Ontem, no “Público”, João Miguel Tavares escrevia coisa espantosa: ”Acredito que o dever de quem escreve nos jornais é, em primeiro lugar, denunciar o que está mal. Mas pode - e deve - haver exceções”.
Não sabia. E gostava de saber se as pessoas, ligadas ao jornalismo, que acaso leem esta página concordam com esta asserção perentória que ajuda muito a explicar o caráter maioritariamente negativo do que surge na nossa comunicação social, a propósito do nosso dia-a-dia.
Para mim, como leitor, gostaria de ver uma comunicação social que, sem esconder e sabendo revelar com rigor o que vai mal por aí, desse igual destaque ao que vai bem, ao que melhora, transformando-se num instrumento da esperança no futuro.
21 comentários:
entao a vexa deu-lhe nesta altura do campeonato para citar cavalgaduras?
valha-nos marx...
Assustador, no mesmo sentido, ouvir Manuela Moura Guedes que mostra de facto ter uma ideologia e u m projecto de combate por detrás do seu jornalismo. Interrogo-me também sobre pessoas que, com a idade, tomam posições mais extremas, ou porventura mai autenticas, como que vindo ao de cima a verdadeira natureza: Vilaverde Cabral, Alfredo Barroso e até o antigo moderado e razoável Dinis de Abreu.
Mas o jornalismo hoje esta contaminado pelos social media e pelo desabafo-emoção que antes acabava na latrina de uma cidade universitária...
Exactamente. O jornalismo de que fala anda coxo da perna apartidária e surdo do ouvido da isenção... E depois só procuram o lado menos positivo das notícias na procura de fait-divers ocos que lhes pague a gasolina para o trabalho... Acho que merecíamos um pouco mais e melhor.
Votos de um bom fim-de-semana.
Sr. Embaixador , parece tão lógico o que escreve hoje que é de admirar que tenha de ser dito e escrito :)
bom domingo
Uma vez vi na televisão alguém afirmar, virando,se para a jornalista que acabava de o acusar de "gabarolas": oh minha senhora nós não devemos dizer mal de nós próprios porque para isso estão os outros! É mesmo assim. Para dizer bem do governo basta a propaganda diária infernal dos próprios. Nós gostaríamos de ser objectivamente informados e, para bem do país, sobretudo sobre o que está mal e precisa melhorar
João Vieira
O problema do jornalismo é o problema do fim do mês, isto é, donde vem o dinheiro que o faz viver.
Pretendendo informar, a maior parte dos jornalistas tendem a ser os propagandistas das suas próprias opiniões. Os factos serão distorcidos até à ruptura, se estes “contrariam” a linha editorial, esta estando sob a espada dos accionistas.
A liberdade de imprensa tem o seu limite em democracia. A imprensa, sempre pronta a denunciar o estupro dos seus direitos nas ditaduras ou nas pseudo democracias, resta discreta sobre muitos temas.
Eu bem vi nos artigos recentes sobre a tragédia nacional dos incêndios, os contorcionismos de muitos jornalistas, para quem importava mais de sublinhar a fraqueza da resposta do governo ao drama, sem analisar se este tinha e tem os meios necessários para o evitar, que de tomar em conta todos os parâmetros, imprevisíveis e extraordinários, que deram uma amplitude única à catástrofe.
Mas onde estão os jornalistas com uma concepção ideal do jornalismo, que é a de transmitir “toda” a informação em vez de dar a sua opinião?
Basta ler os comentários dos leitores para constatar que se há alguns que sabem ler entre as linhas e detectam facilmente o objectivo do jornalista, a maioria acompanha “bovinamente” a opinião do jornalista que assina o artigo. Sem procurar saber ou formular uma opinião.
João Miguel Tavares conhece o género dos seus leitores. Como uma Nação tem os governantes que merece, também tem o jornalismo que merece.
Não percebo o espanto. 'Journalism is printing what someone else does not want printed: everything else is public relations.' A citação não parece ser de George Orwell, como se vê por aí, mas é de alguém que a escreveu ainda o João Miguel Tavares não era nascido.
»Anónimo disse...
'Journalism is printing what someone else does not want printed: everything else is public relations. »
Exacto, Senhor Anónimo das 12 :37 : A citação é boa, : mesmo sem identificar o seu autor !
A « Carta de deontologia de Munique », datada de 1971, dos deveres e dos direitos dos jornalistas, enuncia entre os imperativos da profissão o de “defender a liberdade de informação, do comentário e da crítica”. Talvez Tavares a conheça de cor!
O que é interessante é que frequentemente, mesmo na história do jornalismo, há sempre um problema de dinheiro.
Durante o Segundo Império Francês e mais tarde durante a Terceira Republica, as publicações eram taxadas e submetidas ao direito de selo, com a excepção do que se chamava então a “pequena imprensa”.
Os jornais populares, a”um sou », vamos dizer a tostão, eram exonerados de taxas com a condição de se satisfazerem de divertir, dar informações gerais, “faits “divers”, actualidades culturais e resultados desportivos. Tenho alguns exemplares na minha biblioteca que são muito “divertidos”…
A política ocupava algumas colunas e pouco mais. Era a imprensa militante que se ocupava disso. Aqui visava-se um público mais vasto e era impossível zangar-se com os seus clientes leitores. A informação acabava por ser uma mercadoria. O que é hoje…mais que nunca. A sua frase em inglês, di-lo bem!
Deste imperativo mercantil nasceu a sacrossanta objectividade.
