terça-feira, outubro 24, 2017

Corações ao alto


Notável, em sensibilidade e bom senso, esta declaração do presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia sobre o aumento de possibilidades de “oferta” de corações para um transplante ao cantor Salvador Sobral: “Com as primeiras chuvas, surgem os acidentes de viação e aumenta a oferta de corações saudáveis”.

Na minha terra, a alguém que dissesse isto, costumava aplicar-se: “quem lhe atasse um arado...”

8 comentários:

Anónimo disse...

Será que o próprio e quem lhe é próximo não conduzem para ter esta falta de sensibilidade e bom senso?


Luís Lavoura disse...

Falou muito corretamente e acertadamente, a meu ver. E não ofendeu ninguém. Falou de forma objetiva, concreta, exata. O resto é conversa de chacha.

Anónimo disse...

Luís Lavoura, para além de se falar "de forma objectiva, concreta, exata", deve falar-se com sensibilidade. Essas qualidades não são opostas. A sensibilidade é particularmente útil quando se fala em coisas da vida e da morte. NUNCA, em circunstância alguma, um médico deve, pelo menos em público, manifestar esperança em que alguém morra para que se salve outrém. o Luís Lavoura vejo que é um adepto do "objetivismo". Eu, particularmente de um médico, espero mais do que isso, espero humanismo. Já um médico ilustre e amado dizia uma coisa que serve perfeitamente para aqui, com as devidas adaptações: "um médico que apenas percebe de medicina, nem de medicina percebe".

Luís Lavoura disse...

NUNCA, em circunstância alguma, um médico deve, pelo menos em público, manifestar esperança em que alguém morra

O médico em questão não manifestou esperança de que alguém morra, apenas vaticinou (com base na experiência e na probabilidade) que alguém morrerá. O médico não disse desejar a morte de alguém, apenas disse estimar (calcular, julgar) que alguém morrerá.

Anónimo disse...

"Objectiva"(?) foi a Catarina que no seu périplo "turístico" pelas zonas ardidas falou "dos piqueniques que as famílias voltariam a fazer após a reconstrução das florestas"..............

Anónimo disse...

Anónimo das 17:25, não entendo o sarcasmo. Isso é o desejo que todos os presidentes de câmara das zonas afectadas manifestaram. O voltar à normalidade, incluindo piqueniques, é uma coisa que todos desejam e os seus habitantes em primeiro lugar. Julgo que não entende isso, porque não é da zona, nem tem essa empatia básica. Eu sou da Lousã e percebo o que diz a Catarina. O que todos desejamos é, inclusive, que os turistas que pretendam visitar-nos não o deixem de fazer, para fazer piqueniques, inclusive.

O que disse o presidente da Sociedade de Cardiologia é uma coisa diferente, quer dizer, de uma outra natureza completamente diferente.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Diz o nosso mestre da intelectualização que Presidente da Sociedade de Cardiologia se limitou a constatar matéria de facto, só que a constatação do senhor é de um terrível mau gosto, além de dizer muito sobre o (baixo) grau empatia de alguns clínicos.
A empatia é condição sine qua non para a prática clínica de qualidade, porque se não há capacidade de colocação do lugar do outro, temos raia.

"Na minha terra, a alguém que dissesse isto, costumava aplicar-se: “quem lhe atasse um arado...”" - Preciso, objetivo e à medida.

Anónimo disse...

Notícia do dia na TSF

"Número de mortos em acidentes de mota quase duplicou"

https://www.tsf.pt/sociedade/interior/numero-de-mortos-em-acidentes-com-motas-quase-duplicou-8873197.html

Ainda vão acusar o homem de estar na origem disto...

Às vezes, chovia

(Texto aqui publicado em outubro de 2016, quando passaram alguns meses sem que chovesse ou ventasse em Lisboa. Mas já ninguém se lembra diss...