domingo, julho 24, 2022

Mediterrâneo


Ainda sou do tempo, que já lá vai, em que a União Europeia tinha uma política para o Mediterrâneo. Começou, com alguma expressão, no Processo de Barcelona, em 1995, e, de certo modo, acabou com a progressiva perda de ânimo da União para o Mediterrâneo, criada no consulado de Sarkozy à frente da União Europeia, em 2008. 

Com outras vizinhanças a reclamarem atenção e a fazerem divergir as prioridades europeias, com a notória falta de vontade dos países do sul do Mediterrâneo de fazerem aquilo que lhes competia nessa parceria, a política mediterrânica da Europa arrasta-se hoje numa diluição prática de objetivos, embora sempre prenhe de retórica autocongratulatória. O desiderato da criação de um grande espaço económico e de um impulso democrático para o Sul, com um desenvolvimento em paz, parece perdido.

Portugal foi, desde sempre, um dos Estados da União que os países do Magrebe e do Mashrek viram como um aliado e que, não raramente, acabou por ter alguma relevância na definição das políticas propostas pela Europa para essa parceria. Somos, com toda a certeza, o mais mediterrânico dos países atlânticos. 

Ao olhar para este pouco comum mapa (clique na imagem para aumentar) dou-me conta de nele figurarem as cidades de Faro, Beja e Portalegre - e até Vila Real! -, numa espécie de Mediterrâneo alargado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Senhor embaixador
O Mediterrâneo é até onde vão as oliveiras, como nos ensinaram Fernad Braudel e PredragMatvejevic...
MB

Anónimo disse...

O que define o mediterrâneo como região climática são os verões quentes e secos. Vila Real faz extrema com a "Terra Quente Transmontana". Mais mediterrânico não há !

MRocha

Anónimo disse...

Neste espaço mediterrânico que anunciam cada vez mais seco,
deveriam repensar as culturas,
e introduzir, por exemplo, pomares de tamareiras!?

Maduro e a democracia

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