Também me lembrei logo do episódio da Marinha Grande como “imagem”.
É bom relembrar, porque estas coisas esquecem muito, que a 14 de Janeiro de 1986, quando se deu esse acontecimento que sempre foi considerado decisivo, Mário Soares tinha partido com 8% de intenções de voto nas sondagens e chegou aos 25.4% na 1ª volta das eleições. Acabou por ganhar a eleição a Freitas do Amaral por 3 010 756 (1 443 683 na 1ª volta) contra 2872064 votos do oponente (2 629 597 na 1ª volta), uma diferença “mínima” de 138692 votos potenciada pelas “bofetadas”, que em princípio magoam menos.
Claro que esta situação é diferente, Trump já está noutra fase e não precisa que “o jogo dê a volta”, só precisa que o “jogo não dê a volta”, o que se afigurava já muito improvável pelo acompanhamento diário da imprensa americana e pelas cada vez mais vozes democratas que todos os dias surgem a manifestar preocupação. Estive entretido uma boa parte do dia com a mais diversa e possível imprensa dos EUA porque, como é evidente, as outras imprensas não me interessam para nada e acho até graça à excitação que tomou conta de muitos articulistas e jornalistas.
É que essas pessoas não se deram conta de algo simples, a saber:
a) Os portugueses, na sua enorme maioria, não votam nas eleições americanas. b) Os americanos, na sua enorme maioria, não leem a opinião dos portugueses.
Portanto que tal informar, analisar e elucidar em vez de nos transmitirem os seus estados de alma e fazerem campanha inútil?
O Sr. Manuel Campos escreveu: "b) Os americanos, na sua enorme maioria, não leem a opinião dos portugueses."
Como tem razão! Os americanos só se interessam num povo, qualquer que ele seja, quando o povo vota! Pode crer que o embaixador americano envia o seu relatório rapidamente, segundo a “feição do vento”…
E então ,se há uma revolução militar, os Carlucci e Nuland estão prontos para “sugerir”, aconselhar”, “ajudar” por todos os meios, e fazer seguir o caminho que lhes parece mais apropriado para os “seus interesses”…isto é ,os interesses americanos.
E quando as coisas tomam um caminho que lhes desagrada, a esquadras sulcam os mares rapidamente e passeiam ao longo das costas…Para o caso em que…
Mas o tema é a violência… A América domina o mundo em termos de crimes violentos relacionados com armas.
Alguém poderia argumentar que são muito bons com armas. Usam-nas quando estão zangados, deprimidos ou querem algo que não têm.
Usam-nas no cenário internacional com bastante frequência. Houve muito poucas vezes na sua história que não estivessem envolvidos numa guerra.
A retórica neste país é: revolução hoje, revolução amanhã e revolução para sempre “ São capazes de dizer a um tipo: “Você é um tipo legal, gosto de você, mas quando chegar a hora, vou lhe atirar em cima ”. Recorda-se Sr Campos daquele narco traficante, “chefe de estado”, latino americano, que Nixon condenou dizendo: Eu sei que é um filho da p…, mas é um nosso filho da p…” E o amigo doutrora morreu!
Sim, vejo artigos antitéticos, mas não vejo nenhuma discussão que se concentre em mudar a direcção do país para um caminho menos violento. Existem alguns políticos que apelam a soluções menos violentas para os problemas mundiais e são frequentemente ridicularizados ou pressionados por pessoas que aceitam muito mais a venda de armas, quer queira quer não, em todo o mundo.
Não era propriamente minha ideia dizer com aquela frase nada daquilo que o senhor de lá retirou, já tínhamos falado sobre isso das minhas citações casuais lhe servirem para depois o meu caro “vender o seu peixe”, tem sido cíclico por aqui. Mas esteja à vontade, o Manuel Campos que se chateava com essas coisas não é exactamente o mesmo que agora lhe escreve, a vida vai dando voltas e começamos a relativizar, o que nunca podemos perder é um mínimo de sentido de humor e o de sabermos rir de nós próprios.
E por aqui muito pouca gente sabe o que isso é, tudo muito sério e nada de conversas que não se destinem a salvar o mundo. Salva-se o “Patrão”, como lhe chamava o Tony, por isso ainda ando por cá.
Crimes violentos com armas isso não tem nada que saber! É para qualquer um! Ora bombistas presos por terem em casa um carregador de isqueiros? E com ele querer destruir a faculdade de Ciências em Lisboa Ou presos cá por "matarem" alunos numa escola no Brasil, sem saírem deste jardim á beira mar plantado? Isso é que é difícil,mas acontece por cá. Só em Portugal.
O Sr. Manuel Campos disse: “para depois o meu caro “vender o seu peixe”, tem sido cíclico por aqui.”
Não venho aqui para vender nada Sr. Manuel Campos. Se tinha a intenção de insultar alguém por ter uma opinião diferente da sua, conseguiu. Acrescentando ainda o facto que o blogue do nosso Embaixador, é um espaço de liberdade e confronto de ideias, e não uma lota do peixe!
6 comentários:
Não acredito.
