terça-feira, dezembro 01, 2020

Lourenço

No aparente consenso nacional que rodeava a sua figura, é necessário notar que certas ideias de Eduardo Lourenço foram sempre bastante incómodas para alguns. Porém, por estas horas, eles acham mais prudente manterem as garras recolhidas. Ouçam-se, com atenção, alguns silêncios.

5 comentários:

Anónimo disse...

Quebro o silêncio: nunca li nada dele mas vi algumas - pequenas -, entrevistas. Nunca me apercebi de algo que fosse além de um som arrastado seguido de uma banalidade.

Consequentemente, e havendo consenso de que se trata de um grande da nossa cultura - porventura sem jeito para falar na TV -, rogo-vos que me indiquem uma obra a ler, para ver se me posso juntar ao luto (ainda que com atraso).

josé ricardo disse...

Não creio que Eduardo Lourenço fosse alguém que despertasse grandes controvérsias, salvo a dois ou três colunistas da nossa infeliz praça que, por dever desfigurado do ofício, gostam de se colocar em bicos de pés. E que melhor maneira há de nos colocarmos em bicos de pé senão criticar alguém com a estatura crítica de Eduardo Lourenço?
Não houve também uma rapariga que acusou Mário Soares de queimar a bandeira em Londres? É a mesma coisa. A mesmíssima coisa. O nível é o mesmo, embora estes críticos colunistas sejam mais elaborados, mais conhecidos, mais respeitados.

Anónimo disse...

Ainda tenho ali o Labirinto da Saudade que li parte há uns anos e que tive de deixar por me estar a deixar deprimido. Naquela altura,, 74 ou 76, não me lembro, era altura de nos mandaramos mais abaixxo, sobretudo em relação ao nosso passado colonial. No entanto, desconfio sempre de quem fala sobre assuntos que não domina, por completo e que está ideologizado em excesso. Aliás, parece que o Eduardo Lourenço terá reescrito partes do livro mais tarde.

João Cabral disse...

Outros há também que se mantiveram silenciosos quando Eduardo Lourenço se pronunciou sobre assuntos incómodos, ignorando as suas doutas e válidas opiniões. Hoje, dirigem-lhe os maiores encómios e não se calam, enchendo a boca com o seu nome.

Anónimo disse...

Por falar em silêncio: o meu pedido de que me indicassem uma obra para "entrar" na obra da pessoa em questão não deu em nada? É um clube VIP?

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...