Há qualquer coisa que indicia um malsão e inexistente estado de exceção no espetáculo do ministro das Finanças a entregar ao chefe do parlamento, tarde na noite, o Orçamento para 2018, seguindo depois para uma conferência de imprensa pela uma da manhã. É para apagar mediaticamente os "fogos" de Pedrógão ou as faúlhas de Sócrates? Seja por que motivo for, é preciso dizer de forma clara que, em democracia, as coisas não devem passar-se assim. Há rituais de serenidade e eficácia que devem ser respeitados, para que os cidadãos fiquem com a certeza de que quem os governa não anda "à bout de souffle", que as coisas do Estado estão em boas mãos e são tratadas nas devidas horas, que o tempo dos "homens sem sono" já foi chão que deu uvas. As madrugadas servem para um copo no Procópio, não para coreografias de Estado.
sábado, outubro 14, 2017
Somos netos da madrugada?
Há qualquer coisa que indicia um malsão e inexistente estado de exceção no espetáculo do ministro das Finanças a entregar ao chefe do parlamento, tarde na noite, o Orçamento para 2018, seguindo depois para uma conferência de imprensa pela uma da manhã. É para apagar mediaticamente os "fogos" de Pedrógão ou as faúlhas de Sócrates? Seja por que motivo for, é preciso dizer de forma clara que, em democracia, as coisas não devem passar-se assim. Há rituais de serenidade e eficácia que devem ser respeitados, para que os cidadãos fiquem com a certeza de que quem os governa não anda "à bout de souffle", que as coisas do Estado estão em boas mãos e são tratadas nas devidas horas, que o tempo dos "homens sem sono" já foi chão que deu uvas. As madrugadas servem para um copo no Procópio, não para coreografias de Estado.
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Sócrates
Por que será que, neste dia que assinalam os dez anos sobre a noite em que José Sócrates foi preso à chegada ao aeroporto de Lisboa, hesitei...
6 comentários:
Ele ainda é os hábitos da revolução.
O desespero das negociações impossiveis, as utopias que se querem concretizar a martelo para manter a geringonça.
Me parece que está tudo lixado.
Ainda por cima era sexta-feira 13. Quiseram que já fosse 14.
São os bruxos dizendo que não era o momento propício.
"N'importe quoi."
Ainda temos de saber o que a Europa terá a dizer a este orçamento.
Totalmente de acordo
João Vieira
É uma tendência doentia dos Portugueses, este afobamento no fim dos prazos e a falta de respeito dos horários programados. É também reflexo e causa do nosso atraso organizativo.
Pedindo desculpa por desconversar, a intervenção da Federica Mogherini sobre a intervenção de TRUMP relativa ao acordo com o Irão é um novo nível de incompatibilidade UE-EUA ou já aconteceram outras divergências semelhantes no passado?
Quase como quem diz de mansinho:
Maldita madrugada a de 25 de Abril de 1974. Ou não?
jose neves
Deixem-se de mariquices. O Governo entregou o Orçamento 73 horas antes do prazo fixado.
Mas esta mania de fazer as coisas de madrugada não é exclusiva dos portugueses e, nestes, não é exclusiva da apresentação de orçamentos. As reuniões do Conselho de Estado sempre se estenderam, antes da presidência de Marcelo, pela madrugada fora (razão tinha o falecido Mário Soares, que se punha delas para fora às 20 horas). E as discussões na União Europeia também se fazem quase sempre pela madrugada.
Eu por mim vou sempre para a cama às 23, e desligo de discussões pelo menos uma hora antes disso. Que vá à merda quem queira trabalhar pela madrugada fora.
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