Também me lembrei logo do episódio da Marinha Grande como “imagem”.
É bom relembrar, porque estas coisas esquecem muito, que a 14 de Janeiro de 1986, quando se deu esse acontecimento que sempre foi considerado decisivo, Mário Soares tinha partido com 8% de intenções de voto nas sondagens e chegou aos 25.4% na 1ª volta das eleições.
Acabou por ganhar a eleição a Freitas do Amaral por 3 010 756 (1 443 683 na 1ª volta) contra 2872064 votos do oponente (2 629 597 na 1ª volta), uma diferença “mínima” de 138692 votos potenciada pelas “bofetadas”, que em princípio magoam menos.
Claro que esta situação é diferente, Trump já está noutra fase e não precisa que “o jogo dê a volta”, só precisa que o “jogo não dê a volta”, o que se afigurava já muito improvável pelo acompanhamento diário da imprensa americana e pelas cada vez mais vozes democratas que todos os dias surgem a manifestar preocupação.
Estive entretido uma boa parte do dia com a mais diversa e possível imprensa dos EUA porque, como é evidente, as outras imprensas não me interessam para nada e acho até graça à excitação que tomou conta de muitos articulistas e jornalistas.
É que essas pessoas não se deram conta de algo simples, a saber:
a) Os portugueses, na sua enorme maioria, não votam nas eleições americanas.
b) Os americanos, na sua enorme maioria, não leem a opinião dos portugueses.
Portanto que tal informar, analisar e elucidar em vez de nos transmitirem os seus estados de alma e fazerem campanha inútil?
O Sr. Manuel Campos escreveu: "b) Os americanos, na sua enorme maioria, não leem a opinião dos portugueses."
Como tem razão! Os americanos só se interessam num povo, qualquer que ele seja, quando o povo vota! Pode crer que o embaixador americano envia o seu relatório rapidamente, segundo a “feição do vento”…
E então ,se há uma revolução militar, os Carlucci e Nuland estão prontos para “sugerir”, aconselhar”, “ajudar” por todos os meios, e fazer seguir o caminho que lhes parece mais apropriado para os “seus interesses”…isto é ,os interesses americanos.
E quando as coisas tomam um caminho que lhes desagrada, a esquadras sulcam os mares rapidamente e passeiam ao longo das costas…Para o caso em que…
Mas o tema é a violência…
A América domina o mundo em termos de crimes violentos relacionados com armas.
Alguém poderia argumentar que são muito bons com armas. Usam-nas quando estão zangados, deprimidos ou querem algo que não têm.
Usam-nas no cenário internacional com bastante frequência. Houve muito poucas vezes na sua história que não estivessem envolvidos numa guerra.
A retórica neste país é: revolução hoje, revolução amanhã e revolução para sempre “
São capazes de dizer a um tipo: “Você é um tipo legal, gosto de você, mas quando chegar a hora, vou lhe atirar em cima ”. Recorda-se Sr Campos daquele narco traficante, “chefe de estado”, latino americano, que Nixon condenou dizendo: Eu sei que é um filho da p…, mas é um nosso filho da p…” E o amigo doutrora morreu!
Sim, vejo artigos antitéticos, mas não vejo nenhuma discussão que se concentre em mudar a direcção do país para um caminho menos violento. Existem alguns políticos que apelam a soluções menos violentas para os problemas mundiais e são frequentemente ridicularizados ou pressionados por pessoas que aceitam muito mais a venda de armas, quer queira quer não, em todo o mundo.
Caro Sr. Joaquim de Freitas
Não era propriamente minha ideia dizer com aquela frase nada daquilo que o senhor de lá retirou, já tínhamos falado sobre isso das minhas citações casuais lhe servirem para depois o meu caro “vender o seu peixe”, tem sido cíclico por aqui.
Mas esteja à vontade, o Manuel Campos que se chateava com essas coisas não é exactamente o mesmo que agora lhe escreve, a vida vai dando voltas e começamos a relativizar, o que nunca podemos perder é um mínimo de sentido de humor e o de sabermos rir de nós próprios.
E por aqui muito pouca gente sabe o que isso é, tudo muito sério e nada de conversas que não se destinem a salvar o mundo.
Salva-se o “Patrão”, como lhe chamava o Tony, por isso ainda ando por cá.
Cumprimentos
Crimes violentos com armas isso não tem nada que saber! É para qualquer um!
Ora bombistas presos por terem em casa um carregador de isqueiros? E com ele querer destruir a faculdade de Ciências em Lisboa
Ou presos cá por "matarem" alunos numa escola no Brasil, sem saírem deste jardim á beira mar plantado? Isso é que é difícil,mas acontece por cá.
Só em Portugal.
O Sr. Manuel Campos disse:
“para depois o meu caro “vender o seu peixe”, tem sido cíclico por aqui.”
Não venho aqui para vender nada Sr. Manuel Campos. Se tinha a intenção de insultar alguém por ter uma opinião diferente da sua, conseguiu. Acrescentando ainda o facto que o blogue do nosso Embaixador, é um espaço de liberdade e confronto de ideias, e não uma lota do peixe!
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