quinta-feira, março 03, 2022

A solidão da Rússia

 


Pode ler aqui o artigo que hoje publico no site da CNN Portugal, com o título “A solidão da Rússia”.

2 comentários:

Reaça disse...

A China abstem-se na ONU, também o povo da Europa inteira e a América deve passar ao lado da loja do chinês e não entrar.

É uma boa ideia para os chinas chamarem a atenção do seu chefão.

Lúcio Ferro disse...

Não sei se chineses e indianos estarão muito de acordo com essa tese do isolamento global da Rússia. Tenho quase a certeza de que Pequim não estará: sabem que se a Rússia cair podem dizer adeus às suas aspirações no Pacífico e também calculam que encostar um animal perigoso à parede nunca foi boa ideia. Do ponto de vista militar, e não esquecer que só se passou uma semana, parece que os russos ainda não entraram em Kiev e outras cidades porque desejam evitar um banho de sangue (o que, isso sim, seria para eles uma catástrofe diplomática total); e que, possivemente, já obtiveram a nível territorial o que queriam ou até bastante mais. Aliás, a nível militar o desespero ucraniano é evidente, por exemplo quando se soltam presos de delito comum (ladrões, violadores e o que da mais fina flor da criminalidade houver nas cadeias, desde que tenham "experiência de combate", desde que não sejam opositores ao regime, nomeadamente os líderes do maior partido de oposição, que foram presos muito antes da invasão), para serem jogados contra as hordas putinescas. Isso, ou dar a civis kalashnikovs como se estas fossem bombons e mandá-los para a linha da frente, do género 'toma lá a canhota e vai matar russos'. É esperar para ver. Para já, disparam os preços dos combustíveis, a economia europeia vai entrar numa espiral recessiva, menos para quem produz/vende armas e ter-se-á de receber milhões de refugiados (curiosamente, até há bem pouco tempo, quando os refugiados eram sírios ou afegãos, nem pensar em recebê-los, isso é que era bom e não nos chegavam aos milhões, como vão chegar agora). Outras coisas que se possam fazer para resolver esta catástrofe? Declarar guerra aos russos é uma, manter tudo em banho maria, deixar a Ucrânia à sua sorte é outra e depois também se poderia negociar. Declarar a guerra seria o armagedão, manter tudo como está é perigosíssimo, até porque entregar a Ucrânia à sua sorte aparenta ser hoje completamente inviável. Negociar seria melhor para todos, o quanto antes, mas vontade para tal é que parece não existir; pelo menos no Ocidente, o quilate dos nossos líderes, intoxicados pela sua própria propaganda, não chega para tanto, andam mais entretidos a censurar canais de televisão e de internet (incrível o caso RT), a vender a ideia de que a forma mais segura de 'manter a paz na Europa' é dar armas a uma das partes (meu Deus, que malucos), a chamar nazis aos russos, a mandar uns bitaites sobre uma intervenção do tpi e a suspirar por movimentações internas que, num passe de mágica, deponham Putin e a sua liderança por outra, esclarecida, amiga do Ocidente, amiga dos ucranianos, pronta a ceder em toda a linha, como se uma derrocada do presente regime russo e a sua substituição por outro (possivelmente ainda pior) fosse a solução para todos os males do mundo....

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...