Por isso ainda hoje, quando um jornalista escreve as palavras : “encargos sociais”, que agradam ao empresário que o lê, , o sindicalista prefere “cotizações”, o que é radicalmente diferente!: No primeiro caso trata-se dum “peso”, no segundo duma “vantagem social”.As palavras neutras nao existem no jornalismo.
Não me digam como deviam comportar-se os jornalistas.
Sendo eu não-politisado, isso faz-me lembrar outros tempos.
A liberdade de expressão não pode ser só para um lado.
Se tem de haver propaganda que a haja para os dois lados.
O que deve acontecer é que o jornalismo possa publicar o que entender e o leitor perceba que deve parar de comprar aquela leitura.
Ou então isto é uma ganda feira de vaidades.
"o orgulhoso prefere perder-se a perguntar o caminho”.
Churchill
Reacção habitual do BE e PCP.
Ah, que pena, que pena!Até o senhor não resiste a este jogo perverso de tirar do contexto a frase e fazê-la valer por si.Ah que pena, eu não esperava... "E a si que lhe importa que eu espere ou que não..." evidentemente.Lendo o seguimento do texto de JMT, é como se o autor dissesse:é a hora de elogiar Marcelo, sem fazer críticas que não me dispensarei de fazer quando se justificarem.
JMT fala apenas de "suspender"o registo crítico em que habitualmente escreve, para saudar o Presidente sem o "mas"que nós sempre gostamos de acrescentar ao que dizemos.Com as devidas distâncias, até, por minutos, o candidato trabalhista, que grande primeiro ministro viria a ser, suspendeu o comício -era a hora, de saudar quem vencera a guerra.
Já agora digo que votei em Marcelo e até agora nunca lamentei tê-lo feito.Não conheço o João Miguel Tavares, mas sou fã do Governo Sombra.
E,se me permite, ainda uma coisa, gostava muito de saber se,no seu dia a dia, as pessoas têm o hábito de insultar ou desdenhar daqueles que divergem do que pensam, ou se o fazem apenas nos comentários que deixam nestas caixas.
A si,Senhor Embaixador, eu desejo, mesmo, muitas felicidades, agradeço o prazer que tenho em passar volta e meia pelo seu blog, e espero bem que continue com este seu trabalho.
Um bom domingo, Senhor Embaixador!- Margarida Palma
Sr Excelentíssimo Embaixador... Parabens
Muito me apraz notar que tem o dom de ... por... ou tirar ...as mulheres completamente fora de si como se pode constatar em 22 de outubro de 2017 às 15:03 com a de suspirar Margarida Palma.
Não vejo porque é que o Sr. Embaixador teria de colocar a frase em contexto, até porque ela deve ser lida mesmo assim: "o jornalismo deve ter como missão o chafurdar na desgraça e na maledicência".
A falta de sobriedade do jornalismo quanto à negatividade é asustadora, porque em nada edifica a opinião pública a não ser na típico sacudir de água do capote e de culpabilizar os suspeitos do costume - talvez seja esse mesmo o objetivo.
Concluindo, não me parece que seja um insulto desmascarar a desonestidade que por aí pulula.
PS: Calculo que para JMT não será propriamente difícil deixar a sua postura crítica para elogiar alguém que lhe está próximo políticamente.
"Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam."
"Num jornal a única verdade é a data."
ou
"Jornalista é uma pessoa que errou a sua vocação."
Mas também
"A imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso."
Já foi tudo dito sobre o jornalismo! Eu também quero dizer uma:
O jornalista não vê factos vê "as suas opiniões"!
Mas, eu quero factos, informação...o que vai mal, o que vai bem.
Últimamente é difícil destrinçar tanta opinião tendenciosa.
Quando se toma a resolução de tapar os ouvidos, mesmo aos mais válidos argumentos contrários, dá se indicios de caráter forte. Embora isso também signifique eventualmente a vontade levada até à estupidez.
Maria
p.s. Ao Anónino das 19.56 - Não estou "fora de mim".
@Anónima 22 de outubro de 2017 às 23:21
Esta fora de si pois, tanto e assim que em
22 de outubro de 2017 às 15:03 assina como Margarida Palma
e em 22 de outubro de 2017 às 23:21
ja assina como Maria
O DN é um bom exemplo de mau jornalismo, dispensou Alberto Gonçalves !
Caro anónimo de 23 de outubro de 2017 às 01.28:
Dormiu bem?
A Sra. Margarida Palma sabe, que, não é verdade! Me too.
Não concordo em absoluto com ela, não se nota?
Mas, desejo muitas felicidades e paciência ao Sr.Embaixador.
Things were somehow so good that they were in danger of becoming very bad because what is fully mature is very close to rotting.
É quando tudo parece correr bem, que, é preciso estar atento!!!
A tragédia aconteceu, repito os meios seriam sempre insuficientes, o governo permanece em funções, os demitidos não o deveriam ter sido, seria bonito com o que se passa no mundo, o PR continua nos abraços, as gentes cá da terra gostam, mas, os problemas ficam para outros resolverem.
As "habilidades" de alguns, a serem pagas por todos!
Adiante, passemos aos prémios FIFA.
Cumprimentos
Maria
@Maria 23 de outubro de 2017 às 12:34
Maria, dormi bem obrigado. Melhor mesmo ... so sonhando consigo.
Desejo-te muito, uma linda noite repleta de sonhos bons.
Bj
Costa vai andando com a frente de esquerda "garantido"(?) pelo BCE.
Aplica o seu "engenho" , para não se chamuscar, em breve, Portugal vai-se enterrar mais uma vez no lodaçal.
@24 de outubro de 2017 às 16:51
Ja nao nos faltava o pregador de Massama a falar do apocalipse ainda teem aparecem os seguidores do querido lider pregador de Massama
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