjar lugar à janela quando ando nos autocarros da Carris."
Coisas que se tratam aqui para os meus lados.
O facto de ter um carro mais alto, a mim, só me redobra a responsabilidade pelo cuidado na condução, além de que um carro de chassis de longarinas não é a coisa melhor para se ter um desastre.
Já tive a oportunidade de estacionar frente a uma RAM 1500 e deu-me um gozo o meu carro ficar com ar de compacto à frente da "amaricana".
Ver "de cima para baixo", também só tem graça refastelado na cadeira de um autocarro.
Essa dos Jaguar e dos Maserati, também já tinha topado, uma tristeza. Vá lá que os Porsches lá vão mantendo alguma personalidade.
Sim o 4D56 é mesmo motor de uma vida, basta ver a quantidade de viaturas em circulação com mais de 30 anos. Honda Civic é aquela lenda, adoro.
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